Sem saída

5.2K 511 292
                                    

04

- O que vo... - engulo em seco e olho pra ele apreensiva

- Você pode negar o quando quiser, Sofia - diz olhando nos meus olhos - mas você sabe que eu tenho direito e se for preciso da justiça pra afirmar minha paternidade... - ele suspira - não pense que eu não vou fazer.

- Você não o conhece, ele é meu... eu to criando ele muito bem sozinha e você não vai estragar isso! - falo aflita, Rafael franze a testa

- Não é fácil pra mim também Sofia... - ele encosta a cabeça no sofá em que tava sentado - Do nada descobrir que tenho um filho de 1 ano... não é fácil...

- Você nem ao menos sabe se ele é... - Rafael me olha - Não precisa se preocupar com isso, eu cuido dele muito bem sozinha.

- Você sabe que eu tenho o direito de pedir o DNA, não é? - franzo o cenho - Então vamos ser maduros e ter, ao menos uma vez na vida, uma conversa decente.

- Rafael... - sinto um nó se formar em minha garganta - Não faça isso... - sussurro - por favor... - pisco tentando controlar a vontade de chorar

- Vocês já me privou de muita coisa, não acha? - suspiro - E privou ele também... - desvio o olhar por saber que ele tava certo - Você não podia ter feito isso, Sofia. Me privar de um assunto tão importante assim e privar ele de ter um pai... - ele solta uma risada nasal - sempre tão egoísta...

- Bem, não fui eu quem fui embora primeiro...

- É você não foi embora... - diz me encarado - porque nunca esteve presente.

Olho pras minhas mãos incapaz de dizer algo coerente, suspiro e permito que as primeiras lágrimas escorram por meu rosto.

Olho pra ele por minutos decidindo o que fazer... eu não queria ter que dividir meu menino mas a ideia de o esconder, agora, parecia inviável.
Então decidi fazer a coisa mais sensata da minha vida. Não deixaria esse assunto na justiça sabendo os riscos que corro e perder meu filho estava fora de questão.
E Rafael tinha razão, eu o privei do próprio filho e tirei algo que é direto ao meu bebê, ter um pai.

Suspiro e digo a frase que deveria ter dito a dois anos atrás:

- O que vamos fazer? - minha voz sai baixa e rouca

Rafael suspira alto.

- Eu não sei... - confessa sem me olhar

- Isso não vai dar certo Rafael... eu moro no Rio e mesmo que estivesse aqui em São Paulo, você mora em Rio Grande...

- Eu sei... - ele suspira - Vamos ir por partes - me olha - eu acho que tenho o direito de conhecer ele...

- Eu não quero que meu filho sofra... - suspiro - ter um pai longe não é legal.

- Ainda sim é melhor que não ter um pai, certo? - ele arqueia uma sobrancelha

- É mas... - Rafael me interrompe

- Vamos por partes, Sofia. - ele respira fundo - quanto tempo vai ficar aqui?

- Não sei... - suspiro desistindo de negar - por mim eu ia embora agora... - dou de ombros e vejo Rafael revirar os olhos

- Eu to falando sério...

- Hm, uma ou duas semanas - suspiro - ou até o fim do mês...

- Ok, vamos usar esse tempo pra pensar no que fazer, ok? - concordo - mas não agora... eu preciso... preciso me acostumar...

Mordo meu lábio inferior e respiro fundo.

- Tudo bem - levanto do sofá - Vamos fazer isso direito... - Rafael franze o cenho

Ando até o corredor mas paro antes de chegar no meu destino.

- Uh, Rafael?

- O que?

- Felps não teve culpa... eu sei que ele sempre achou que era seu mas eu neguei e o proíbi de te contar... - mordo o lábio encarado ele

Por um momento, Rafael encara meus lábios e suspira alto.

- Eu já entendi... - dá de ombros - a culpa é toda sua - sorri pra mim, rio fraco e concordo

- Tá certo - sorrio e continuo meu caminho

Entro no quarto de meu irmão, Nanda estava sentada no chão com os braços apoiados na cama, Zelune ao seu lado, Felipe deitado na cama com Henrique ao lado e Alan fazendo ele rir. Quando eu abro bem a porta, todos me olham curiosos.

- Mama! - Henrique aponta os braços pra mim, sorrio e vou até ele

- E aí? - Nanda diz

- Vocês devem imaginar... - pego Henrique no colo sendo acompanhada pelos olhares dos 4

- E o que você vai fazer? - Felipe fala me olhando

Olho pro Henrique que sorri pra mim sem mostrar os poucos dentinhos que tinha, suspiro e encosto minha testa na dele que ri em troca.
Por um lado, eu tenho sorte de ele ser pequeno e não me odiar por esconder algo tão importante dele, mas mesmo assim, eu não estou pronta... meu sentimento possessivo paro meu filho dificulta tudo, mas, eu sei que não posso mais fugir disso.

- Vou apresentar Henrique ao pai - esfrego meu nariz no do pequeno que balança a cabeça fazendo um beijo de esquimó.

_______

Paro nessas partes mesmo :3

COMÉ QUE ESTAMOS?

BEIJOS, QUEIJOS, E ATÉ UMA PRÓXIMA ♥

Fui!

Maldita Aposta! - Book 2 ➼ CellbitWhere stories live. Discover now