35. A Perda

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FLASHBACK ON

"Você pode me empurrar?" — Perguntei para Andrea, ela tinha um sorriso tão bonito, o sorriso mais bonito que eu já tinha visto em toda a minha vida.
"Claro que posso princesinha!" — Me respondeu carinhosamente, eu adorava quando ela me chamava de princesinha, quando ela me dava um beijo molhado na bochecha e me abraçava. Era como se seu abraço fosse uma muralha de dez mil metros e me protegesse contra todas as maldades do mundo.
— "Por que Amélia não gosta de mim? " — Perguntei enquanto meus cabelos esvoaçavam graças ao movimento de vai e vem do balanço.
— "Não dê importância" — Ela me respondeu.
— "Eu sou má?" — Perguntei preocupada, Andrea parou de me balançar e aos poucos a velocidade do balanço foi diminuindo até deixar de existir, em seguida ela veio até a minha frente e se agachou com a expressão de sempre, ela me olhou nos olhos e colocou uma mecha do meu cabelo atras da minha orelha.
— "Pelo contrario querida, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida!" — Disse, eu sorri — Eu te amo, mamãe! — Falei saindo do balanço e a abraçando.
— "Eu também te amo, querida!" — Respondeu ao pé do meu ouvido enquanto estávamos abraçadas.

FLASHBACK OFFH

Nos três olhamos para Diego.
— É aqui! — Ele garantiu.
Kaleb pegou o binóculos e discretamente abaixou o vidro da suv.
— Seis homens com coletes e AK'S 47... não acha isso um exagero pra proteger uma fábrica de azeitona em conserva? — Informou irônico.
— Parece que nosso amigo não mentiu — Enzo concluiu dando um tapa no ombro de Diego de forma sútil.
O fitei por alguns segundos desconfiada.
— Sabe o que vai acontecer se você estiver mentindo... — O relembrei, ele me olhou um tanto cansado.
— Eu posso ser ganancioso mas não sou burro — Declarou.
— É, entre uma cova no chão e uma maleta de dinheiro com uma passagem só de ida pra Portugal, você escolheu bem.
— Eu já posso ir? — Ele perguntou.

Eu gargalhei, abaixei o vidro do carro e estalei os dedos, Dominic apareceu encostando o cano da arma na têmpora de Diego.
— Se isso for uma armadilha, estoure os miolos dele — Dei a ordem, ele assentiu.

Nós tínhamos armas, tínhamos homens preparados. Patrício cairia hoje nem que fosse a última coisa que eu fizesse na terra.
Desci do carro acompanhada de meus dois irmãos enquanto Dominic entrou e continuou apontando a pistola para Diego que estava claramente incomodado com aquela situação.
Eu e meus irmãos caminhamos até da traseira de um contêiner onde encontramos os outros.

— Seis homens de colete com AK'S 47 — Kaleb informou a todos. Doze mercenários nos auxiliariam no resgate.
— Precisamos atrair os que estão dentro para fora — Raciocinei.
— Por que não usamos uma granada? — Enzo sugeriu — Não digo para explodirmos eles,  só jogamos uma perto o suficiente para que atraia atenção e assim acabamos com eles aqui fora mesmo.
— Só quando Patrício sair você entra Victória , só quando ele sair — Kaleb disse num tom preocupado pois eu era a única que não usava colete.
— Vamos acabar com isso! — Falei de modo determinado tirando minhas duas pistolas do coldre, os dois vieram ao meu lado, Kaleb usava uma espingarda enquanto Enzo tinha uma metralhadora de lado assim como os outros.
Quando nos aproximamos o suficiente Enzo tirou o pino de segurança da granada e a jogou, esperamos alguns segundos e ouvimos o barulho de uma explosão, funcionou como imaginávamos, outros seis caras saíram de dentro e começaram a vasculhar o lugar.

Enzo deu início ao tiroteio, uma bomba de gás foi jogada e entre a névoa só se conseguia ouvir os tiros. Corri para de trás de uma caixa próximo à entrada da fábrica, me protegi da rajada de tiros e então rezei para que Patrício saísse, ele usava luvas e tinha uma metralhadora em uma das mãos, ele foi saindo tentando se desviar das balas, fui até a entrada discretamente e corri.
Caixas, vidros, azeitonas, máquinas de rolagem e nada do meu pai, avistei uma porta com uma trava de segurança e dei dois tiros, a porta se abriu. O lugar estava escuro e abafado, com o cano da arma encostei no interruptor e as luzes ascenderam.
Meu coração quase saiu do peito, corri até ele devolvendo minhas pistolas ao coldre e o chacoalhei. Gonçalo abriu os olhos cansados, tirei meu casaco e o cobri porque ele tremia de frio, ele estava amarrado a uma cadeira cozinhando no próprio suor ou água.
O desamarrei e ele massageio seus pulsos feridos.

I Livro Mafiosa (Sem Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora