18. Em Apuros

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Gonçalo estava prestes a me falar alguma coisa quando fomos interrompidos por uma rajada de tiros, eram metralhadoras, ouço o vidro dos janelões do escritório se estilhaçaram, nos abaixamos automaticamente, e estilhaços voam para todos os lados, ele sai engatinhando pelo o chão atrás de alguma coisa, o sigo, sua mão passava por de trás da grande estante de livros à procura de algo, escuto um "click" e a estante do escritório se move para o lado dando lugar a uma passagem, o sigo. Nos levantamos cuidadosamente enquanto ele apertava outro botão, esse fazia a estante voltar ao lugar fechando a passagem secreta.

- Que lugar é esse? - Pergunto dando a volta, olho ao redor. Era imenso, continha armas, livros, computadores, umas cinco geladeiras e dois freezers, ar condicionado, camas e ao que parece uma cozinha.

Ele me olhou - Não me parece surpresa.
- E normal uma casa dessas ter esses esconderijos - Falo sem dar importância, ele vai até uma grande tv de tela plana e liga, câmeras por toda a propriedade. Me surpreendo ao ver o que se dava ao ataque, eram drones.

- Drones? - O velho olhou surpreso para a tela.
- Ele é bem criativo, pensei que as janelas do escritório fossem a prova de balas.
- E são...mas... - Ele se interrompe fazendo uma expressão de raiva passageira - Patrício...
- O que?
- Nada - Ele se cala apenas fitando o chão com certa irritação.

- Temos que sair, temos que ajudar os nossos homens! - Falei.

Eu estava crente que ele ia dizer para irmos, para pegarmos armas e saímos nos livrando da merda desses drones.
- Não! - Disse secamente - Não, podemos nos ferir.

- Mais Nick e Enzo estão lá...
- Eles sabem se cuidar!

- Mais e eles? - Perguntei apontando para tela enquanto nossos homens tentavam se livrar inutilmente dos drones, quando não morriam se feriam gravemente.

Olhei para as muitas armas penduradas na parede, dentre elas havia uma metralhadora que me chamou atenção particularmente, tinha pequenos detalhes em ouro. A peguei e em seguida peguei a munição, Gonçalo me olhou com reprovação.

- Você não vai sair daqui!
- Mas é claro que vou! - Falei tentando manter a calma enquanto pensava na maneira mais razoável de me livrar dos malditos drones.

- Você pode se machucar! - O tom de preocupação era notório em sua voz.
- Eu não ligo, olha isso! - Falei apontando novamente para a  tv - Nossos homens estão sendo massacrados enquanto estamos muito bem seguros aqui dentro.

- Victoria... - O Interrompi - Onde fica a saída mais próxima lá pra fora? - Perguntei, ele não estava disposto a colaborar - PAI! - Gritei.

- Não... - Ele disse de uma forma dura e insensível - Naqueles drones tem câmeras, seja lá como Patrício tenha planejado a sua vingança, acho que a sua morte está incluída nisso então não permitirei que saia daqui.

Sua voz era trêmula - Eu não estou pedindo! - Respondi secamente.
- Vai atirar em mim?!
- ABRE ESSA DROGA AGORA! - GRITEI - NÃO! - Ele disse elevantdo o tom de voz.

Sem opção apontei a metralhadora em sua direção, ele me olhou surpreso.

- Victoria... - O interrompi, minutos depois só se ouve disparos da metralhadora e vidros estilhaçados, as balas haviam pegado no vidro dos retratos que estavam de trás dele, ele me olhou surpreso e magoado e então andou para o lado indo em direção a uma poltrona, abriu o que parecia ser o conforto e apertou um botão. Uma porta lateral se abriu e eu sai dando de cara com quatro dos vários drones, comecei atirar segurando fortemente a metralhadora danificando os quatro.

Estava prestes a atirar em mais quando eles automaticamente explodiram para a minha surpresa, centenas de pedaços de drones caíram sobre a propriedade enquanto eu escutava alguns gemidos de nossos homens.

Vi Nick de longe com uma arma na mão e Enzo ao seu lado, os dois pareciam estar inteiros, corri até um homem que estava próximo a mim caído. Seu colete tinha aguentado bem a barra mais um bala havia perfurado seu braço esquerdo, me agachei e rasguei um pedaço da minha blusa prendendo em volta do ferimento e apertando.

Nick e Enzo saíram para ajudar os outros, não eram muitos. Ao que me parecia quatro homens mortos, e pelo menos uns quinze feridos o resto haviam se acolhido dentro da casa na hora do ataque.

(...)

Eu estava na cozinha lavando minha mais que estavam sujas de sangue, ajudei alguns enquanto esperávamos a ambulância chegar, logo Nick surgiu ao meu lado com uma expressão que me parecia ser medo e raiva ao mesmo tempo.

- O que foi isso? - Ele me perguntou, enxuguei minhas mãos e coloquei algumas mexas que estavam na minha cara por de trás da orelha.

- Patrício Bartoli - Respondi.
- E o seu pai?
- Seguro! - Falei com certo desprezo - Preciso que se livre de todas as câmeras, os empregados novos, precisamos interrogá-los. Esse homem conseguiu se infiltrar aqui dentro, conseguiu trocar as janelas da casa. Estamos vulneráveis Dominic! - Falei um pouco cansada.

- Certo.
- Me encontre a noite no galpão! - Falei - Preciso acabar com todas as minhas duvidas.

Ele saiu, logo em seguida vejo Enzo.

- Mas que diabos... - O interrompi - Se quiser ser útil, vá ao meu galpão mais tarde. - Ele me olhou meio ressentindo mesmo assim se manteve calado o encarei e fui sai indo em direção ao meu quarto, o velho estava lá com policias dando as devidas satisfações legais, um dos policias me chamou.

- Senhorita, preciso do seu depoimento. - Revirei os olhos, o policial olhou para a minha blusa suja de sangue.
- Eu estava ajudando alguns homens enquanto as ambulâncias não chegavam! - Falei.

Uns três ou quatro foram para o hospital em estado grave enquanto os outros feridos estavam sendo atendidos por médicos da família no porão. O velho queria evitar que essa confusão vazasse na mídia mais a essa hora era muito difícil impedir isso.
Dei meu depoimento e em seguida subi para o meu quarto, tomei um banho. Vesti um short jeans e uma blusa azul de mangas longas, coloquei um óculos esporte e uma sandália rasteira. Fui até a garagem e peguei minha ferrari.

Sai de casa já estava anoitecendo, eu dirigia perdida em meus pensamentos.
Fiz uma interligação entre mim e Patrício. Me perguntei se Don Santori havia me levado para casa apenas para corrigir os erros do passado, mais o que ele tinha feito a esse Patrício? O que exatamente tinha acontecido entre os dois, Patrício mesmo estressada um grande desprezo ao se referir ao meu pai.
Acordo dos meus pensamentos por um impacto na traseira de meu carro, era uma Ferrari preta. Olho pelo retrovisor e resolvo acelerar o carro. Segunda tentativa de assassinato em uma dia? Há não, isso já é demais.

Piso fortemente no acelerador e o carro vai para frente como se flutuasse, eu já estava um pouco distante de nova york e toda aquela agitação. Só caminhões e alguns carros, fico surpresa ao ver que o maldito não havia desistido, ele surge de trás  de um caminhão, acelero em movimentos de zigzag tentando não bater nos poucos carros que tinham naquela estrada, mais ele conseguiu me alcançar, estava ao meu lado quando me dei conta forçando o meu carro a sair da pista, ele me batia de lado amaçando ambos os carros.

Esperei até um momento e puxei o volante para seu lado afim de causar uma grande batida e forçá-lo a me deixar em paz mais o desgraçado diminuiu a velocidade e eu sai da pista descontroladamente, meu carro capotou e segundos depois vi uma escuridão tomar conta da minha vista...

I Livro Mafiosa (Sem Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora