9. Complicacões

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Talvez o destinou estivesse ao meu favor, Rodrigo havia me ligado a umas duas horas atrás convidando-me para sair depois de alguns segundos em silêncio pensando na resposta decidi aceitar. Eu estava solteira e desimpedida, aquele homem ainda causava certo alvoroço em mim, não como Enzo mas diferente dele, Rodrigo era um homem que amava e respeitava as mulheres antes de tudo.

Fui até a cozinha toda "saltitante", Enzo estava sentado no banquinho da bancada comendo uma maçã, seu tanquinho estava a mostra. Abri a porta da geladeira para pegar alguns morangos e pela minha visão periférica pude vê-lo devorando minha bunda com os olhos. Fechei a porta da geladeira e o encarei.

— Você parece feliz. — Afirmou com certo desdém, abri o sorriso mais simpático e verdadeiro que eu tinha.
— Pois é, nem sempre a vida é a porcaria que a gente acha que é.
— O que aconteceu de bom? — Sua cara de interesse era evidente, por mais que eu quisesse deixar bem claro que ele não era o único homem que mexia comigo, resolvi ficar quieta, fiquei com medo de que alguma coisa estragasse minha noite.
— Coisas boas maninho, coisas boas! — Falei saindo da cozinha sem dar mais detalhes e indo em direção às escadas, Dominic me parou.

— Ai droga! — Ele havia me puxado com certa força.
— Me desculpa. — Disse largando meu braço.
— O que você quer? — Dei mais uma mordida num dos morangos fazendo com que ele deixasse de existir.

– Julian ligou, quer que você vá hoje nas docas buscar o carregamento.
– Você vai. — Falei colocando o pé no primeiro degrau mas ele novamente me puxou.
— Ele quer que VOCÊ vá!
— Eu tenho um encontro hoje. - Falei indiferente. — Sabe como Julian é.
— Foda-se Dominic, eu tenho um encontro pra ir.
— Vamos buscar a encomenda antes do seu encontro e ai depois você pode fazer o que quiser.
— E quando é que esse cara vai desistir de mim?! — Falei revirando os olhos.

— Não fale como se você não tivesse dado motivos.
— Há pelo amor de Deus, por quê todo cara que eu conheço quer me levar pra cama?

Dominic me olhou dos pés a cabeça e depois abriu um sorrisinho cafajeste, o encarei com raiva, se tivesse qualquer outra coisa fora o potinho de morangos eu jogaria em sua direção, porém dei meia volta e subi as escadas.

— Victória ! - Ele gritou esperando por uma resposta — Ta tanto faz, marca hoje as oito horas, leva uns cinco homens.
— Só cinco? Tem certeza?
— Tenho, ninguém sabe que a gente negocia por ali.

(...)

Já era noite e eu estava pronta, desci as escadas e quando estava prestes a sair da casa Enzo me agarrou pelo braço, fiquei olhando pra sua mão em mim ameaçadoramente, ele se tocou e então me soltou.

— O que você quer?
— Conversar. — Disse em um tom de voz baixo.
— Agora não dá, tenho que ir resolver umas coisas.

Antes que me falasse mais alguma coisa eu o deixei e fui até a área externa da casa, Nick esperava-me lá, ele abriu a porta do carro e eu entrei.

(...)

Já estávamos nas docas fazia meia hora, eu estava escorada na parede mexendo no celular e olhando as horas, Nick andava de um lado para o outro impaciente, aproximou-se de mim.

— Se esse maldito Irlandês fizer eu me atrasar para o meu encontro juro por Deus que faço sushi dele. — Falei para Dominic. — Detesto concordar com você mas ele realmente está demorando.

I Livro Mafiosa (Sem Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora