15. Novo inimigo

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— Victória Santori? — A voz do outro lado da linha perguntou, senti minha pele arrepiar e um aperto no peito, Nádia corria perigo. Eu sabia.
— Sim é ela! Com quem eu falo? — Perguntei voltando meus olhos para Rodrigo, ele me fitava, seus olhos brilhavam.

— Com uma pessoa... — Notei um tom de ironia — Fala logo!
— Eu esperava por um "Cadê a minha prima?" Mas acho que não fui óbvio o suficiente.

Meu estômago embrulhou, minhas mãos ficaram geladas — Com quem eu estou falando? — Insisti num tom de preocupação, Rodrigo me olhou confuso, afastei-me um pouco mais dele.

— Acho que deveria perguntar onde está a sua prima, isso deve ser mais importante do que a minha identidade. — Ele riu, aquela voz...me deu um pouco de medo, como eu rezava para Nádia está segura, queria que aquilo fosse só um trote...mas lá no fundo eu sabia que não era.

— Porque está com o celular dela? 
— Não é óbvio?!

Fechei os olhos e fiquei calma
— O que você quer?
— Apenas um encontro, sem capangas, sem polícia, armas ou gracinhas... — Sua voz ficou mais baixa — Você é conhecida por rotas de fugas e improviso.

— E se isso for um blefe? — O homem gargalhou novamente, segundos depois recebi uma foto de Nádia amarrada, largada em um chão com os olhos vendados.
— Ora seu...
— Não seja mal educada — Me interrompeu — Se fizer algum mal a ela eu juro que te mato! — Ameacei

— Com todo o respeito mas não acho  que você esteja em posição de fazer as ameaças! — Falou — Você vai receber uma mensagem contendo um endereço e eu espero que pelo bem da sua prima você esteja lá em uma hora. Saberei se estiver acompanhada.

Ele desligou, Rodrigo veio até mim e segurou minhas mãos.

— O que houve? Você está gelada! — Soltei minhas mãos dele delicadamente
— Podemos conversar depois?
— Não quer falar comigo sobre isso?

Ele acariciou meu rosto.
— Não, preciso que vá, são problemas de família. — Falei virando o rosto.
— Claro, tudo bem. — Ele me pareceu um tanto decepcionado.

Esperei até que ele saísse, tinha um vaso ao meu lado, o chutei com toda a força que tinha. Terra e pedaços de vaso voaram pra todo lado, Dominic veio ao meu encontro assustado.

— O que houve? — Ele me perguntou confuso, o ignorei e segui para a garagem ele me seguiu fazendo uma porrada de perguntas. Abri a porta, liguei a luz, peguei as chaves da minha Ferrari e saltei dentro.

— SERÁ QUE DÁ PRA ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO?? — Nick gritou irritado, o fitei confusa.

— Sequestraram Nádia e... - Ele me cortou — Quais são as ordens? — Parecia tão preocupado quanto eu.

— Nenhuma! — Respondi, ele me lançou um olhar incrédulo.
— Você não acha que vai sozinha não é? — Ele perguntou, não o respondi — Ficou doida? Isso é uma armadilha, Nádia foi mesmo sequestrada?

Peguei o celular e mostrei a foto
— Merda! — O olhei fria — Mas você não pode ir assim, caindo de xavecar numa armadilha...
— Eu preciso. — Falei colocando as mãos no volante.

O portão da garagem levantou, acelerei escutando seu berro inconformado.

— ISSO É SUICÍDIO!

(...)

Estava entardecendo, o sol pegava no meu rosto, eu dirigia que nem uma louca, O GPS me orientava. Cheguei em uma fábrica velha de tecidos abandonada. Estacionei o carro e desci. Caminhei até a entrada, a porta estava escancarada, não haviam casas ou estabelecimentos por perto, somente mato. Aquilo não era um bom sinal.

I Livro Mafiosa (Sem Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora