22. O Traidor

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Abri Meus olhos lentamente, como de costume fita na boca, pulsos e tornozelos amarrados. Mais que droga em?! Puta mania essa de me sequestrarem, sentei no chão com dificuldades já que eu estava deitada, observei o local reconhecendo, mais o que diabos eu estava fazendo no apartamento de...

- Finalmente acordou! - Ele disse com um copo de whisky na mão esquerda e uma 38 na direita.

Olhei ao redor sem entender droga alguma, ele veio até mim e abaixou-se colocando o copo de lado e tirando a fita da minha boca com a mão desocupada, o observei chocada... Minha primeira reação seria gritar mais apenas fiquei calada o fitando, apenas não acreditava no que estava acontecendo.

Ele pegou o copo e voltou a me olhar de longe... Estava péssimo, olheiras, cabelo assanhado, barba crescida e uma pesada expressão  de cansaço nos ombros.

- Não vai dizer nada?

Ainda sem conseguir dizer nada apenas fitei meus joelhos que estavam a minha frente.

- Por que me sequestrou? - Falei quase que sussurrando e forçando as lágrimas a não caírem, bem... Eu não esperava isso, não dele... Mas no momento a situação era muito confusa para tirar conclusões precipitadas.

- Vingança... Negócios - Ponderou esfregando o cano da arma na cabeça como se estivesse coçando.

Quis espernear e me debater, quis o chamar de todos os palavrões conhecidos e não conhecidos mais a surpresa e estado de choque era tamanho que fiquei calada observando com uma expressão séria.

- Diga-me? Esperava isso de mim? - Perguntou sentando-se no chão a minha frente de uma distância considerável e colocando o copo de lado ainda com a 38 em mãos.

- Um lobo em pele de cordeiro - Falei sorrindo - Parabéns Rodrigo! Você conseguiu me fazer de trouxa!  - Usei do sarcasmo para esconder a minha dor, fui traída por aquele que mais tentei proteger e me distanciar, senti uma profunda decepção e fúria ao mesmo tempo.
- Se eu não estivesse amarrada até bateria palmas - Ele me olhou com uma expressão de satisfação.  - Mais e aí, a grande Victória Santori será morta por um cozinheiro? - Perguntei sarcástica enquanto algumas lágrimas, malditas lágrimas conseguiram escorrer de meu olhos.

Ele se levantou e então veio em minha direção, sentou-se por cima da perna e então ficou do meu lado, deu um gole no whisky e então voltou a me fitar.

- Não chora, eu também não queria que terminasse assim - Ele disse limpando minhas lagrimas e provavelmente a maquiagem borrada com a mão desocupada, ele então alisou meu cabelo e passou o cano da arma na minha bochecha, eu estava entre soluços ainda sem encara-lo nos olhos.

- Shiu - Disse colocando a arma em frente aos lábios e então voltou a segura-lá na minha direção - Odeio essa situação tanto quanto você. - o desgraçando havia me amarrado bem, além de cordas fortes haviam algemas e fita... Tentei ter esperança ao me lembrar do celular mais ela logo sumiu ao vê-lo jogado no chão destruído.

Virei o rosto e então ele parou de me acariciar - O que foi Vic, se sente traída? - Perguntou sarcástico.

- Me senti duas vezes pior ao te ver sair daquele bar completamente bêbada nos braços de Matt Brutelesk.

Respirei fundo voltando a conter as lágrimas - Confesso que de missão entediante você passou a trabalho predileto, confesso até que alimentei e alimento reais sentimentos por você... Mas meu pai costuma a ser intolerante.

- Ótimo, você é filho daquele lunático - Conclui.

- Mais respeito, ele quase foi seu sogro - Indagou em tom de Deboche.

I Livro Mafiosa (Sem Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora