ZAIRA & CAIO 18

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- Caio, és tu?

Olho para ela sem reação. Como é que ela estava aqui?

Ela sorri chegando-se mais perto. A morena estava agora a centímetros de mim, vestia uma bata branca e a mesma pulseira que lhe havia dado há muitos anos atrás. Após um tempo, ela começou a falar tudo o que se havia passado para estar aqui, agora comigo.

- Eu sou médica. Chamaram-me de emergência porque um paciente estava cheio de febre e como se fosse o destino, eras tu o doente que vim tratar.

Não podia ser. Eu pensei que nunca mais a ia ver. Ela olhava de maneira incrédula para mim, como se não acreditasse que eu estivesse na sua frente, e eu entendia-a perfeitamente.

- Mas tu não estavas no México? Como voltaste?

A minha cabeça estava cheia de perguntas para as quais nunca pude ter resposta. Esta miúda foi o meu primeiro amor, tinha eu 15 anos quando tudo se passou.

Mas o nosso relacionamento acabou por chegar ao fim, quando os seus pais a levaram para bem longe de mim.

- Esquece isso Caio. Agora tenho que tratar de ti, eu pensava que iria tratar um Adams Brooklyn, nunca tu...

Ela chamava-se Harriete. Harriete Johnson.

Eu costumo dizer que é raro os namoros que começam cedo e que continuam durante um longo período de tempo. Talvez a mim não tenha dado certo da primeira, mas eu senti que depois desta miúda, não poderia amar mais ninguém.

Mas estava enganado. Eu acabei por conhecer a Zaira e apaixonei-me por ela, mesmo a sério.

Harriete pegou na minha mão, observando as feridas que havia feito.

- O que se passou para ficares assim?

Desvio o rosto, fixando o meu olhar no chão.

- Nada.

Ela sorri novamente largando a minha mão.

- Sabes que eu poderia simplesmente ir à tua ficha, mas queria te perguntar primeiro.

Encolhi os ombros.

- Harriete, tu sentiste a minha falta?

Ela olha para mim enquanto alcançava o termômetro no seu bolso.

- O que achas? Nós éramos uns adolescentes apaixonados que nunca pensaram que se iam separar, até... Acontecer.

- A adolescência é assim.

Era estranho como que a última vez que a vi o sentimento estava tão presente e agora parece que fugiu. Fugiu para um sítio onde ninguém sabe onde procurar nem como o achar.

- Eu vi as notícias do teu pai, lamento.

Harriete diz acariciando o meu ombro.

- Obrigada, mas já vens um pouco atrasada.

Tento me levantar mas ela pára-me, puxando-me de novo para trás.

- Caio, eu não podia te contactar. São assuntos meus. Toda a gente no México foi informada com a notícia.

- Pois claro.

Bufo.

- Estou a falar a sério, até há rumores sobre quem o matou.

- Rumores? - Ela afirma que sim com a cabeça - Harriete, não preciso de rumores de aldeia. Eu sei quem matou o meu pai e ele está bem próximo de nós, da tua mãe até.

- Mas quem? Caio, a minha mãe já deixou isso faz muito tempo.

Diz preocupada. A mãe de Harriete costumava ser uma grande amiga e financiadora do meu pai e de Roger, mas o meu pai perdeu o contacto com ela quando eles foram para outro país. Mas, Roger não.

In(quebrável) - Máfia e Vingança Where stories live. Discover now