CAIO & ZAIRA 14

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CAIO

- Ele acordou.

Ouço alguém falar após eu abrir os olhos.
Não sabia há quanto tempo estava deitado nesta cama, nem se estava no meu juízo normal. Era como se ainda não tivesse caído em mim.

A minha visão foi ficando mais nítida e à medida em que me ia apercebendo onde estava, vi que rondavam uns 3 médicos à minha volta, com caras preocupantes e a ligar fios e fios ao meu corpo.

Mas nada da Zaira. Ela não estava aqui, será que ela estava lá fora à espera de me vir ver?

- Onde é que ela está?

Eu precisava de saber. Sonhei com ela durante todo este tempo e necessitava de a avisar dos perigos que ela pode correr mesmo sendo ela a filha dele.

Os médicos notaram o meu nervosismo e tentaram acalmar-me com palavras mansas e que iria correr tudo bem. Mas, como não resultou acabaram por injetar algo no meu braço que em segundos fez com que me apagasse por completo.

ZAIRA

A viagem estava a demorar mais do que eu queria.
Dimitri olhava-me pelo visor e dava-me uns sorrisos maliciosos apontando para o meu vestido que se encontrava já um pouco rasgado na ponta.

Vejo ele estacionar em frente do carro preto do meu pai.

Vivemos todos numa enorme mansão, onde o número de auxiliares, por assim dizer, do meu pai estão distribuídos por toda a casa, para caso aconteça algo.

- Chegamos querida.

Não ia negar, por um lado era bom estar em casa de novo, mas não sabendo que deixei o Caio para trás.

- Dimitri, eu preciso de falar com o meu pai.

Digo-lhe enquanto ele batia à porta de madeira escura, logo um senhor de fato preto a abriu e sorriu ao me ver. Por aqui todos têm grande carinho por mim e sabem que eu sou a coisa que o meu pai mais teme de perder ou talvez a única coisa que ele receia ficar sem.

Dimitri assentiu ao ver a porta ser aberta e rapidamente puxou a minha mão por entre os corredores até ao seu escritório privado, no qual ele costumava passar horas enfiado.

- Porque me trouxeste aqui?

Digo séria. Não estava a ver nenhuma razão para tal até Dimitri começar a beijar-me sem eu mesma dar conta de tal.

- Estava com saudades tuas Zaira.

Os seus beijos pararam no meu pescoço e os meus empurrões pareciam não estar a funcionar. Eu não pretendia me envolver mais com ele, a nossa história acabou no momento em que ele decidiu que só eu não lhe chegava.

- Dimitri...

Digo quando ele começou a desatar os botões do meu vestido. Eu não queria fazer isto, estava farta de viver esta vida com ele, eu sabia que nunca ia ser a sua única.

Paro os seus braços que estavam mortos por agarrar a minha roupa interior. Ele olha de momentos para mim e desculpa-se em seguida.

- Eu não quero, ainda não me encontro bem, tu sabes que nós já não somos o que éramos.

- Eu sei que não sou fiel, mas nós estávamo-nos a dar bem antes de tu seres levada de mim, parece que estás diferente desde isso.

- Eu não quero ser a segunda escolha de alguém- Não, quando Caio me mostrou o que é ser a única mulher no pensamento de alguém.

Digo ajeitando o meu cabelo. Dimitri agarra meu rosto com as suas mãos e aproxima os nossos rostos.

- Eu posso tentar ser melhor.

Não sabia que fazer naquele momento, eu sabia que o que ele me estava a dizer podia não ser verdade mas e se fosse?

- Preciso de espaço Dimitri.

Ele desvia-se de mim e abre a porta do seu escritório.

- Anda, vamos falar com o teu pai.

Suspirei fundo, estava bastante receosa com o que podia acontecer.

Ele leva-me até ao quarto do meu pai. Achei estranho ele ter me levado lá.

Vi que o meu pai estava sentado no seu cadeirão, usava um fato azul escuro, se bem me lembro aquele fato tinha sido escolhido pela minha mãe, no tempo em que ela ainda era viva. Logo que me viu, o seu rosto iluminou.

- Zaira.

Ele vem até mim e abraça-me forte.

- Já estou em casa de novo.

Digo reconfortando-o.

Ele ficou sério de repente e vi que havia colocado os seus punhos cerrados, como se houvesse dito algo errado, mas só o havia lembrado que havia sido raptada por ele.

- Onde é que ele está Zaira?

O meu corpo congelou. Eu sabia que isto podia acontecer, mas sempre pensei que o meu pai não iria chegar a questionar-me sobre isso.

- Não sei.

Digo mirando o chão.

- Zaira, precisamos de ajuda para o encontrarmos, diz-me onde estavas.

Eu não vou falar nada do que sei ou do que vi. Eu prometi isso ao Caio.

- Já disse que não sei de nada.

- Okay, Dimitri leva-a para o quarto e até ordens minhas ela não sai de lá, a menos que ela diga onde está o rapaz.

- Mas pai?

Olho para ele surpreendida. Eu acabava de voltar para casa e ele queria que ficasse presa de novo?

Sinto os braços do Dimitri assentarem na minha cintura e me levarem dali.

Eu não ia ceder como ele queria que eu cedesse. Eu não ia falar onde o Caio estava, nem que para isso tenha que ficar trancada nestas quatro paredes de novo.

- Zaira, era tudo tão mais fácil se dissesses a verdade ao teu pai.

Diz quando me levou para a casa de banho.

- Não há nada para vos contar. Já disse que não sei onde ele está.

Ele atira-me uma toalha vermelha e uma roupa limpa para as mãos.

- Estou lá fora à tua espera, um banho irá te fazer pensar nas ideias.

Revirei os olhos e fechei a porta, ficando sozinha na divisão.

Retirei o meu vestido e olhei-me ao espelho por uns tempos. Precisava mesmo de um bom banho para retirar toda esta sujeira e limpar também estas energias negativas que por aqui andam.

Enfiei-me dentro da banheira e deixei a água correr por cima de mim.

Só conseguia pensar nele, será que ele acordou? Eu sei que sinto algo estranho por ele, mas tenho medo de ele pensar que eu nunca estive lá, que não quis saber como ele estava nem se tinha corrido bem a cirurgia.

Tenho medo que ele se vá embora.

Ouço alguém bater à porta.

- Zaira, despacha-te. Ainda temos mais um sítio para irmos antes de te trancar no quarto.

Fecho a água e retiro o sabão rosa que esfreguei no corpo.

Onde será que ele me ia levar?

Continua

In(quebrável) - Máfia e Vingança Where stories live. Discover now