CAIO 02

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Levantei o meu corpo da cama e fui até ao espelho, junto à minha cama ainda por fazer.

Eram visíveis as marcas no meu corpo, causadas pela confusão de ontem à ontem. A minha cabeça doía da quantidade de bebida que havia ingerido antes de um dos seguranças decidir pegar comigo por estar a incomodar alguém pessoas no restaurante onde me encontrava. A conversa durou pouco e logo o homem fardado e de bigodes compridos acertou com um punho na minha face, deixando-me ainda mais tonto do que eu já estava. Claro que Caio Jones não iria levar e ficar parado, começando uma luta contra a autoridade no meio de todas aquelas pessoas. Algo a que eu já estava acostumado a fazer.

Todas as semanas, ou quase todas, eu tinha uma marca diferente no meu corpo.
Mas se as tinha, era porque tudo estava a correr como planeado.
Mais tarde ou mais cedo iria ter a minha sede de vingança concretizada.

E eu não via a hora disso acontecer.

Eu iria acabar com tudo, iria levá-lo à falência... iria tirar-lhe as pessoas que mais ama, torturá-lo assim como fez com o meu pai.
Eu iria acabar com tudo aquilo que lhe restava de felicidade.

Os meus pensamentos são interrompidos por alguém bater à porta do meu quarto.

"Caio, abre. Precisamos de falar".

Pela voz percebi que era Theo. O único em quem eu realmente confio de verdade. Uma coisa que aprendi ao longo do tempo foi que mais vale ter uma só pessoa contigo, do que muitos que acabam sempre por vir a saber demais.

Dou permissão para ele entrar, enquanto visto rápido uma camisa, que estava à solta no meu roupeiro. Não estava nem um pouco com apetite de ouvir o seu sermão, após observar que andei, outra vez, à luta.

- Estás atrasado, Theo. Estava mesmo de saída.

Digo para ele. Tal como todas as pessoas, eu também tinha deveres, mesmo sendo eles ilegais.

- Onde vais? O chefe disse para estarmos aqui há hora dele chegar, sem atrasos repentinos.

Reviro os olhos, perante tal comentário.

- Ele não é o meu chefe e eu não quero saber se ele vem ou não, Theo.

Disse enquanto vestia um casaco, por cima da camisa branca. Não estava com paciência para ouvir aquele homem a falar dos seus negócios de droga. Tinha coisas mais interessantes para fazer.

- Caio pensa bem, sabes bem como ele fica quando se irrita.

Theo parecia querer alertar-me para algo, mas eu não podia  deixar-me domar por essas pessoas.

- Já disse que não Theo, estou farto dele me chatear se arranjei a porra do dinheiro, que no fim, nem metade me dá.

O dinheiro de que estou a falar é o prato de todos dias, resumindo, o dinheiro que lhe fico a dever devido às pessoas não me pagarem ao receber o produto.

- Não podes simplesmente ignorar esse facto.

Visto umas calças e calço, para concluir, umas botas escuras da cor do carvão.

Ignorar, eu?

Eu não estava pronto para ter que me humilhar e pedir mais um tempo, como acontece sempre que vem nova encomenda. Uma coisa esse chefe tinha que entender:

Eu não sou homem de me humilhar perante ninguém.

- Posso e vou. Não penses que eles vão controlar a minha vida, tal como fazem contigo - Busco os meus óculos escuros, prendendo-os em seguida na minha camisa.

Vejo Theo olhar para mim com uma expressão séria, mas ele sabia que era verdade. Que tudo aquilo que falei era pura verdade.

Eles controlavam-no. E se pensaram que iam fazer isso comigo, estavam mal enganados, pois eu não ia deixar-me domar por ninguém.

Saio do quarto, indo em direção ao elevador. Aproveito os segundos de espera para ajeitar as mangas do meu casaco e logo vejo a porta abrir-se, saíndo de lá uma loira alta, com um vestido justo, que realçava as suas pernas bronzeadas.

Ela sorriu ao ver-me à sua frente, olhando com cara de especado para o seu corpo. Mais precisamente, para as suas pernas longas que pareciam não ter um fim. Algo me dizia que eu a conhecia de algum lugar. Acabei por me lembrar que a havia conhecido há uns dias atrás na boate de Orlando, quando tivemos que ir lá finalizar um contrato e por pura coincidência era a loira a financiadora de tudo isto. Ela mais Orlando, o milionário com a melhor máscara possível para não ser descoberto.

Mas, como já era esperado, a loira saiu logo no primeiro andar, como se nada fosse, talvez para não causar nenhumas suspeitas ao verem-nos juntos num espaço fechado. Coisa que nem me importava que acontecesse.

A minha vida como traficante nunca foi fácil, tudo começou após a morte do meu pai. Posso dizer que a partir daí parei de saber o que era ser feliz. Tinha apenas dezoito anos quando isso aconteceu e agora aos meus vinte e quatro anos, vejo que não vinguei a sua morte como devia.

Foi declarado acidente e nunca mais quiseram saber do pobre homem que apareceu inconsciente na linha de comboio.

Sim, foi aí que ele foi assassinado. Assassinado por Roger Bernardi, o maior traficante de todos os tempos, toda a gente o teme por estes lados. Nós vivemos disso porque não temos escolha, mas ele... ele diverte-se a ver os outros sofrer por sua causa.

E isso não pode continuar. Ele precisa pagar. Precisa de sofrer.

E qual pior dor seria do que pensar perder a sua querida filha? Aposto que mesmo sendo frio como o gelo, Roger Bernardi, se importa com a sua única e estimada filha, que vive coberta de toda a riqueza e luxo, sem a mesma se dar conta de como ele arranja todo esse dinheiro.

Ando a observá-la faz uns meses e pelo que descobri, ela também não é santa nenhuma. Ao que parece, todos os dias de manhã, ela se encontra no mesmo sítio e na mesma posição, com o mesmo rapaz, que anda com ela e mais cinco ao mesmo tempo. E, hoje iria ser o dia em que a ia apanhar desprevenida.


Eu iria sequestrá-la e levá-la para bem longe daqui e ninguém me iria impedir.

A vingança iria ser feita pelas minhas próprias mãos.

BEM- VINDAS AO MEU ROMANCE, ESPERO QUE O PRIMEIRO CAPÍTULO VOS TENHA AGRADADO

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BEM- VINDAS AO MEU ROMANCE, ESPERO QUE O PRIMEIRO CAPÍTULO VOS TENHA AGRADADO. DEIXEM O VOSSO NOME AÍ NOS COMENTÁRIOS PARA EU SABER. ADORO-VOS.

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