ZAIRA & CAIO 17

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Não estava nada convencida de que isto iria correr bem.

Dei um suspiro de alívio ao ver que não se encontrava ninguém no túnel.

Neste momento a minha cabeça estava preenchida de coisas. A primeira era que iria voltar ao hospital e trazer Caio comigo, isto se ele estiver bem o suficiente para isso. Não me perdoava se ele se magoasse outra vez por minha causa.

De qualquer das formas eu sinto como se lhe devesse algo.

Paro quando ouço alguns passos.
A voz grossa de um homem estava cada vez mais alta e conseguia perceber que ele vinha na minha direção. Escondi-me rápido numa beira onde havia dois caminhos diferentes.

Ele ia sussurrando algo sozinho, como se tivesse algum problema.

Quando ele estava bastante perto de mim reparei que estava cheio de tatuagens e piercings. Estava vestido com um casaco preto até aos pés e vinha com um carrinho nas mãos.

Aquilo era droga?

Escondi-me mais para trás para ele não me ver e continuei a observar os seus passos.

Vi-o a pegar no telemóvel e atender uma chamada.

- Chefe já cheguei, tenho o produto comigo.

Arreguilo os olhos ao perceber que ele estava a falar com o meu pai. Eu precisava de saír daqui o mais depressa possível.

Olho para trás e escolho um caminho qualquer sem pensar duas vezes. Acelerei o passo até começar a ver uma luz ao fundo, suspirei ao ver que estava quase " livre " desta casa de loucos.

- Hey!

Olho para trás e vejo um homem correr na minha direção. Havia sido vista por um dos seguranças.

O meu primeiro instinto foi começar a correr sem parar, em direção ao bosque. Não tinha intenções de ao me cansar, ceder e deixar tudo ir por o cano abaixo, nem por um segundo parei, visto que o tal homem ainda continuava atrás de mim, pronto a me levar ao meu pai.

Quando já estava sem fôlego escondi-me atrás de uma enorme pedra e de lá não saí mais, até ter a certeza que estava segura.

Tinha tanto medo que me encontrassem.

Caio

#flashback on

Estava um dia lindo.

Os cabelos castanhos de Zaira pairavam agora na minha mente, acompanhados dos seus olhos azuis penetrantes.

As minhas mãos rodeavam a sua cintura como se tivesse receio de a perder.

Estávamos os dois sobre a relva a olhar para o céu sem nenhuma pressa de voltar à realidade até que homens encapuzados vêm no nosso encontro e a puxam de mim.

Ela gritava o meu nome e eu apenas tentava alcancá-la mas sem nunca conseguir tirá-la deles.

#Flashback Off

- Nãooo!

Abro os olhos e vejo uma enfermeira medir a minha temperatura.

Tinha tido um sonho que havia acabado como um dos piores pesadelos que havia tido.

A rapariga olhava preocupada para o termômetro e voltava a sua atenção para mim, pondo mais panos de água quente na minha testa.

- Você adora essa jovem não adora?

Ela falou fazendo-me leves carícias no meu cabelo.

- Falei durante o sono?

Ela sorriu e afirmou que sim com a cabeça.

- Está com febre bastante alta, o médico vem cá vê-le daqui a pouco. Esperemos que não seje nada.

- Quando poderei ir para casa?

Sei que não era ela que me poderia dar esta resposta mas estava farto de passar dias deitado nesta cama sem saber o que se passa com ela. Será que Roger Bernardi andava à minha procura? Ou até Theo?

- Apenas o médico lhe poderá dizer, mas não se preocupe, logo logo estará com a sua amada.

Amada diz ela. Zaira foi a mulher que conseguiu que eu esquecesse esta vingança por minutos. Apesar de o motivo que me fez chegar a ela ser mau, ela fez com que eu tivesse alguma felicidade e talvez até amor desde há muito tempo de novo, e isso faz com que eu a queire sempre ao meu lado.

- Acha que duas pessoas podem ficar juntas mesmo quando uma delas tem um passado horrível?

Ela olha um pouco confusa. Sei que a minha pergunta tinha bastantes respostas mas qual delas é que se adequava a mim afinal?

- Eu acho que desde que haja amor, todas as pessoas podem ficar juntas. Basta os dois quererem, rapaz...

Ela olha para mim antes de continuar.

- Não te preocupes com as coisas do passado, ainda és muito novo. Aproveita a vida.

Vi que se chamava Amanda através do quadradinho na sua bata.
Aparentava ter uns 40 e tal anos e tinha cabelo escuro.

Fazia-me lembrar a minha mãe.

- Obrigada. Às vezes acho que o passado diz muito de uma pessoa.

Ajeito-me melhor na cama devido às dores que ainda tinha na barriga. Aquele tiro parece ter-me desfeito todo.

- Descanse. O médico não tarda a vir.

Assenti e fechei lentamente os olhos.

Senti o pano molhado outra vez na minha testa e os passos da enfermeira a saírem do meu quarto.

Parecia que o mundo para mim tinha sido adiado por um tempo e que eu precisava que cuidassem de mim para eu ficar forte o suficiente para derrotar Roger e ficar com a Zaira.

Ainda precisava de procurar o Theo e dizer-lhe tudo aquilo que ele precisa de ouvir. Tudo o que ele me fez passar, tudo que me apoiou, para que é que tinha de acabar assim?

Ouço alguém se aproximar de mim. Sabia que já não era a enfermeira.

Eu conhecia aquele perfume.

Continua

Continuem por aí amores. Bjinhos da Fah

P.S recomendo-vos a ir ver a minha história com a @brunacosta329
Não se vão arrepender.

A conta é @bru_e_fah e a história chama-se: Presa ao Mafioso. [ A imagem deste romance está na multimedia]

Adoro-vos.

In(quebrável) - Máfia e Vingança Where stories live. Discover now