Cumprimentamos Steve e então nos sentamos. O lugar em si era agradável, com um aspecto rústico e uma música ambiente ligada baixinho. Não estava totalmente lotado, mas as pessoas chegavam e iam embora a todo instante, assim como garçons circulavam para lá e para cá com bandejas prateadas. Jenny, como uma legítima alcoólatra, não demorou a pedir seus inseparáveis gim e tônica, e nós, meros mortais em matéria de álcool, acabamos por acompanhá-la.

Descobrimos que Steve vinha de uma família francesa, e que em sua casa, todo mundo falava apenas francês. Encarei Jenny, sabendo que ela não sabia falar nada além de "merci" no idioma dos "frescos que faziam biquinho para falar". Soube no mesmo momento que as piadinhas com os franceses acabariam enquanto ela e Steve estivessem juntos, e a julgar pelos olhares que eles lançavam um para o outro, soube que duraria por um bom tempo. Olhei para Shawn e dei um gole na minha bebida, fazendo uma careta ao engolir. Ele não demorou a rir da minha cara.

— Ainda fraca para álcool? — perguntou, bebericando a dele sem nenhum problema.

— Não é uma das minhas coisas favoritas, com certeza. — dei de ombros, cheirando rapidamente o copo e sentindo meu nariz arder. — Mas uma noite não vai matar, certo?

— Se você diz... — Shawn sorriu e estendeu o copo para mim. Toquei o meu no dele, ouvindo o tintilar do vidro.

Notei que Jenny e Steve nos encaravam e abri um sorrisinho, assistindo enquanto Shawn e ele começavam uma conversa sobre hockey. Tomei mais um gole do meu drink, notando que minha garganta parecia ter se adaptado ao ardor do álcool, então logo após dei outro gole. Agora, sem toda aquela ânsia, o gosto parecia muito melhor, e era quase impossível parar de beber.

Por volta das 21h, quando todos já estavam alegres e entrosados, os risos vindos da nossa mesa eram os barulhos mais altos em todo o pub. Já havíamos feito amizade com o garçom chamado Kile, e considerando o tanto de vezes que o rapaz nos trazia bebidas, acho que ele já se considerava parte do grupo.

— E no dia do trote da faculdade, vi Catherine sair correndo de lingerie com a planta de um prédio desenhada no corpo. — Jenny se acabava de rir, e acabei acompanhando-a ao me lembrar da cena.

A mesa explodiu em gargalhadas, e eu ria tanto que cheguei a me encurvar na direção de Shawn. Apoiei a cabeça em seu ombro, sentindo seu braço envolver meu corpo. Fechei os olhos por uns instantes, inebriada com o perfume e o conforto que a situação me trazia. Quando abri os olhos novamente, encontrei Jenny sorrindo sugestivamente para mim.

— Pare de me olhar assim, O'Callaghan. — resmunguei, me embaralhando na hora de pronunciar o sobrenome dela. Só então minha ficha de que estava bêbada caiu.

— Eu não estou fazendo nada! — choramingou ela feito uma criança birrenta. Steve riu e abraçou-a também, trazendo-a para perto.

— Está sim, está me encarando com essa cara de tarada. — rebati e olhei para cima, vendo Shawn rir. Ele também já não parecia nada sóbrio, mas continuava tão lindo... Me contive para não começar a beijá-lo.

— Você está vendo coisas... — o nariz de Jenny se franziu e Steve beijou sua têmpora, fazendo um sorrisinho surgir em seu rosto. — Aliás, está vendo desde nossas compras na Victoria's Secret.

Mostrei a língua para ela e olhei novamente para Shawn, mas ele me encarava curioso. Franzi o cenho, como se meu cérebro estivesse se esforçando ao máximo para entender o que estava acontecendo, e quando finalmente me lembrei da menção de Jenny a loja de lingeries, senti meu rosto queimar. Não porque eu sentia vergonha, mas porque finalmente tinha me dado conta de que queria mostrar a lingerie pra aquele cara.

Broken Strings | Shawn Mendes ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora