Comedians

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Quarta-feira livre, meus pais se propuseram a me levar a um lugar ao qual eu cogitara conhecer desde que passei a ter um conhecimento maior sobre a arte do improviso; a quinta-feira anterior havia sido noite de Tuca, a quarta-feira subsequente era noite de Comedians! Era minha oportunidade de assistir ao Noite de Improviso e conhecer o mestre da improvisação, o professor dos meus ídolos, ninguém menos do que o gênio do humor; Márcio Ballas. O elenco da noite seria composto por ele juntamente com Edu Nunes, Marco Gonçalves, Daniel Tauszig e Anderson Bizzocchi, era uma turma a qual já conhecia quase por inteiro, mas ainda assim, eu sentia como se algo me impedisse de proferir a eles algo que demonstrasse o meu fascínio àquilo tudo, e isso, não era um sentimento momentâneo, mesmo nas horas em que pudera dialogar com os Barbixas, mesmo com a liberdade que tinha adquirido com eles, eu ainda não me sentia propensa a falar ou a deixar fluir todos os meus sentimentos, o que era, na verdade, algo irrelevante considerando que só o que me impedia eram justamente as coisas que meus pensamentos criavam, os meninos me ouviriam, eles entenderiam, o que ainda me impedia? Mas, aquela não era hora de refletir sobre isso, era o momento de relaxar e esperar até chegarmos à Rua Augusta, ao Comedians à mais uma noite de risos.
Meus pais eram gratos a Renan por ter me ajudado desde aquele dia em que me apresentara o canal dos Barbixas, o que mudou completamente a minha vida, então, eles chamaram-no para que fosse conosco ao Comedians, ao que, claro, eu não me opunha, já que ele era uma boa companhia, faria a noite valer ainda mais a pena.
O espetáculo era marcado para as 21:00h, mas, o local era aberto às 19:00h; chegamos às 19:45h, e o que posso dizer? Aquele lugar era incrível, tanto por dentro como por fora! O palco era ligeiramente perto de onde ficamos, tínhamos mais de uma hora até o início do espetáculo, tempo suficiente para uma boa conversa.
Pouco tempo após chegarmos lá, Andy passou perto de nós, parecia apressado, mas, nem por isso deixou de cumprimentar-nos.
—Olha quem está por aqui –ele disse se aproximando– Meu casal favorito e os pais de Alice, muito obrigado pela presença. –ele disse cumprimentando meus pais.
Renan e eu nos olhamos e eu ri, ele riu também e ficou levemente vermelho.
—Não somos um casal. –eu disse.
—Não quero nem saber, ainda são meu casal favorito. –Andy disse dando um tapinha leve no ombro de Renan– Agora eu tenho que ir, gente, está passando da minha hora, boa noite pra vocês quatro, divirtam-se.
—Obrigado. –Renan disse– Bom espetáculo pra vocês.
Andy agradeceu e foi se arrumar para o espetáculo.
—Então, Renan, já veio aqui? –minha mãe perguntou.
Agradeci mentalmente a ela por iniciar outro assunto e deixar de lado o "casal favorito". Que ideia...
—Sim, algumas vezes, já adianto que vale muito a pena.
—É, se são algumas das mesmas pessoas que fazem a Lice rir o dia todo, vai valer sim. –disse meu pai.
O assunto fluiu por mais um tempo, até que finalmente o espetáculo iniciou.
Tauszig, Ballas, Andy, Edu e Marcão em apenas alguns jogos deram um verdadeiro show de humor naquele lugar, a platéia, de certa forma, participava do espetáculo, meus pais, respondendo a algumas perguntas feitas por eles no palco, deram tema para um jogo, que, como os anteriores, havia sido hilário.
O espetáculo tinha duração de uma hora e meia, esta passou tão rapidamente que nem vimos o tempo correr.
Quando tudo acabou, já perto de sairmos, vimos o mestre Ballas, próximo de Edu, Tauszig, Andy e Marco, meus pais, Renan e eu fomos até eles parabenizá-los pelo espetáculo.
—Oi.. –eu disse me aproximando de Ballas– Parabéns pelo espetáculo.
—Muito obrigado. –disse Ballas.
Renan, então disse:
—Anda, abraça ele! Ele não vai te morder. –falou rindo.
—É, moça, pode confiar. –ele disse.
O abracei e depois fiz o mesmo com o resto do elenco. Peguei meu celular e tiramos uma foto com eles, agradeci e fomos pra casa.
Mais uma noite de humor pra conta, São Paulo estava me proporcionando momentos que eu jamais imaginara receber.
—Então, casal é..? –disse meu pai rindo quando entramos no carro.
Rimos e ficamos em silêncio, apenas.
—Ok, já entendi a resposta. –ele disse e seguimos até em casa.
Casal? Nós? Ora, que ideia...
Ah, Alice do passado, você nem imaginava o que viria dali pra frente.

Nos Improvisos da VidaWhere stories live. Discover now