Convite Improvável

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A cada semana que se passava eu tinha a nítida noção de que cada vez mais eu me aproximava dos Barbixas, eles, de certa forma, se tornaram amigos para mim, se eu representava o mesmo para eles, eu não podia afirmar, mas podia sentir que me tratavam cada vez mais de maneira incrível. Sentia-me, cada vez mais, rompendo a barreira da timidez e criando laços de amizade que jamais imaginara alcançar novamente, eu estava tecnicamente estabilizada, tinha pessoas com quem contar a qualquer hora mesmo que apenas com um vídeo.
Eles, o Improvável e tudo que lhes dizia respeito tinham passado a me encantar e ocupar lugar na minha rotina. Passado aproximadamente um mês desde que os conhecera a minha vida já havia se tornado um pequeno palco em que se apresentavam os meus problemas, minhas inseguranças e eles que se tornaram a minha salvação perante aquilo tudo; cada diálogo, mesmo que curto, trocado entre eles me fazia ter cada vez mais a convicção que eu tinha escolhido as pessoas certas a quem recorrer.
Na primeira terça de abril, recebi um convite que não esperava, mas que veio no momento certo; Renan me chamou para ir em sua casa resolvermos coisas da escola, fui e quando tudo já estava acertado ele disse:
—Então... Eu tenho uma coisa pra te contar. –ele disse pegando um envelope em cima da mesa e me entregando.
—O que é? –falei.
—Olha aí.
Abri o envelope e dentro vi que tinha dois ingressos... pro Improvável.
—Então. –ele começou– Um tal de Daniel Nascimento... acho que você o conhece. –abri um sorriso–Ele veio aqui deixar isso e disse que além do espetáculo de quinta-feira, que a gente vai, nós estamos convidados a chegar algumas horas antes pra conhecer as dependências do Tuca.
—Peraí... Quê?!
—Sim, é sério... Talvez tenha sido eu a dizer que você é fascinada por aquele lugar.
—Olha só... Já me conhece tão bem. –falei abraçando-o.
—É... Não tão bem, mas na medida do possível, sim.
Olhei pro relógio e vi que já era hora de voltar pra casa.
—Tenho que ir agora.
—Mas já?
—Isso me lembra o dia que nos conhecemos realmente. –falei rindo.
—Realmente não, porque eu não sei nem metade sobre você. –ele disse.
—Talvez um dia você possa conhecer. –falei.
—Realmente espero isso.
Me levantei do sofá e já prestes a sair, ele disse:
—Combinamos por mensagem o horário certo de quinta-feira, ok?
—Okay. –olhei pro envelope que ainda estava comigo– Você guarda isso, ou eu?
—Eu guardo. Te conhecendo como já conheço, você conseguiria perder isso nesses dois dias.
—É, realmente já me conhece melhor do que eu achava.
Rimos e eu, enfim, voltei pra casa.
Entrei no meu quarto e logo planejei a roupa de quinta, o que diria a eles e tudo mais... Eu estava realmente atordoada com aquilo tudo, aquela proposta do nada, melhor maneira de alegrar uma semana até então comum.
Era só aguardar... Quinta-feira valeria pelo resto da semana.

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