Casal na Sé

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Era sábado de manhã... Meus pais de folga, eu desocupada, resolvemos então sair e ver um lugar de São Paulo, que eu pouco conhecia, mas, sem dúvidas, considerava belo; a Praça da Sé. No caminho eu ia observando cada detalhe das belas, e ainda tão desconhecidas, ruas de São Paulo e pensando: 'Um dia eu vou realmente me encontrar nesse lugar tão grande'... São Paulo era encantadora, isso era óbvio, talvez por isso tantos 'turistas' a tinham como segundo lar, eu já quase passava a considerar meu mundinho, mas algo ainda me prendia às minhas origens longe dali.
Chegamos não muito cedo, não muito tarde, mas com tempo o suficiente para aproveitar a maravilhosa sensação de estar ali, e, era simplesmente tudo incrível. A todo momento eu via pessoas desconhecidas circulando ali, algumas registravam cada passo, outras sorriam, algumas se abraçavam, casais se beijavam, amigos se encontravam, eu observava toda aquela interação pensando em um dia poder ser uma daquelas pessoas... Em meio a tantos casais e tantas famílias desconhecidas, vi, de costas, e não muito longe, um casal com duas crianças, eles dois pareciam felizes, e as crianças, duas meninas, pelos olhares que lançavam ao redor de tudo, pareciam estar amando tudo aquilo; ela levantou para atender o telefone e ele ficou onde estava, brincando com as meninas, eu parecia já o conhecer, mas não distinguia bem considerando que podia ser qualquer pessoa, mas, quando finalmente pude distinguir quem era a mulher, vi que aquele não era um casal qualquer, percebi também que já a conhecia, não pessoalmente, mas por seu incrível trabalho como atriz, era ela, Samara Felippo!
—Samara? –falei me aproximando depois que ela desligou o telefone.
—Oi?! –ela disse parecendo ser bem simpática.
—Desculpe se incomodo, mas é que admiro seu trabalho há anos, posso tirar uma foto com você?
—Claro! –ela disse passando a mão no cabelo.
Peguei o celular do bolso e tiramos a foto, agradeci e ela disse que tinha sido um prazer, pouco depois voltou até onde estavam suas filhas. Olhei para Elidio com as meninas, ele agia como um verdadeiro pai, parecia tratá-las até melhor do que muitos pais, ele viu que eu estava ali e disse:
—Alice?!
—Oii! –falei meio sem saber como reagir.
—Tudo bom? –perguntou.
—Tudo ótimo, obrigada. E com você, pelo visto está melhor ainda.
Ele abriu um leve sorriso, confirmando o que eu dissera.
—Já se conhecem? –Samara perguntou.
Sorri para Elidio que disse:
—Alice é barbixete e foi recentemente no Improvável, além do que, temos um amigo em comum.
—Ah, então não sou a única de quem ela conhece o trabalho. –ela falou rindo.
—Fazer o que se o canal tá popular, né. –ele disse dando um beijo na bochecha dela.
—Nem vem, que eu conheci o trabalho dela bem antes de ao menos pensar em morar em São Paulo. –falei rindo.
—Muito bem, por isso que as moças tiraram foto e me deixaram aqui. –ele falou fingindo raiva.
—Tem que aproveitar esses momentos e tietar né, colega. –falei o que arrancou risos de nós três.
Tirei uma foto com os dois, agradeci e nos despedimos.
—Já tem que ir? –Elidio falou.
—Já, sim. Até o próximo Improvável. Foi um prazer conhecê-la, Samara, espero vê-la novamente.
—O prazer foi meu. –ela disse. –Quem sabe nos vemos qualquer dia no Improvável.
—É, talvez. –falei sorrindo. –Tchau e bom dia pra vocês e pra essas meninas lindas. –falei olhando pra elas, que logo sorriram.
Saí e voltei até onde estavam meus pais, olhei para trás de novo, Elidio beijava Samara, enquanto Alicia e Lara brincavam juntas, eles pareciam compartilhar juntos algumas das mais belas demonstrações de amor, afeto e carinho, como uma verdadeira família, qualquer um, mesmo que não os conhecesse podia facilmente afirmar isso.
Meus pais e eu saímos de lá algum tempo depois, na volta pra casa vi as fotos tiradas. "Que manhã incrível!" eu pensava...
Ah, São Paulo, sua linda, que surpresas mais você me traria daqui pra frente?..

Nos Improvisos da VidaWhere stories live. Discover now