Quando te vi

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  Bom, mais um capítulo aí para a passagem de Natal.

Divirtam-se!  

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Letícia esticou os braços para os lados, sentindo-se descansada. Havia dormido melhor do que a noite anterior. Virou-se em direção à porta, abriu os olhos... e encontrou Ricardo a mirando com fascínio e ternura. Sobressaltou-se por um instante, mas depois se lembrou do motivo de ele estar ali... e de ter dormido mais tranquila.

- Bom dia. – ele sorria – Eu... a assustei?

- Um pouco... quer dizer... eu me esqueci que te pedi para dormir aqui – ela se ajeitou na cama e sentou-se. Desviou o rosto envergonhada – Desculpe por ontem.

- Não, Letícia, não precisa se desculpar... você estava tendo um pesadelo. Ouvi seus gritos... e vim correndo para ver o que era.

- Gritei tão alto assim? – estranhou, afinal, o quarto dele ficava no fim do corredor

- Na verdade... não. Estava pelo corredor. É que tenho um pouco de insônia... então me levanto no meio da noite e fico andando por aqui até pegar no sono.

- Mesmo assim te fiz dormir todo desconfortável nessa poltrona.

- Imagina... aqui é bastante cômodo, pode acreditar – abriu um largo sorriso – E depois... foi um prazer ver você dormir... e também acordar.

- Ai, meu Deus! – ela abaixou a cabeça e colocou as mãos em volta do rosto

- O que foi? – indagou preocupado

– Devo estar horrível toda descabelada e com a cara toda amassada!

Ricardo soltou uma gostosa gargalhada. Apesar de constrangida, Letícia gostou de escutá-la.

- Ah, Letícia... só você mesmo.... Não se preocupe, garanto que você fica linda ao acordar.

- Ah, por favor, Ricardo... nem a mulher mais bela do planeta consegue essa proeza. – reclamou a despeito de gostar do comentário

- Pois eu estou olhando para a mulher mais bela do planeta – disse sério. Letícia engoliu em seco – E para mim, ela está muito bem.

Letícia não soube o que responder. Ricardo tinha o dom de deixá-la sem fôlego... e quente com apenas um comentário. Permaneceu o mirando por um longo tempo tal como ele o fazia.

- Er... você não tem que se arrumar para ir à empresa? – em algum momento, ela se lembrou de perguntar para quebrar aquele silêncio.

- Não. – sorriu – Esqueceu que hoje é sábado?

- Ah, é mesmo.

- Se bem que às vezes tem sábados que costumo ir à multinacional quando tenho alguma reunião urgente ou algum problema de última hora. Mas hoje não é o caso.

- Então... você vai ficar na mansão comigo? – não quis transparecer a alegria, mas seu tom a denunciou

- Se você quiser, podemos – alargou o sorriso – Mas tenho outros planos.

- Quais?

- Pensei de passarmos o dia tentando verificar se você não se esqueceu de dirigir mesmo com a perda de sua memória. Podemos praticar em ruas mais tranquilas aqui perto e depois almoçarmos fora. O que acha?

- Nossa... quer dizer que vou poder dirigir um dos meus carros? – parecia uma criança entusiasmada, mas não se importou em demonstrá-lo.

- Claro que pode. Mas irei supervisioná-la – balançou o dedo em riste – Nada de gracinhas.

Perigosas LembrançasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora