Alta tensão

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  Bom, mais um capítulo, espero que gostem!  

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Daniel Ribeiro.

O nome não dizia nada a Letícia. Estranhou o envelope estar no nome de uma única pessoa, sendo que a recepcionista havia mencionado que o buquê foi enviado pelo pessoal da ONG.

Deu de ombros; talvez fosse alguém da diretoria representando a todos. Colocou o ramalhete em cima da pequena mesa ao lado do celular e abriu o envelope. Era um cartão, mas no seu conteúdo não havia felicitações ou desejo de melhoras pela saúde. Na mesma caligrafia do envelope, estava escrita a seguinte mensagem:

LIGUE PARA O NÚMERO ABAIXO COM A MÁXIMA URGÊNCIA. POR FAVOR, NÃO DIGA OU MOSTRE A NINGUÉM ESTA MENSAGEM.

Logo vinha o número do celular indicado. Letícia franziu a testa. Que espécie de mensagem era aquela? E quem era o tal Daniel Ribeiro?

Mais uma vez tentou puxar da memória, mas não conseguiu associar o nome à figura.

Deveria ligar ou não? E se fosse algum maluco? Afinal, era muito estranha aquela mensagem e o pedido de mantê-la em segredo. Olhou para seu smartphone em dúvida. Apesar da desconfiança, a curiosidade em saber quem era o tal Daniel e o que queria era maior.

Aproximou-se da mesa, pegou o aparelho e estava prestes a discar o número quando a porta se abriu. Dessa vez, era Luciana.

- Mãe? – Letícia ergueu o rosto e arqueou as sobrancelhas.

- Ai, querida, você não imagina o que aconteceu! – Luciana foi entrando do seu jeito frenético e risonho – Quando eu comecei a fazer minhas compras pelo shopping e ia ligar para Elizabeth... ahm... Elizabeth Toledo, uma das maiores socialites responsáveis por organizar eventos de caridade – esclareceu ante a fisionomia confusa da filha – ... eu me dei conta de que estava sem um dos meus celulares, o que tem o número dela... – riu – Nossa, minha princesinha, entrei em pânico... o Antônio quem teve que lidar com meu chilique... Hum... Bom Antônio...ele é o meu motorista e sempre me acompanha com paciência nessas compras, além de ajudar a carregar as sacolas, é claro... Mas o fato é que ele me acalmou e me fez lembrar de que eu só poderia ter deixado meu aparelho aqui.

- Ahm... bem... eu não o vi – respondeu Letícia atordoada pelas informações que a mãe lhe passou em disparado. Ainda tentava se adaptar à sua personalidade. Olhou para a mesa e para a cama, mas nada – Tem certeza que o deixou aqui?

- Tenho, querida... Lembrei de que estava no banheiro na última vez que o usei – replicou Luciana, porém, sua atenção estava voltada para o ramalhete em cima da mesa. Abriu um sorriso – Que lindas suas orquídeas!

- Ah... são orquídeas?

- Sim, princesinha, suas favoritas. – Letícia arqueou as sobrancelhas com ar de surpresa. A mãe a fitou com malícia – Hum... Vejo que Ricardo não perdeu o jeito.

- Er... não foi o Ricardo que me mandou as flores – esclareceu, porém, no minuto seguinte, arrependeu-se ao ver a expressão de sua mãe se congelar e mudar para outra. De pânico. – Mãe?

- Quem foi que mandou as flores, Letícia? – seu tom alegre de antes mudou repentinamente para um tom apavorado

- Er... eu não sei... – Letícia se espantou com sua súbita mudança de humor – Disseram que foi o pessoal da ONG.

- Mandaram um cartão?

- Sim, mas...

- Me deixe ver o cartão. – estendeu a mão

Perigosas LembrançasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora