Suspirou.

Deixe de bancar a garotinha virgem e boba.

Olhando-se com coragem, principiou-se a tirar a roupa. A vergonha começou a inundá-la, mas resistiu e encarou firme a imagem refletida sem roupa.

Admirou-se. Seu corpo era lindo. Ela com certeza se cuidava antes do acidente. Era bem magra e sem barriga, mas com as curvas generosas nos lugares certos: os seios grandes, a bunda empinada e até cheia, as pernas torneadas e as coxas um pouco grossas. Nada de celulite ou estrias.

Soltou o cabelo. Era longo e emoldurava seu rosto fino e harmonioso. Sim, agora se via com mais clareza. Era bonita. Muito bonita. Estava se acostumando com aquele rosto, embora não o reconhecesse em lembranças anteriores.

E pensar que Ricardo já a havia visto daquele jeito... e a tocado... e beijado cada parte sua... e... Nem completou o pensamento. Mas o calor que experimentava era maior do que a vergonha.

O jeito que ele a olhou e insinuou sobre a lua-de-mel deles. Confinados no quarto... fazendo...

Quando se deu conta, as mãos de Letícia estavam alisando seu pescoço e descendo para os seios. Pôs as mãos na cabeça e balançou-a várias vezes para o lado...

Não! Pare de pensar isso, sua pervertida!

Entrou rápida no box; tomaria um banho frio. Era o que precisava para apagar aquele fogo!

Como podia ficar pensando em coisas assim? E não era ela que estava com pudores até horas atrás? Ou será que aquele era outro lado de seu eu original que começava a se manifestar? Mesmo que fosse, não estava preparada para deixa-lo vir à tona.

Abriu o chuveiro e o choque da água fria em seu corpo fê-la se estremecer. Gemeu. Logo se acostumou com a temperatura. Encheu as palmas com sabonete líquido e começou a se ensaboar.

Sua mente a levou para outra direção. Ou quase. A foto dela que havia levado Ricardo a comentar sobre a lua-de-mel; um contraste com as fotos tiradas dela em seu casamento. Nessas, não parecia nada feliz, quase uma múmia ambulante; naquela, estava mais radiante e serena.

Ora, talvez significasse o que supôs: no dia de sua boda, aconteceu algum fato que a deixou entristecida a ponto de não conseguir posar feliz para aquelas fotos.

Mais uma vez, sua mente traiçoeira a conduziu para os pensamentos que queria evitar. Ricardo. E em como era a intimidade sexual entre eles. Tentou reprimir quaisquer imagens e fechou os olhos, disposta a desviar o rumo de seus pensamentos.

Ricardo imprensou suas costas contra a parede com rapidez, mas sem brutalidade. Ela arfou tanto por seu movimento como pelo contato frio dos azulejos molhados e mais ainda quando ele levantou seus braços e os prendeu acima de sua cabeça. No olhar do homem, brotava desejo e paixão incontroláveis. A respiração dele ofegava em seu rosto.

Uma mão, segurava seus braços imprensados na parede e, a outra, deslizou por seu rosto, demorou-se em contornar seus lábios com os dedos – ela fechou os olhos para apreciar o toque, uma simples carícia que conseguia enlouquece-la – e, em seguida, desceu lentamente pelo pescoço, massageando-o e acariciando-o.

Os seios foram seu próximo alvo. O direito foi o primeiro ser envolvido numa carícia lenta e tortuosa, o mamilo latejava de excitação.

- Ah, Ricardo... – ela arqueou a cabeça e gemeu seu nome

- Isso, Letícia, não se contenha – ele aproximou a boca de sua orelha e sussurrou numa voz rouca enquanto a mão pressionava mais o seio e beliscava o mamilo – Geme para mim, querida. Me excita escutar você...

Perigosas LembrançasWhere stories live. Discover now