— Queria ter visto meu sobrinho... — Aaliyah ralhou, o que me fez abrir um sorriso.

— Daqui uns meses você irá poder vê-lo, princesa. — Coloquei a mão sobre seu ombro. — Prometo.

— Ai meu Deus... — Ouvi mamãe murmurar e me virei para ela, seguindo seu olhar em seguida.

No nosso jardim, uma mulher de cabelos negros e rebeldes gritava. Senti meu estômago dar um salto, não era novidade para ninguém que minha tia Katie havia ficado um tanto "desequilibrada" após a morte do filho, mas eu não conseguia entender o porquê dela estar armando escândalo na porta da minha casa.

— Katie? — Minha mãe perguntou assustada, se aproximando devagar.

— VOCÊ! — Ela gritou, apontando para mim. — O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO? NÃO É JUSTO O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO!

Arregalei os olhos e me encolhi, mas Shawn rapidamente entrou na minha frente. Ergui o olhar e ele passou o braço em torno de mim, me empurrando mais para de trás dele. Segurei seu braço, mas mantive o olhar fixo na minha tia. Seus olhos transbordavam ódio enquanto ela me encarava, ainda apontando para mim.

— ESSA CRIANÇA É MINHA! — Ela insistia em apontar, mas lágrimas escorriam pela pele pálida. Apertei ainda mais o braço de Shawn. — DEUS ESTÁ ME MANDANDO ELA ATRAVÉS DE VOCÊ!

— Essa mulher é maluca! — Karen sibilou, segurando Aalyiah.

— Vamos entrar, Cat. — Shawn sussurrou, saindo da minha frente e passando o braço pelos meus ombros. — Você não pode se estressar com isso.

— ESSA CRIANÇA VAI SER MINHA, DE UM JEITO OU DE OUTRO, CATHERINE! — Os gritos de Katie ecoaram novamente e eu me encolhi. Shawn me apertou mais forte.

— Calma, está tudo bem. — Ele tornou a sussurrar, apoiando os lábios na minha têmpora. Passei um braço em torno de sua cintura e apoiei a mão livre na minha barriga.

— Nós estamos aqui, querida. — Karen afagou meu braço, e eu abri o melhor sorriso que consegui. — Ela tem que ser internada.

— Vamos proteger você! — Aaliyah disse, entrando a minha frente como se tentasse me proteger e então abrindo a porta.

Foi impossível não rir, mas tudo mudou quando ouvi minha mãe tentando acalmar minha tia aos berros. Karen entrou logo após a filha caçula e então Shawn me deu passagem, deixando que eu tomasse a frente e então batendo a porta atrás de mim. Ainda podia ouvir os berros vindos do lado externo, e por mais que eu tentasse ignorar, era praticamente impossível. Haviam tantas pessoas me protegendo, mas será que seria o suficiente para conter aquela maluca?

Cinco meses.

— Vamos ver como esse bebezinho está indo...

Abri um sorriso largo, sentindo o gel tocar minha pele, o que me fez estremecer. Apesar de já ter cinco meses de gestação, ainda não conseguira me acostumar com aquele treco gelado. Me voltei para Shawn, que permanecia de pé ao meu lado, o olhar fixo na tela, assim como nossas mães. Talvez, dona Karen e dona Mary estivessem mais animadas e ansiosas do que nós mesmos, o que era engraçado de se ver.

— Hmm... — A médica crispou os lábios, deslizando o aparelho sobre a camada de gel. Me agitei sobre a cama.

— O que houve? Tem algo errado? — Meu coração acelerou instantaneamente, o que fez todo mundo se voltar para mim.

— Somente se você estiver com fé de que está esperando um menino. — O sorriso se alargou no rosto da Dra. Forbes. — Se alguém tiver apostado em um garoto, a propósito, podem cobrar. Vocês terão uma menina. Uma menina muito saudável, por sinal.

Broken Strings | Shawn Mendes ✓Where stories live. Discover now