O Caminhar da Fúria

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Odiava caminhar por Londres, desde os tempos antigos, conseguia sentir o cheiro do lodo que estava impregnado nas calçadas e das pessoas que caminhavam na rua. Até que eu ouvi um zumbido, aquela sensação.

Magia antiga.

Avancei rápido entre as pessoas, aquela presença estava mais forte, mas estava rápida. O que devia ser? Onde estava a fonte?

Foi então que vejo uma carruagem passar por mim.

O cheiro vinha forte dali, era mestiço, pois a presença era mesclada. Havia algo antigo e forte vindo dali. Mas algo ali, parecia ser do meu povo. Foi então que eu ouvi a explosão.
Me virei, o barulho vinha da outra rua. Por isso odiava sair da minha terra. Eles eram complicados, incomuns e estranhos as vezes. Todos aqueles seres possuíam uma presença estranha, eram volúveis e imprevisíveis.
Avancei o passo até a outra rua, a carruagem havia batido contra a viga, e a estrutura havia sido abalada, tinham muitas pessoas na rua, o portal da galeria estava todo destruído e tinham várias obras de artes antigas espalhadas pelo chão, as pessoas demostravam sua ganância estampada em seus rostos, agrediam umas às outras em uma tentativa de tomar aquilo que não eram delas, mas a ganância não era apenas algo humano. Na minha classe também havia, e em minha raça havia até morte por causa disso.

O que me chamou a atenção foi a presença de uma caixa fina de mogno escuro, ela emanava uma energia crua e um pouco estranha, mas algo muito famíliar e antigo, entalhado ao redor dela havia escritas antigas e bem velhas, minha mãe devia saber o que estava escrito ali. Um dos assaltantes veio na direção da caixa, logo percebi o por que. Eles queriam os artefatos. Saquei uma adaga e acertei sua mão, ele me olhou com olhos vidrados.

Ah droga, aqueles olhos vazios e sem emoção. Significava apenas uma coisa, que havia uma mão por trás daquele fantoche. Seus comparsas estavam carregando bolsas de artefatos. Eles viraram em direção a mim, avancei acertando um chute no peito do assaltante, jogando ele para trás, abaixei devagar e peguei a caixa. Um deles correram em minha direção com uma adaga em punho, virou seu punho em minha direção e esquivei lentamente, os movimentos deles eram descoordenados e muito simples de ler. Acertei o rosto de um deles em cheio. Ele caiu e se levantou tonto, eles se entreolharam, desistiram e fugiram.

Algo em mim me dizia que eu devia segui los, mas pra mim não eram muito importante. Eles deviam estar trabalhando para alguém. Eu levaria aquele assunto ao conselho e eles iriam resolver. Como um descendente de Elder eu tinha que me preocupa com a minha raça, não os humanos.

-- Andrew, então você estava aqui! - gritou uma voz feminina. - O que você estava fazendo? - veio correndo até mim, vestia uma manta permitindo se ver apenas suas pernas expostas e as botas que eu havia lhe dado. Sua pele bronzeada ficava em contraste com seus cabelos castanhos escuros, seus olhos cor de mel, chamava minha atenção. Seu olhar era feroz, mas ainda sim dócil e em sua face possuía algumas marcas indígenas feitas em um tipo de tinta vermelha, eram as tatuagens de sua tribo.

Os Malik.

Seres com a habilidade de convocar ou mesmo se transformar em animais.

- Oi Celina. Desculpe me. Eu estava curioso.

Ela me interrompe:

- Curioso? Andrew, você sumiu do nada, e eu tiver que te rastrear. - seus olhos estavam esboçando uma forma de raiva, mais ainda sim, podia se ver que era apenas preocupação.

- Ah então você estava preocupada? Hum... Será que se lembrou da nossa promessa? - digo sorrido.

O rosto bronzeado de Celina se encheu de cor e ficou vermelho.

- Não sei do que você está falando. - Se virou de costas e saiu andando.
Comecei a caminhar logo atrás dela, ela parecia pisar forte no chão. Como uma criança emburrada que havia sido descoberta. Foi aí que vimos a cena.

A carruagem que estava quebrada na lateral estava aberta, ao lado dela tinha um garoto de aparência estranha e pele muito branca. Seus cabelos cor de areia entrava em contraste com a pele dele. É em sua frente tinha uma menina. A pele dela era menos branca que a dele, mas podia se ver em suas costas brotarem asas vermelho-sangue e em sua cabeça crescer pequenos chifres curvados. Ela se ergueu e voou em direção a um vulto que corria em disparada, a silhueta de um humano. Aquele pobre humano corria como se sua vida dependesse disso. É deveria.
Aquela garota era uma súcubos e não desistiria de pega-lo sem um bom motivo.

Aquele menino estava morto. Só apenas não sabia disso...

Mas ainda sim eu sentia algo vindo dele.

-Andrew, temos que salva-lo!
-Não, não temos. Ele não é nosso conhecido, nem nada.

Celina não conseguia compreender que eu não gostava dos humanos. Eles eram mesquinhos e nunca eram muito fiéis em relação a honra e união. Minha irmã havia sofrido muito por causa de alguns humanos. É pouco tempo depois ainda se aventurou em arrumar uma amiga humana, a pobre menina até era aceitável, mas os humanos a mataram por ela ser diferente, por ser uma Heirs. Eles não compreendiam como nós éramos ou mesmo como o equilíbrio era mantido. É por isso o Destino nós abandonou.

Virei minhas costas para aquele humano, do mesmo jeito que o Futuro virou as dele para nós.

*** Recomendação***

Venho recomendar a história de uma amiga minha, ncalimeris, a história segue a linha fantasia.

Restaurante Medéia

Aproveitem.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 25, 2017 ⏰

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