O Erro

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Fui eu o culpado pela morte dela.

Fui eu o carrasco que por fim colocou a termino aquela história. Ali jaziam em seus braços, seus lúcidos braços, sua esposa, Serena. Possuía uma face de alivio como se o fim não fosse a pior coisa, como se não fosse o início de uma jornada ao além de tudo que havia em vida, mas ela me olhou como se eu fosse a última luz no fim do túnel. Mas eu nunca poderia ser aquela luz, fui eu o responsável... Havia colocado pressão demais a ela. Até que eu a ouvi:

- Eu sempre te amei, e nunca menti a você. Sim eu havia vindo em busca de um fim a fera que existia nessa terra, mas eu nunca pude acreditar que ela podia ser um jovem galante e sozinho nessa imensidão. Eu me apaixonei por você...
E Lucy é o fruto de meu amor... Mas pra mim, sua falta de fé em mim me machucou mais que a própria a dor de minha doença, a dor de uma doença que não tinha uma cura aqui... Mas eu espero que perceba o que há aqui, antes que seja tarde demais... Cuide de Lucy, ela é nosso anjo, a nossa pequena luz. Quem sabe não nos encontremos no paraíso, meu amor, saiba que eu o amo, me perdoe.

E assim partiu Serena, aquela que foi minha luz por uma década, aquela que me deu o anjo de cabelos loiros e aquela que me amou mesmo quando a odiei por mentir para mim... Desde que eu comecei a duvidar de sua verdade, de sua integridade.

Lucy entrou devagar em nosso quarto e olhou para mim e para sua mãe que jazia fria em meu colo e repousava com a face calma.

- A mamãe está dormindo, papai? - disse ela aos seus oito anos, que me olhava docemente.

- Venha aqui, Lucy.

A pequena criança caminhou em minha direção e deitou ao lado de sua mãe, e se aninhou mais uma vez a ela.

- Mamãe está fria, ela está bem papai.

- Não, meu anjo. A mamãe está dormindo... Mas ela não vai poder acorda mais. Ela foi para o Céu, agora ela está em paz.

Pela primeira vez em toda a vida de Lucy... Ela derramou uma lagrima, uma pequena e brilhante lagrima, que escorria lentamente por seu rosto, e molhava sua face com a macha de dor. Em toda sua pequena vida nunca havia chorado, nunca um choro de lagrimas ou até dor, nem mesmo derramado uma lagrima sequer. O silencio reinou e o tempo parecia que havia parado por um segundo. Até que a gota atingiu o rosto de minha esposa. E foi ai que tive minha primeira surpresa e tristeza. O longo cabelo de Lucy que por um longo de sete anos tinham sido loiros agora tinha começado a escurecer desde primeiro fio de cabelo até o ultimo. Estavam totalmente negros.

Esse tinha sido meu erro, e foi o que custou a vida de Serena...

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