A Lua e a Tempestade

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Sim, eu era aquele que todos temiam e choravam de medo ao ver minha presença, a simples menção de mim os assustava nada poderiam fazer. Aqueles modos eram parte de mim. Um pobre homem vazio e solitário que devia seguir firmemente as leis da família, que eram passadas de geração em geração. Até que eu conheci Serena, uma jovem de cabelos negros, olhos castanhos e que possuía uma aparência jovial e animada, totalmente diferente de todos os lugares de minha região. Ela era alta, formosa, doce, gentil e completamente justa. Além de um detalhe um tanto diferente, ela era descendente de Orientais, sua pele era pálida, seus lábios vermelhos e seus olhos só viam a verdade, mas eu... Não, eu só via ela...

Onde eu a encontrei? Ela repousava deitada em uma pequena pedra, enquanto molhava sua face pequena e jogava seus cabelos para trás. Sua formosura se destacava em uma roupa estranha, e pela maneira como se vestia não devia ser daqui. Seus cabelos eram negros e completamente lisos, sua pele era clara como a neve, seus lábios estavam pintados de vermelho, havia uma pequena e clara pintura em seus olhos de cor rosa que o dava um contraste belo aos seus olhos acastanhados, suas vestes eram estranhas, mas me parecera um pouco familiar. Ela devia ser de alguma região da Ásia. Vestia algo que eu tinha visto há muito tempo. Um quimono, ele era de tonalidade rosa bebê com uma camada extra de violeta, e em suas faixas possuía uma espada oriental. Ela era linda, e devia ser minha... Eu saí de dentro das sombras e me revelei a ela. Ela suspirou com o susto e me disse:

- Quem é você? - disse ela se levantando. E pegando a espada.

- Calma. Perdoe-me por minha intromissão, mas e que eu nunca vi menina mais linda que você.

A menina parecia surpresa com a pequena afirmação sobre sua beleza. - Obrigada, mas não sei que é você, e eu não confio em estranhos.

- Me perdoe, meu nome é Vladmir Valério.

- Então você é aquele no qual me enviaram pra livrar lós dos mal. Você e o líder dessa cidade? - disse a jovem com um olhar pensativo, e parecia até um pouco surpresa.

- Sim

- Mas você é apenas uma criança. - disse a menina com surpresa aparente.

- Com sua licença, minha dama. Eu já possuo 18 anos. E pelo que vejo, sem querer ofende-lá. Também es tão jovem quanto eu. - digo rindo a ela, que me olhava com um ar divertido.

- Se enganas eu possuo 20 anos, mas já que anda tão cortes e educado, lhe direi meu nome. Meu nome é Serena Tsukihime.

Um nome tão nobre e belo a uma criatura que chegava a ser bela. Assim como a própria deusa. Mas isso era demais para ele, eu precisava tê-la e senti sua mão na minha e seu cheiro próximo a mim.

- Aqui um presente meu. - lhe jogo uma rosa branca, com uma pequena fita vermelha.

- Obrigada. - diz Serena, que pegou a rosa rindo, mas logo que toco a rosa, e os espinhos lhe furaram o dedo ela começou a mesma começou a fazer efeito ela me olhou com surpresa e começou a cair devagar, mas eu a tive em me abraço antes. Ela era linda, sua pele era suave e lisa.

- Mil desculpas, minha Serena, mas eu a quero comigo.

Eu a queria tanto, que até mesmo a sequestrei- a ao refúgio de meu Castelo, onde nada podia leva-lá de mim. Tanto que quebrei a pequena regra de minha família.

***

Eu podia realmente dizer a mim mesmo que estava em paz, eu havia conseguido trazer a jovem ao meu encontro, mas ela seria minha convidada de honra, mas como eu poderia o faze- lo agora,  isso seria difícil, por parte de te lá trazido contra a vontade dela. E ela havia me dito que eu era o motivo de sua chegada. Durante meus 10 anos preso ao Castelo sem nenhuma presença, aquilo havia me causado uma dor muito grande, uma solidão que me consumiu por muito tempo até eu aprendesse a conviver com ela.

Agora parado em frente à porta do quarto dela, me deixa apreensivo, eu havia me apaixonado por ela. E ela com certeza devia me odiar, eu devia ser a criatura mais hedionda de todas. Ao abrir a porta devagar, vi um vulto se adiantar em minha direção, de uma maneira que nem pude a ver chegar a mim. O golpe havia sido um movimento rápido que havia cortado de meu ombro até a parte lateral de minha costela, ela havia sido certeira, se tivesse apenas acertado mais um pouco o teria acertado de maneira fatal. Não havia nada que eu pudesse fazer, e parte disso era culpa minha, havia me esquecido de lhe tirar a espada, mas não podia fazê-lo, se já a tinha sequestrado a início. Neste instante o ferimento que tinha marcado minha carne escorria por todo o meu peito e minha pele estava exposta, no mínimo uma ou duas veias abertas em meu ombro, ela me olhou com o rosto surpreso. Por mais que eu possuísse minha espada embainhada na cintura, eu não a saquei mesmo a vendo vindo em minha direção. O corte era profundo e eu me senti tonto. Sua face de espanto foi à última coisa que vi, antes de desmaiar. Acordei com Serena ao meu lado, me olhando com medo.

- Olá, meu anjo. Como vai? - disse lhe.

- Como pode me chamar assim mesmo depois de eu ter lhe apunhalado? E por que não se defendeu eu vi que poderia fazer lo.

-Por que eu iria lhe ferir? Você que é tão bela quanta a Deusa... Além do mais fui eu o culpado de aquilo. Eu a sequestrei.

- Mas podia ter me tomado a espada... E a princípio por que me sequestrou?

- Eu... - digo sorrindo. - Nem mesmo sei, mas senti que era tão bela, quanto seu próprio nome lhe diz, e me apaixonei por você... Mas aposto que logo após ter me dito que veio para acabar com o mal que eu causo, imagino que seja a maneira como lido com o reino, de maneira drástica e lhe digo que não tomo conta dele, apesar de que creio que não veio até aqui por mim ou minha solidão e escuridão. - rio tristemente.

-Hum, isso soa engraçado, quer dizer que sabia que vim lhe matar, e mesmo assim me trouxe até aqui.

- Sim, mas creio que me salvaste, não?

- E... Mas tenho uma missão a cumprir. - diz Serena, se levantando.

- Então que seja pela sua lâmina, minha alma é sua, aquela que é Serena em voz como até mesmo os anjos podem ser.

E por um longo e incrível momento ela permaneceu em silêncio absoluto, nada me disse apenas me fitou com seus olhos acastanhados, e em minha cama e repouso apenas disse:

Você e simplesmente um homem que não transformou sua escuridão em luz... Por enquanto permanecerei aqui para ver como irá ser de agora em diante.

Presos ao DestinoWhere stories live. Discover now