Acabei cedendo.

– Okay, marque as visitas nos apartamentos que mais gostar com a corretora de imóveis. Só me avisar o dia e eu estarei lá.

– Pode deixar! – Ray desapareceu com um grande sorriso no rosto, provavelmente indo até algum site para buscar pelos melhores apartamentos. Desejei que ele não exagerasse, escolhesse algo simples, mas exagerado era o segundo nome do meu melhor amigo – e o seu primeiro era Muito.

O meu telefone tocou. Tora, que estava sentada na beirada da minha mesa, atendeu.

– Secretária da Srta. Scott, pois não?

Estreitei os olhos para a garota. Tora deu os ombros, uma expressão de inocente surgindo em seu rosto sardento. Ela estourou a bola de chiclete na boca.

– Ah, é você. Tudo bem, estamos indo.

Tora devolveu o telefone para o gancho.

– É o Isaac. Ele disse que terminou de fazer tudo e está esperando você para começar.

– Bem na hora!

Levantei e puxei Tora comigo para a nossa sala. Isaac e Fi estavam trabalhando nas minhas últimas instruções para o plano, as quais eu passara para eles mais cedo. Slender tinha escolhido um local especialmente difícil de se escapar caso alguma coisa desse errado, e acho que essa era a sua intenção desde o começo.

A primeira parte do plano era apagar toda a memória dos computadores da World Slender, sem deixar nenhuma chance de Slender ter salvo alguma cópia do meu vídeo em qualquer um deles. Isaac me informou que para fazer isso ele precisaria entrar em contato com a central de controle dos computadores, ou seja, teria de ir até lá.

Essa parte era fácil, pelo menos em teoria. Escrevi no quadro: Passo 1. Provocar uma queda de energia no prédio, se disfarçar de técnico eletricista e entrar na World Slender. Isaac me garantiu que conseguiria fazer os dois – a queda de energia e a atuação de técnico eletricista. Enquanto isso, eu estaria lidando com Marco Slender no terraço.

– Rivers vai querer snipers acompanhando tudo em alguns prédios próximos ao terraço – informou Fiona mais cedo enquanto eu pensava na parte 2.

A ideia era sair da World Slender pela porta da frente, mas achei difícil não acontecer algum imprevisto que tornasse essa ideia improvável, então a segunda parte era focar numa via de escape.

– Acho que quanto mais segurança melhor – concordei. – Não vamos confiar na palavra de Slender. Se nós não vamos jogar limpo é pouco provável que ele vá. E Slender não pode desconfiar que eu não estarei sozinha. Então, deixemos os snipers previamente avisados: Só atirar ou intervir se eles terem a certeza que estarei em perigo.

– Defina perigo – pediu Fiona, anotando o que ela tinha de fazer em um bloquinho.

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