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É, gente, ainda estou viva. E voltei com o MAIOR capítulo da vida. Sei que a maioria de vocês gosta, mas vou pedindo perdão pelo vacilo pra quem não gosta de capítulo muito grande ): No final a gente conversa mais, bjxs.

☝🏼️ Gente, quando o Homero falar dessa música, sugiro ouvi-la:)

***

Eu mantive meus olhos fechados durante quase toda a viagem. Não conseguia dormir, em razão do bebê que a cada cinco minutos começava a chorar desesperadamente. Aquela criança estava me fazendo reconsiderar a possibilidade de ter ou não filhos no futuro.

A mãe estava aparentemente cansada e constrangida, o pai roncava sobre o próprio ombro, longe de sentir tão constrangido quanto ela. Apenas respirei fundo e tentei relaxar, no entanto era impossível. Os meus nervos ainda estavam à flor da pele por causa da discussão com Homero e o próprio Homero em si me deixava nervosa, balançada. Eu deveria tê-lo enxotado para fora do avião, ter feito um escândalo, inventado qualquer história sobre Homero ser um terrorista internacional e o obrigado a sair do avião. Droga! Porque não tinha pensando nisso antes?!

- Que música está ouvindo, meu jovem? – perguntou a Sra. Loras ao Homero. Logo após determinamos que o melhor para a segurança do avião inteiro seria que não mantivéssemos contanto, ele tirou do bolso um Ipod e se isolou com seu par de fones de ouvido. Perguntei-me o que ele teria dito de tão importante àquela noite, a qual eu não o ouvi e peguei no sono. Não foi só o convite para sair, foi algo a mais.

- É dos Beatles. – ele respondeu. Apurei os ouvidos e apesar de permanecer com os olhos fechados, prestava total e completa atenção à conversa. – Dizzy Miss Lizzy.

Abri os olhos e fitei o teto cor de creme do avião. Ele só poderia estar brincando!

Homero não me encarou de volta. Ao invés disso, continuou sorrindo para a Sra. Loras, que balançou a cabeça confusa.

- Não sei se conheço essa. Meu filho Frank adora os Beatles...

- É claro que conhece. É assim: You make me dizzy, Miss Lizzy. – cantarolou Homero. Eu respirei muito fundo, lutando para continuar calada. – The way you rock and roll... You make me dizzy Miss Lizzy, when you do the stroll. Come on, Miss Lizzy, love me before I grow too old!

Revirei os olhos e voltei a fechá-los em seguida. Homero era inacreditável.

- Eu conheço, eu conheço! – afirmou animadamente a senhora. Ah, não. – You make dizzy, Miss Lizzy, when you call my name... You're drivin' me insane! – a Sra. Loras começou a cantar, balançando os ombros no ritmo da música. Homero se juntou a ela. Eu abri os olhos novamente, sem acreditar. Queria dizer algo, mas sabia exatamente o quê. Eles cantaram baixinho por longos minutos.

- Come on give me fever! Put you little hand on mine... You make me dizzy, dizzy Lizzy. Girl you look so fine! Girl, I want to marry you...

Na última parte da música, Homero olhou para mim. O reflexo da janela fez seus olhos cintilarem. Para completar, ele sorriu. Eu estreitei os olhos e inclinei a cabeça, como que dizendo: Você não me engana. E você também não me afeta.

- Qual o problema, Lizzy? É só uma música. – Homero ergueu as sobrancelhas, o sorriso em seu rosto alargando-se na mesma proporção que as minhas bochechas esquentavam.

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