21.

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- E o que eu faço enquanto você estiver no trabalho, Lizzie? – choramingou Scarlett do outro lado da linha enquanto eu mordia a ponta do lápis. Encarei a tela do meu computador aberta no Word enquanto pensava em uma resposta.

Suspirei.

- Leve Seth para passear, dê uma volta pelo Chelsea, é um bairro adorável. Há gays por toda parte, você não vai ficar sozinha por muito tempo. Logo um deles a parará para perguntar onde comprou seus sapatos. Sabe que será assim.

Ela gemeu.

- Eu queria passar um tempo com você. Tem uma coisa que eu preciso te contar... – Scarlett sabia ser insistente como uma criança quando desejava.

- Scarll, agora não dá. Sinto muito. No final de semana nós sairemos juntas e serei toda ouvidos para você. Combinado?

- E que horas você vai chegar hoje?

Olhei para o meu relógio. Eram quatro horas da tarde. Eu estaria liberada do trabalho às cinco e tinha mais alguns assuntos para resolver na rua. Passara o dia inteiro estudando a agenda de Slender – das páginas que tirara foto -, e redigindo o meu texto inicial. A minha Reportagem estava começando a ganhar vida. Só que eu ainda não sabia quais eram os planos de Slender e para o quê ele usaria todo aquele dinheiro... E isso estava me deixando maluca.

- Talvez um pouco tarde, sinto muito.

- Tá. – ela retrucou. – Vou arranjar um amigo que esteja disponível.

- Eu também te amo! – apressei-me em dizer. Ganhei em resposta a linha muda no telefone. Eu a recompensaria depois.

Coloquei o telefone de volta ao gancho e massageei as têmporas. Meu cérebro estava cansado pelo esforço sem pausas o qual eu havia submetido-o. Escrever às vezes poderia ser bem duro.

Meu computador apitou, sinal que eu tinha recebido um e-mail. Era de Brad.

Querida Elizabeth. Acho que já perduramos esse término por tempo demais. Vamos deixar as frustrações passadas para trás e nos perdoar. Eu perdoo você, você me perdoa... Que tal? Vamos sair para jantar amanhã à noite, eu tenho um presente para você. Com amor,
Seu namorado Brad.

Eu tive que me controlar para não escrever uma resposta do jeito que Brad merecia. Em primeiro lugar ele tinha ME perdoado? Eu não fiz nada!

Digitei uma resposta curta e grossa:

Você não é mais o meu namorado. Vê se me esquece.

Urgh. Eu estava tão cansada. – mais do que nunca, desejava a minha cama e o calor do meu cobertor. Scarlett, Ray e eu ficáramos acordados até tarde na noite anterior tomando vinho, deitados embolados no sofá da sala.

Eu precisava acordar, precisava me manter alerta. Levei a mão ao café ao lado da mesa mas antes de dar o primeiro gole Ray apareceu trazendo uma sacola laranja consigo.

- Largue a cafeína, Elizabeth Scott!

Lancei o um olhar assustado em sua direção, mas depois envolvi o copo com as minhas mãos.

- Nunca. – respondi impetuosamente e dei um longo gole.

Ray estreitou os olhos.

- Isso vai acabar te matando um dia. – ele avisou. Ergueu a sacola na minha direção e sorriu: - Aqui estão as coisas que você pediu.

Pulei da cadeira e agarrei a sacola.

- Grant conseguiu! Não acredito! Diga ao seu namorado que eu o adoro. Ele é demais!

Tudo Pela ReportagemWhere stories live. Discover now