Encarei Homero com seriedade.

— É claro que eu pensei na possibilidade, ele sabe que estou indo, é isso que ele deseja. Depois das flores que recebi, ficou claro para mim que Slender quer prolongar isso. É como se ele soubesse que, de qualquer maneira, vai ser pego. Marco Slender quer brincar comigo — comecei a andar de um lado para o outro.

Será que Slender tinha conhecimento sobre os federais ou achava que eu estava agindo sozinha? Se fosse a segunda opção, ele não fazia ideia que eu estava monitorando as mensagens.

Porém, eu aprendi minha lição. Nenhuma pessoa deve jamais subestimar Slender.

— Você tem razão, preciso ir prevenida.

— Eu vou com você — decretou Homero.

Assenti calmamente.

— Sim, vocês todos vão. No entanto, entrarei sozinha. Eu vou falar com ele sozinha, entendeu?

Homero deu uma risada sem humor.

— Ah, você só pode estar brincando. Isso é loucura, Elizabeth! Slender é perigoso! — ele gritou.

— Você está mesmo falando para mim sobre o perigo de Slender? Para mim? Obrigada, mas acho que eu sei do que ele capaz, de tudo que o seu padrinho é capaz. Eu não sou idiota, não vou entrar desprotegida, pelo amor de Deus! Eu vou armada, e Rivers estará lá também, eu espero — respirei fundo tentando desesperadamente fazer com que ele entendesse. — Isso é pessoal, Homero — parei de andar e fixei meus olhos nele. — Isso é entre mim e Slender. Eu preciso entrar sozinha. Eu vou falar com ele sozinha. Precisa ser assim, ou não dará certo. Fui eu quem enganei Slender, fui em quem gravei aquele vídeo, fui eu quem roubei arquivos da sala dele, fui eu quem escapei do México e o coloquei nessa posição complicada. Isso é pessoal, entende?

Homero engoliu em seco, fechou os olhos e lentamente concordou.

— Você tem razão — reconheceu, seus ombros caindo. — Desculpe gritar com você, é que depois do México...

— Eu sei, eu entendo, o instinto de proteção falou mais alto. Só que também não pretendo deixar que nada aconteça comigo de novo, tudo bem? — virei-me para Fiona. — Contate Rivers, por favor, Fi. Diga que é urgente. Preciso dele e mais alguns homens. Avise que sabemos onde Slender está — aproximei-me de Homero, colocando os meus braços ao redor da sua cintura. — Eu vou ficar bem. Prometo. Nada nesse mundo vai me afastar de você de novo.

Ele deu um sorriso inseguro e concordou.

— Estarei por perto o tempo todo — Homero me lembrou.

— Samantha está indo para o norte de Manhattan! — Tora indicou no mapa.

— E Rivers disse que está à caminho. — Fiona avisou, rápida e eficiente como sempre.

— Ótimo. — afastei-me de Homero e estendi a mão para ele, tentando passar confiança no olhar. Vai dar tudo certo dessa vez, Homero. Confie em mim. — Vamos?

*

S

amantha nos levou até a Catedral de São João, O Divino, em North Manhattan. A catedral era uma estrutura gótica que se erguia implacavelmente contra o céu.

A riqueza da sua sacada me deixou boquiaberta, todos os ricos detalhes e o enorme vitral – um dos maiores existentes no mundo – eram simplesmente magníficos.

Desviei os olhos da igreja e observei o movimento da rua Amsterdã pela janela do carro.

Rivers trouxera todos nós em uma grande e moderna vã preta, onde os meninos puderam continuar monitorando os movimentos da filha de Slender via satélite.

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