— Brrrrr. — gemi com as mãos enroladas ao redor da barriga, sentindo-me fraca.

Dr. Burke me ajudou a levantar e entregou-me papel higiênico para que eu limpasse a boca. Com o seu apoio, voltei para a cama e me acomodei ali, sentindo-me pior do que antes. Sobre o olhar insistente do meu médico, admiti:

— Tudo bem, claustrofobia não faz isso com as pessoas. Talvez eu tenha comido algo que não me fez bem... — dei os ombros.

— Lizzie.

— O quê?

Burke trocou o peso de perna e me encarou. Cautelosamente, perguntou:

— Já pensou na possibilidade de você estar... Hum, grávida?

Pisquei para o médico por dez segundos, séria. Depois cai na gargalhada. Passei muito tempo rindo dessa possibilidade, aparentemente constrangendo-o. Que piada! Eu? Grávida? Dr. Burke estava louco.

— Aí, como você é engraçado! — limpei as lágrimas do canto dos olhos. — Mas, acredite, eu não estou grávida.

Minha afirmação não pareceu convencê-lo.

— Tem certeza? Qual foi a sua última relação sexual?

Arquejei, irritada e ofendida.

— Isso não te interessa!

— Elizabeth, por favor. Sou seu médico. Essa é uma pergunta estritamente profissional.

Bufei e virei o rosto.

— Você e o seu... é, parceiro, vocês usaram camisinha? — ele replicou.

Eu me recusei a responder. No entanto, a postura do médico deixava claro que ele ficaria ali, em pé, edificando-se ao lado da minha cama até eu resolver falar. Acabei cedendo e parando para pensar no assunto. A última vez que acontecera fora com Homero, em Las Vegas. Fora a nossa "Lua de Mel". Nós usamos camisinha, não usamos? Hum... As imagens daquela noite que eu tinha em minha cabeça em nenhum momento mostravam um papelzinho laminado aparecendo em qualquer lugar.

Meu rosto empalideceu.

— Merda. — praguejei baixinho.

— Acho que isso quer dizer que vocês não usaram camisinha. — concluiu o Dr. Burke com um sorriso presunçoso.

Eu soltei uma risada amarga, tateando o meu próprio rosto quente.

— Não, doutor. Isso não é possível!— balancei a cabeça freneticamente. Comecei a fazer as contas em minha mente. Suspirei de alívio. — Rá! Faz pouco mais de dez dias. Para eu estar apresentando esses sintomas de gravidez deveriam ter no mínimo...

Parei de falar, novamente em choque. Era pior do que eu imaginava. Só havia uma pessoa com a qual estive recentemente sem ser Homero... E as contas batiam. Ah, NÃO!

— Pela sua cara, acho que fez uma descoberta desagradável.

—  Estou grávida do... Nãaaao. Tem que ser brincadeira. Doutor! — agarrei o médico pelo jaleco. — Quando saem esses exames? Preciso deles!

Dr. Burke riu e se afastou, libertando-se do meu aperto. Estava deleitando-se com meu desespero. Pessoinha cruel, xinguei-o mentalmente.

— Bem, vão demorar um pouco, Lizzie. Vai ter que ser paciente. Só por curiosidade, quem é o papai do seu bebê? — quis saber ele de maneira zombatória.

NÃO EXISTE BEBÊ!, eu quis gritar. No entanto, antes que pudesse responder, a porta do quarto se abriu. Em um timing perfeito para a pergunta do médico, Brad irrompeu no quarto feito um furacão.

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