– Homero, eu vou ter uma crise aqui dentro. Preciso sair daqui! - esmurrei as paredes do elevador.

Homero deu um pulo e veio correndo até a mim. Colocou as mãos nos meus ombros, mantendo uma distância segura.

- Ei, ei, ei. Tudo bem, Lizzie, respire. Vamos ficar bem. Sairemos daqui. Só respire, isso. Respire.

Inspirei e expirei diversas vezes, Homero acompanhando e fazendo o mesmo sem tirar os olhos dos meus. Senti meu coração aquietar-se gradativamente.

- Obrigada. - murmurei quando me vi um pouquinho mais calma.

Ele deu um suspiro ruidoso e se afastou, tirando o moletom e ficando só de camiseta.

- Ei, hum... O que está fazendo? Só por... por curiosidade. - aquele era um espaço pequeno demais para se dividir com uma pessoa como Homero. Ele tomava espaço, principalmente os seus ombros... Os ombros dele, pensei com um suspiro interno. Eram excelentes ombros. Fechei os olhos. Droga. Homero e elevadores. Péssima combinação.

-  Relaxa, Lizzie. Só estou com calor. Porque sempre que eu faço a menção de tirar a camisa você pensa coisas erradas? - questionou ele.

- Vou considerar que essa é uma pergunta retórica. - respondi. Dei os ombros, tentando pensar positivamente. - Sabe, talvez não seja tão ruim. Se nós morrermos aqui...

- Será que nós poderíamos não falar de morte? Não vamos dar a sua "presença divina" ideias, não é mesmo?

- Não, estou falando sério. Se morrermos aqui, não terei de lidar com o meu pai! Estaríamos só facilitando o trabalho dele.

- Por que o seu pai te mataria? Ele parece ser do tipo super protetor e amável. – naquele momento tive a certeza que Homero queria desviar minha atenção do fato de estarmos presos em um elevador puxando um assunto que fugisse completamente dos tópicos "morte" e "elevadores".

- É exatamente por isso! Ele é super protetor. E, bem: eu casei! Com... você.

- Obrigada pela parte que me toca. - Homero rebateu ofendido. - A revista Celebridades de NY me considera um bom partido, só para você saber.

- Desculpe, eu me expressei mal. Quis dizer que papai nunca consideraria alguém bom o suficiente para mim. - dei os ombros, como que dizendo: Pais....

Homero ficou alguns minutos em silêncio e depois sorriu levemente, levantando o olhar na minha direção.

- Bem, nisso eu tenho que concordar com ele. Não tive uma resposta para aquilo. Apenas balancei a cabeça e mudei de assunto.

- Enfim, a notícia do nosso casamento está por todos do lado: jornais, revistas, internet... No momento, papai está ajudando a me manter em Nova York. O meu salário não é grande coisa, então em troca da sua ajuda eu prometi que não me envolveria em nenhum problema. Nada. – revirei os olhos e encostei a minha testa na parede fria. – Claramente não mantive a promessa.

Homero assentiu.

- Entendi. Eu realmente, profundamente, sinto muito por tudo isso. - ele murmurou baixinho.

- Certo. - foi tudo o que eu respondi.

- Liz.

- Oi.

- Eu estou com medo.

- Do elevador?! Também é claustrofóbico?

Homero riu.

- Não, sua boba. Eu estou com medo de... - ele engasgou. - De perder você. De ter estragado tudo.

- Como eu estava dizendo, nosso casamento é notícia nacional... - eu ri nervosamente. - Sabia que você tem até um fã clu...

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