H de Horatio

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Lafayette estava andando em passos largos logo a frente de Lucy guiando-a por aquele extenso gramado. A moça estava tentando acompanhar os passos dele enquanto tentava calçar seus saltos altos durante sua pequena corrida.

Eles subiam em direção a uma colina que tinha outra árvore grandiosa no topo. Lafayette rapidamente desapareceu e somente uma espécie vibração de energia ficou para trás. Lucy correu e sentiu uma sensação gélida em sua pele. Havia fechado os olhos e quando os abriu, encontrava-se abraçada fortemente com Lafayette.

- Calma, menina. – falou ele encarando o olhar confuso de Lucy. Ela se afastou lentamente vendo estar em uma espécie de corredor escuro e logo atrás dela havia alguns espelhos.

- Estamos na Casa de Espelhos? – parou encarando o próprio reflexo distorcido. – Voltamos ao Parque. - parecia decepcionada.

- Exato. – falou indo em direção à entrada do corredor aonde estavam. – Vamos.

Eles saíram dali e seguiram por outra galeria de espelhos. Seus reflexos distorcidos eram projetados em ambos os lados deles.

- Por que viemos por esse caminho? Por que não nos trouxe de volta da mesma forma que nos levou? – questionou Lucy sem que Lafayette a encarasse.

- Por que para se entrar naquele lugar secreto existem várias entradas que eu posso invocar, mas para sair dali é mais difícil. Só existe aquela passagem e mais outra. – respondeu Lafayette chegando ao final do corredor e abrindo uma porta de madeira com o desenho de um palhaço.

Ao cruzar o portal, se depararam com uma multidão de pessoas sorridentes. Eles desceram uma pequena escadaria de madeira e seguiram em direção ao Arco Principal. Lucy notou que Lafayette estava bastante calado.

- Para onde estamos indo? – perguntou a garota loira para o homem de terno preto que seguia logo a frente dela.

- Ao Arco. – falou rapidamente tentando evitar uma conversa prolongada.

Depois de poucos minutos caminhando, Lafayette e Lucy chegam à cabine de número 07. Ele bate na madeira que forma a estrutura daquele cubículo e no local da batida surge uma janelinha.

Lafayette inclinasse um pouco para ficar na altura da janela. Uma moça de cabelo preto e um pouco bagunçado o encara meio espantando.

- Senhor Lafayette... Eu não sabia que estava vindo. – as mãos dela deslizaram por seu cabelo tentando ajeitá-los rapidamente. – Olha só o meu estado.

- Não se preocupe. – sorriu para ela enquanto apoiava seu braço direito no pequeno balcão de madeira que surgira junto com a janela. – Você está bonita.

As bochechas da morena ficaram avermelhadas e ela deu um sorriso tímido enquanto terminava de ajeitar seus cabelos.

- Como posso ajuda-lo?

- Eu gostaria de pedir um Telefone Sem Fio, se não for muito incomodo da sua parte. – respondeu Lafayette piscando seu olho esquerdo.

- Sr. Lafayette, mas o senhor me fez prometer por 10 décadas que não lhe daria o TSF. – falou quase sussurrando. – O senhor disse que as coisas ruins que viu não valiam a pena o uso do sistema.

- Eu sei o que eu disse, mas estou revogando o pedido. – sorriu.

A morena respirou profundamente e começou a vasculhar seu posto de trabalho. Abriu uma gaveta e retirou uma esfera metálica pondo sobre o balcão de madeira.

- O que é isso? – indagou Lucy em um tom audível aos ouvidos aguçados de Lafayette.

- TSF ou como você humanos chamam no Seu Plano: Telefone Sem Fio. – respondeu Lafayette recebendo da morena uma prancheta com um papel preso. Ela entrega também uma caneta.

Rest in PeaceWhere stories live. Discover now