Mentes Complexas

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- Quando perder as esperanças lembre-se que a Vida sempre estará conosco. Desde nosso primórdio existencial até o nosso glorioso final. – leu aquele jovem branco de cabelos negros num livro de capa vermelha. – Jamais se esqueçam disso, entenderam?

Todas as crianças que rodeavam aquele rapaz falaram sim em uma só voz. Em seguida seus olhos focaram no homem de terno preto que passava pela porta principal daquela grandiosa biblioteca.

- É uma bela história não acham crianças? – perguntou Lafayette expressando um bom humor. O rapaz o encarou por segundos e voltou seu olhar para as crianças.

- Vão, meninos e meninas. Podem brincar lá fora. – o jovem se levantou da cadeira na qual estava sentado. As crianças se ergueram do chão e saíram correndo em direção à saída. Passaram por Lafayette.

O rapaz aproximou-se levando o livro embaixo de seu braço. Parou na frente de Lafayette. Estava usando roupas brancas simples: uma calça e uma blusa sem detalhe nenhum.

- Eles adoram saber que Vida jamais os abandonará. – exclamou Nathanael. Sua voz era tranquila. – Veio ver a Srta. Evangeline?

- Sim, Nathanael. – Lafayette respondeu e na sequência viu o garoto passar por ele e seguir em direção à porta de saída.

- Então, vamos. Ela está na sala dela. – voltou a olhar para ele e em seguida girou a maçaneta da porta e a abriu.

Passaram a porta que levava a um hall. Era grande e possuía colunas que iam do piso ao teto. Vários sofás de estofado branco. Era como uma sala de espera. No centro do hall, uma escada se erguia e levava ao segundo andar. Subiram degrau por degrau até chegar ao andar de cima.

Mais uma sala que parecia destinada a recepção de pessoas. Cruzaram por ela vendo múltiplas portas em ambos os lados. Cada uma delas possuía o nome de uma língua falada pelo mundo. Chegaram ao final do corredor e subiram mais um lance de escadas. Outro corredor grande e largo com mais portas com nomes que Lafayette não procurou ler.

- E então, Nathanael, como estão às coisas por aqui? Muitas Almas Perdidas chegando? – por mais estranho que fosse Nathanael respondia as perguntas de Lafayette da mesma forma que um filho responde ao pai.

- Vai indo bem. – falou sem olhar para ele. Permanecia logo à frente o guiando em direção à última porta daquele corredor. – E no Parque?

- As coisas estão indo muito bem. Obrigado por perguntar. – ambos chegaram até o fim do corredor. Nathanael bateu na porta e a mesma permaneceu fechada. Ele pareceu decepcionado. – Pelo seu olhar, ela não está.

- Peço desculpas. – cruzou os braços e coçou o queixo pensando no paradeiro de Evangeline. – Já sei. Está no Torneio de Tênis.

Refizeram todo o caminho. Saíram pela porta de entrada do Hall e saíram para o extenso jardim que rodeava aquele enorme casarão. Deram a volta na casa e eles chegaram ao que parecia ser uma quadra de tênis. Duas arquibancadas estavam em ambos os extremos da quadra.

Nathanael olhou rapidamente para as pessoas que assistiam a competição e identificou aquela mulher de cabelos ruivos misturados com loiro em meio a todas aquelas pessoas. Apontou para que Lafayette também a encontrasse.

- Obrigado, garoto. – deu uma tapinha nas costas dele e saiu andando. – Vou dizer para a Evangeline aumentar seu salário.

Passou diante dos olhos da multidão que por milésimos de segundo focaram somente naquele homem de preto, que fugia do padrão branco do ambiente, andando em direção ao final da arquibancada.

Subiu alguns degraus e viu uma mulher de pele clara usando saia rodada abaixo do joelho e uma blusa de manga longa de cetim. Todo o conjunto de roupa era branco. Morte logo se sentou ao lado dela e viu que ela segurava em sua mão algodão doce.

Rest in PeaceWhere stories live. Discover now