Eu queria chorar, por tudo que está acontecendo e por tudo que pode acontecer. Minha cabeça estava criando um milhão de possibilidades e já estava me deixando ansiosa.
Entrei no táxi até em casa para pegar o meu carro. Eu ainda tenho um almoço para ir e um exame para fazer, minhas bases não pode se destruir agora, eu não posso desabar na metade do dia.

—Moça, tudo bem? _o Taxista perguntou_ É que nós já chegamos!

— Perdão_ paguei ele_ Pode ficar com o troco!

Sair do taxi e entrei em casa.

Abigail estava na cozinha terminando de arrumar a mesa do almoço, juntamente com a Estela que estava cozinhando. Esqueci de avisá-las que eu não iria almoçar em casa hoje.

—Jú, vocês querem que eu já sirva o almoço? _Abigail perguntou colocando os copos na mesa.

— Eu não. Minha mãe está me esperando, eu esqueci de avisar vocês. Não sei se o Alexandre vem, às crianças estão lá em cima?

— Ué, mas vocês não vieram juntos?

Abigail fixou seu olhar em mim. Zero interrogação agora Abigail, zero interrogação!

— Não! O Alexandre ficou ocupado. Eu vim só pegar o meu carro. Me desculpe por não avisar.

— Ah tá. Então vou guardar as coisas. Bom almoço.

— Obrigada. Vou ver se a crianças querem ir comigo para a minha mãe!

Subir.

As crianças adotaram a minha mãe como "Vovó Ceci", fizeram uma algazarra ao saber que iriam comigo. Peguei meu celular para ligar para Gabrielle.

Havia 7 ligações perdidas do Alexandre e o WhatsApp estava lotado de mensagens dele.

-Jú onde você tá?
-Júlia responde.
-Júlia atende a droga do seu celular!

Suspirei e o respondi. Afinal eu estava com os filhos dele, precisava ao menos dar uma satisfação de onde estávamos.

" Almoça por aí, avisei as meninas que ninguém iria almoçar em casa. Estou indo até a minha mãe com as crianças"

Não estava com tempo e muito menos paciência agora. Tinha pouco tempo para almoçar, entreter as crianças, socializar com a minha mãe e esquecer por um momento a minha realidade maternal. Se é que era possível esquecer alguma coisa. Almocei junto com a minha mãe e as crianças.

As crianças se despediram da minha mãe, da Gabi e fomos embora.
Deixei as crianças em casa e seguir para a empresa, eu havia esquecido o encaminhamento de exame em cima da minha mesa e precisava dele para a consulta de agora a tarde. Devo estar com a cabeça na lua, com um humor de ogro e com a paciência de um floco de neve. O dia não está fácil.

Cheguei à empresa e subir direto para a minha sala. Precisava finalizar algumas pendências, pegar o meu encaminhamento e correr para consulta. Alexandre estava na minha sala, com o meu encaminhamento de exame na mão e girando na cadeira em frente à minha. Não teve infância?

— Até que enfim você chegou! Ultrassom Pélvico?

Se levantou, me entregando o papel.

— Voltei mais por causa disso. _peguei o documento de sua mão.

Liguei o computador e prendi o cabelo. Eu iria embora daqui a alguns minutos, só precisava deixar registrado para a Daphne que estava de atestado, já que ela ainda estava no almoço.

— Será que agora podemos conversar? Já que você foi absolutamente seca em sua mensagem e simplesmente não atendeu mais a porcaria do telefone?_ cruzou os braços e analisou-me cautelosamente.

A BabáOnde as histórias ganham vida. Descobre agora