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"- Vamos Lily, acorde! - ouvi a voz da minha mãe - Lily!

- Acordei. - me sentei na cama improvisada e vi que ela segurava um pequeno bolo - Não.

- Feliz aniversário. - falou me fazendo revirar os olhos.

- Chega. - pedi.

- Não faça assim, demorei pra poder encontrar os ingredientes e um forno que funcionasse. - falou frustada - Sei que não gosta de comemorar, mas você está fazendo treze anos minha pequena.

- Não mãe. - falei.

- Eu espero muito que aquele filho da mãe tenha morrido! - falou colocando o bolo no chão irritada - Você não pode ser assim para sempre Emily, precisa viver, mesmo no meio disso tudo, precisa aproveitar enquanto está viva!

- Fala mais alto, ou melhor, grita! - falei me levantando - Os errantes ainda não te ouviram, chame atenção deles!

- Não me provoque! - me encarou.

   Ouvi o barulho das correntes que colocamos na porta e olhei para a minha mãe, peguei minha mochila colocando-a nas costas e peguei meu arco, ela fez sinal para mim subir e antes deu me virar vi um errante passando pela porta e vir em nossa direção.

   Consegui ouvir o grito da minha mãe mandando eu correr e depois me mandou entrar no armário, tudo aconteceu rápido, quando ela tentou entrar o errante a puxou, ela tentava se soltar, deixei a porta entre aberta e pude ver o errante morder seu ombro.

   Fechei a porta chorando e só a abri de novo quando ouvi a voz da minha mãe, sai de dentro do armário e pude ver minha mãe deitada no chão com sua faca na mão e o errante estava ao seu lado morto, me ajoelhei perto dela e peguei sua mão.

- Não, você não pode me deixar. - falei sentindo as lágrimas caírem - Por favor, não.

- Perdoa a mamãe. - falou me olhando - Você foi a melhor coisa que me aconteceu.

- Mamãe. - falei.

- Você vai conseguir sobreviver. - falou e eu chorei mais.

- Mamãe, por favor! - falei e ela gemeu de dor.

- Pegue, você precisa ser forte. - falou me entregando sua família.

- Não posso fazer isso. - falei negando - Eu não posso, por favor.

- Faça Emily! - falou me encarando - Você precisa fazer, não quero me transformar na sua frente!

- Eu não posso mamãe. - falei e ela apertou a faca em meu mão mirando-a em sua cabeça - Não mamãe.

- Eu estou mandando Emily! - falou e eu fechei meus olhos - A mamãe te ama.

- Eu também te amo mamãe. - falei antes de cravar a faca em sua têmpora - Me perdoa, me perdoa mamãe."

"- Você precisa de ajuda? - perguntei para um garoto que estava sentado no chão passando as mãos no rosto - Ei, você está bem?

- Eu não quero ela! - falou apontando para uma menina que segurava algo nos braços - Ela acabou com a minha família!

- Ela é só uma criança. - falei me aproximando e vi que a menina segurava um bebê - Você tem um bebê!

- Não tenho, eu não quero ela! - falou se levantando - Não posso ficar com ela.

   Ele se levantou pegando suas coisas e fez a menina colocar o bebê que estava enrolado em um casaco no chão, ele passou a andar com pressa puxando a menina e olhei para a bebê, a peguei no colo com cuidado e os segui, quando o menino entrou em um prédio, entrei junto fazendo-o me encarar.

- Eu fico com ele, cuido. - falei - Quantos errantes matou?

- Nenhum. - o garoto falou - Eu não sei usar uma arma.

- Como você sobreviveu até agora? - perguntei.

- Eu tinha uma família até ela chegar! - apontou para o bebê em meu colo - Ela acabou com tudo!

- Ela é só um bebê! - falei incrédula - Eu protejo vocês, cuidarei dela como se fosse minha.

- Ela vai destruir sua vida como fez com a nossa! - falou de mãos dadas com a menina que olhava para o bebê em meu colo.

- Minha vida já está destruída. - falei e olhei para a bebê - Ninguém te fará mal."

- Não, não. - acordei assustada o que fez Daryl me olhar preocupado - Não.

- Você está bem? - ouvi a voz do Carl e o abracei - Ei calma, está tudo bem.

- Não está, eu não posso perdê-las, perder vocês. - falei e senti sua mão em meu braço esfregando o mesmo.

   Olhei em volta vendo todos acordarem e depois de levantarmos o acampamento, voltamos a andar, qualquer sombra era bem vinda. Paramos na metade do caminho reclamando de sede e fome, se separaram em grupos e foram a caça de algo.

   Voltaram sem nada, apenas com algumas caças, daria para tampar o estômago, comemos e voltamos a andar, mas a sede estava de mais, quando paramos de novo vi alguns galões d'água em um canto e fui até os mesmos vendo o bilhete "De um amigo.".

   Peguei um dos galões e levei até o grupo que ficaram disconfiados, mas beberam, começou a chover e corremos para dentro da floresta e achamos um pequeno celeiro, entramos no mesmo olhando tudo ao redor e ouvi gemidos baixos vindo de um armário, quando fui até o mesmo e o abri vi um errante e Maggie parou ao meu lado.

- Eu resolvo. - falou.

   Me afastei vendo o Daryl e o Rick fecharem a porta e me sentei no fundo do celeiro de frente para a porta, Jeff sentou em um canto com o Carl e Daryl se sentou ao meu lado me fazendo olhá-lo.

- Está tendo pesadelos. - falou.

- Não. - falei.

- Não foi uma pergunta. - falou - Você tinha pesadelos quando era pequena.

- Não são pesadelos. - falei - São lembranças.

- Boas ou ruins? - perguntou.

- Ambas. - falei olhando para minhas mãos - Quando matei a minha mãe e quando encontrei Sander.

- Eles foram importantes na sua vida. - falou - O que houve com a Beth te deixou abalada.

- Não quero perder vocês. - falei olhando-o e peguei sua mão fazendo-o olhar para a mesma - Não quero perder o meu pai de novo.

2/2.

PRONTO!! Volto quarta amores.

Beijos, Lari.

Living In The Hell • TwdWhere stories live. Discover now