Cinquenta e cinco

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***Coringa***

Chegamos em casa e estava vazia como imaginei. Levei ela direto para o banheiro do quarto dela.

— Quer que eu peça para Emily vir te ajudar no banho?

— Não... por favor não me deixa sozinha eu só quero você aqui, por favor. — ela pediu quase que suplicando..

— Tá... eu não vou sair daqui. — respondi no mesmo tom baixo, que ela.

Ajudei ela a tirar o casaco e a deixei sentada na tampa da privada, enquanto ia pegar uma cadeira para mesma.

A sentei, e liguei o chuveiro no morno, do jeito que ela gostava. Ela molhou a cabeça e ficou alguma minutos somente deixando a água bater, sem dizer nada, sem fazer nada. Eu já estava todo molhado, mas não me importava eu precisava tanto cuidar dela.

O banho foi bem lento, ajudei ela o tempo todo. E fiz todo o processo lentamente para não machucar ela. Ajudei também ela a lavar suas partes íntimas, sem nenhuma malícia, eu só queria cuidar dela.

O banho por fim durou quase uma hora, e dei atenção a cada milímetro do seu corpo, e cada vez que eu a tocava eu sentia seu corpo tremer. Quando finalmente terminei, a levei para o quarto e a deixei sentada na cama.

— Consegue colocar a roupa? — perguntei enquanto enrolava a toalha em seus cabelos.

Consigo, mas você pode pegar pra mim? — sua voz, que sempre foi doce continua, porém agora em um tom mais baixo, que parece mais um sussurro.

— Tá bom. — abri seu guarda roupa e peguei algumas peças de roupas bem confortáveis. — tem certeza que não quer ajuda? — insisti, ela estava bem fraca.

— Não... tá tudo bem. — respondeu e sorriu de lado.

— Ok, eu vou lá em baixo, preparar algo para você comer tá bom? — ela sorriu triste e concordou. — eu estou aqui em baixo... — assentiu.

Dei um beijo em sua testa, e sai do quarto deixando ela sozinha.

Preparei alguns sanduíches, e suco de laranja, ela está com estômago vazio, então a comida é muito pesado, ela vai acabar passando mal. Coloquei os sanduíches em uma vasilha e peguei o copo de suco. Subi as escadas com cuidado para não derrubar nada. Quando cheguei no quarto ela estava deitada já vestida.

Segurava um porta retrato, um dos que fica na estante do quarto. Mesmo de longe eu conseguia ver os seus olhos marejados, e o rosto pouco molhado, seu olhar fixo na foto me vazia perceber que ela estava com muita saudade da filha.

— Ela também está morrendo de saudades de você. — cheguei mais perto, porém ela não me olhou.

— Não parei de pensar nela um só minuto enquanto estive fora. Eu só quero ter ela novamente em meus braços. — disse ela passando a ponta dos dedos na foto de Maria.

— Eu sei que quer vê-la, mas... sabemos que você está muito fraca, e machucada.

— Não queria que ela me visse assim. — abaixou a cabeça e chorou mais.

— Ei.. faremos curativos para que ela não perceba. Você verá ela amanhã se quiser, só precisa se alimentar, você está muito fraca. — coloquei as coisas sobre a escrivaninha ao lado da cama e me sentei ao seu lado para poder abraça-la.

Meu Recomeçar (Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora