Trinta e cinco

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A porta da entrada se abriu, e um Théo aparentemente preocupado entrou, Maju saltou do meu colo e correu em direção a ele.

— Papaiiii — ela se jogou em seus braços e ele pegou ela com um sorriso lindo no rosto.

Era como se toda a preocupação que ele entrou dentro de casa tivesse desaparecido no estante que ele pegou Maria em seus braços.

— Oi amor. Já tava com saudades do papai?— ela balançou a cabeça confirmando e começou a encher o rosto dele de beijinhos e eu sorri. — eu também princesa.

— Tenho que ir, vou lá no Alemão. Madrinha me chamou para ajudar ela na mudança pra casa nova. — Carol ressurgiu não sei de onde, toda arrumada.

A alguns dias descobri que Joice é madrinha da Carol. Não me surpreendi mas achei super legal a relação das duas, é quase de mãe e filha mesmo.

— Ta beijo. — Carol veio até mim e me deu um beijo na bochecha.

— Tchau Coringa. Cuida delas em!? — Carol se esticou para tentar bater na cabeça dele mais foi uma tentativa totalmente falha. Ele é bem maior que ela, só precisou dar uma desviada.

— Mete o pé o pirralha. — Ela virou as costas e ele deu chute na bunda dela de brincadeira.

Fazendo Maju gargalhar no colo dele.

— Aí idiota. — ela reclamou fazendo bico, mas logo caiu da gargalhada saindo pela porta.

Olhei para o Théo e ele me mandou uma piscadela. Colocou Maju no chão e a mesma saiu correndo, pegar as bonecas.

— Ta tudo bem? — perguntei quando ele chegou mais perto.

— Aham. — senti ele exitar por um estante.

— Tem certeza?

— Tenho, é só umas coisas lá na boca mas já vão se resolver.

— Ta bom. Se precisar...— ele não me deixou terminar pois topou meus lábios com os seus.

Seu beijo parece ficar cada vez melhor, e eu sabia era exatamente isso que acontecia.

— Já quer ir? — perguntou quando separou nossos lábios. E fiz careta.

— Tenho que ir pra fazer o almoço. Quer almoçar com a gente? — ele me abraçou e deu um beijo na testa.

— Beleza, pode ser, bora? — ele colocou a pistola na cintura e colocou uma camisa de manga por cima.

— Sim. Vem Maria!

— Vamos andando mesmo? Emprestei a moto e da mó trampo pra tirar o carro. —  fez uma careta preguiçosa.

— Bora, eu não ligo de caminhar.

Saimos de casa e ele pegou na minha mão, Maju foi andando na nossa frente. As pessoas nos olhava a todo estante, com curiosidade, eu estava morrendo de vergonha.

— Olha papai, um auau. — Maju apontou para um filhotinho de cachorro que pulava nas perninhas curtas dela. — que lindo. — fez uma carinha fofa com as mãos nas bochechas.

— Gostou foi?— assentiu. — papai vai pegar um pra tu, mas tem que ser outro porque esse aqui já é da moça. — explicou e ela assentiu fazendo bico.

O cachorro era realmente muito fofo, tinha já uma coleira e parecia bem limpinho.

Ela nos olhou um pouco triste mas assentiu. E voltou a olhar pra frente, já ia colocando a mão na boca.

— Não maju, tira a mão da boca, que tá suja. — Théo foi mas rápido que eu e ela deu uma gargalhada sapeca.

A minha casa não era muito distante da dele, então o caminho foi bem rápido, Maju logo se cansou e Coringa teve que pegar ela no colo.

Minha vó foi pra casa da amiga dela ontem, e já ligou avisando que só vai voltar na segunda, já que a amiga chamou ela, para ir até Angra dos reis onde ela tem uma casa.

Minha vó vive pra mim desde que eu fui morar com ela aos quatro anos, ela só tinha algumas amigas da igreja, mais não era a mesma coisa, as senhoras de lá eram muito desanimadas por ser bem mais velha que minha vó.

Dona Juliana, pode até já ser bisavó, mas ela não é tão velha assim. Ela tem 65 anos, mas aparenta ter uns cinquenta e poucos. Fiquei bem feliz quando ela falou que queria ir pra Angra com a amiga, já que tem bastante tempo que ela não sai pra se divertir. Logo incentivei ela bastante.

...
Fiz o almoço, meu irmão e meu pai, estavam bem estranhos mais nem perguntei o porquê, já que o Coringa já tinha falado que estava com problemas na boca. Eles comeram de pressa e logo saíram para ir para boca.

Maju acabou dormindo, no colo do Théo.

— Trás ela pra cá. — subi para o segundo andar e vi ele me seguindo com Maria em seu colo.

Levei ele até o quarto de minha vó que agora estava vazio. Deixei ela ali, e chamei Coringa para meu quarto.

— Vai dormir é? — perguntou fechando a porta atrás de si.

Eu me joguei na cama e puxei a mão dele fazendo o mesmo cair em cima de mim, seu corpo cobriu todo o meu, mais ele não estava pesado. Fiz uma trilha de beijos da bochecha até o pescoço, e sorri ao ver ele arrepiar.

— Faz isso não, índia. — disse sussurrando em meu ouvido, fazendo meu corpo se arrepiar.

— O quê? — ironizei. 

— Tu sabe Alice. — sorriu se jogando ao meu lado na cama, me puxando para deitar no peito dele. — Não faz isso comigo morena, to me segurando mas se tu provocar eu não aguento.

— Desculpa. — sorri.

E o silêncio tomou todo o quarto, não era ruim mas me deixava um pouco constrangida. No que será que ele tanto pensava?

— Ei... — quebrou o silêncio e eu apenas resmunguei em resposta. — Não gosto quando fica assim tão quieta. No que tu tá pensando? — passou a mão em meu cabelo.

— Você sente falta ne!? — levantei minha cabeça para poder observar ele melhor, ele estava com uma das mãos em baixo da cabeça e a outra no meio das minhas costas. E fez uma careta no momento em que ouviu minha pergunta.

— Do que tu tá falando? — editei alguns longos minutos antes de dar a sua resposta, talvez acostumando com a palavra.

— Sexo... — suspirei sentindo meu rosto pegar fogo, marcando a minha vergonha.— você sente falta de fazer.... Sexo.

Ele segurou em meu rosto levantando para eu poder encara-lo.

— Claro Alice, eu não vou mentir para tu. Só que agora eu estou com você, e se eu tiver que esperar eu vou esperar quanto tempo for necessário. Eu sabia disso quando te quis, e ainda te quero porque eu sei que sou seu homem. 

Não consegui segurar o sorriso que apareceu em meu rosto, e ele também sorriu, puxando meu rosto para finalmente selar nossos lábios em mais um beijo quente.

Quando nos separamos ele me deitou em seu peito e eu logo senti os meus olhos pesando e adormeci nos seus braços.



Meu Recomeçar (Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora