Cinquenta e um

23.2K 1.6K 147
                                    

***Alice***

Duas semana já haviam se passado desde o dia fatídico. Dizer que superei o falecimento dela é mentira, mas posso dizer que estou relativamente bem. Ela me pediu para ser forte e é isso que estou tentando fazer a cada dia, por mais difícil que seja. Sendo forte pela minha família, sendo forte pela minha filha, por todos.

Maju perguntou sobre a vó Ju algumas vezes, ela é muito nova para saber o que realmente aconteceu. Então só falamos que ela foi para um lugar bem bonito, que ela vai morar nesse lugar a partir de agora.

Ela ficou triste pois não conseguiu se despedir, mas acabou de distraindo com alguma coisa, eu invejava sua inocência agradeci a Deus por ela não perguntar mais sobre isso, sabia que quando ela lembrasse viria a mim.

Nós primeiros três dias eu não consegui ir pra casa, então dormi na casa do Théo, com a Maju. E quando eu cheguei em casa suas roupas já estavam embaladas prontas para serem doadas para ONG da comunidade. Seus móveis ficariam naquele quarto por hora até decidimos o que fazer.

No curso tudo anda muito bem, as provas eram complicadas, mas Théo tem me ajudado bastante, descobri que ele é um fera na matemática. Então quando eu não sei alguma coisa eu corro para ele me ajudar.

O sinal tocou, guardei minhas coisas na mochila e me preparei para ir embora. Hoje infelizmente não teria ninguém para me buscar, já que Théo e Alex foram no Vidigal para fazer alguma coisa. E meu pai está atolado de coisas na boca.

Maju só sai às cinco da tarde. Então terei que ir andando sozinha, ainda mais por que Emily também faltou hoje.

Sai da escola e cumprimentando algumas meninas, e fui caminhando até chegar ao ponto de ônibus, desci em frente ao morro e fui andando tendo aquele sol nas costas.

O movimento parecia o mesmo, apesar da maioria dos bares fechados, a polícia devia ter passado por ali.

Ouvi um barulho de carro atrás de mim, então fui para o canto da rua, então ouvi o barulho do carro parar, olhei para trás e não vi ninguém só o carro parado mas com os vidros escuros, voltei a andar agora mais rápido.

Olhei para rua de cima, e vi WL, sorri e acenei para ele ele mas ele não retribuiu, ao contrário de mim ele ficou sério, me assustei quando o vi puxar a arma da cintura e apontou para mim.

Antes que ele pudesse fazer alguma  coisa, alguém tapou a minha boca e meu nariz, me debati tentando me soltar, mas não foi o suficiente, quem me segurava era bem mais forte. Escutei um tiro, e a última coisa que eu ouvi antes de apagar foi a voz de Wl gritando o meu nome.

***WL***

Hoje o dia tava todo estranho, maior tropa tinha ido para o Vidigal e eu fiquei pra ajudar na segurança.

— Come logo Wellersson  — minha coroa começou a falar.

— Calma mãe tô comendo.

— Enrolação para tomar café. Já lavei toda a louça e você ainda não terminou. — falou ela enrolando o pano de prato no braço.

— Ih coroa tá chatona em!? Qual foi?

— Qual foi é a mão na cara. Tá pensando que eu sou seus amiguinhos é. — tacou o pano de prato na minha cara.

Meu Recomeçar (Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora