Capítulo XXXIV

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Lauren POV

Eu estava apavorada, completamente perdida. Olhei para a porta do quarto, mas me recusei a pedir ajuda. Eu enfrentaria aquela batalha de cabeça erguida e não me permitiria falhar em uma tarefa simples. Parecia simples quando Camila estava do meu lado dizendo o que eu devia fazer, mas naquele momento ela não estava e eu queria chorar em desespero. A verdade era que eu não fazia a menor ideia de como fazer aquilo, eu já tinha feito tal procedimento com o auxílio dela, mas agora, sozinha no quarto, parecia que todas as informações, que eu deveria ter gravado, apagaram-se da minha mente. Isso era ridículo, eu sabia, mas o sentimento de desespero aumentava a cada vez que eu respirava.

- Vamos lá princesa. Isso será um divisor de águas! – disse a minha filha, que resmungava em meus braços, talvez insatisfeita por eu estar a segurando na mesma posição há alguns minutos. – Mamãe está um pouco perdida, então você deve me guiar, ok? – Anabella fez careta e colocou um biquinho na cara. – Eu sei que estou ferrada, mas basta você me guiar... A matemática é simples... – comecei a caminhar até o trocador, colocando-a nele. – Mamãe está um pouco perdida quanto a te trocar, então se eu estiver indo pelo caminho errado você me manda um grande aviso, é só resmungar... – Ana girou a cara e sacudiu os braços. – Desse jeito. – pisquei. - você está entendendo o espírito, mas se chorasse ou fizesse algum barulho seria mais fácil de interpretação. – minha filha resmungou baixinho, após longos segundos me encarando fixamente. – Já disse que eu tenho medo quando me olha desse jeito? – neguei com a cabeça e abri um pote, que estava em cima da cômoda para pegar uma fralda. – Parece sua mãe, não conte isso a ela, mas ela me olha da mesma forma quando está desaprovando algo que estou fazendo. – suspirei frustrada. – Aposto um beijo bem babado que você não está nada satisfeita por eu estar aqui sozinha e totalmente perdida, mas não conte a mamãe Camila... – comecei a despir minha filha, para começar a trocá-la. – Eu fiz uma pose bem madura, jurei para ela que já podia fazer isso sozinha, até me indignei quando ela pareceu descrente. – bufei. – Parece que não confia em mim... Não olha assim pra mim, pequena. – pedi manhosa. – Eu sei que estou um pouco assustada, talvez esteja até mais branca que o normal, mas esse olhar reprovador não está ajudando na minha autoestima. – minha filha resmungou de novo, agitando os bracinhos e perninhas. – Amor, não briga com a mamãe, eu juro que estou tentando fazer tudo certinho... – choraminguei.

Abri a fralda suja depois que tirei sua roupa, dobrei a fita adesiva porque consegui ouvir a voz da Camila na minha cabeça dizendo que eu precisava fazer aquilo para não grudar ou arranhar a pele da minha pequena.

- Me pergunto da onde vem tudo isso se você só se alimenta de leite. – resmunguei quando o odor se fez presente, toda aquela coisa de coloração estranha me dando enjoo. Com a fralda suja aberta, passei no bumbum da minha filha para tirar o grosso do cocô. Ergui Anabella e dobrei a fralda suja embaixo do bumbum. – Primeira parte executada com êxito. – comemorei com um suspiro de alívio. Olhei para o trocador e fiquei pensativa. – Eu só preciso lembrar o que devo fazer agora... – minha filha agitou os braços. – Eu sei que devo te limpar, mas tem tantos produtos aqui que não sei qual usar. – olhei para o frasco com algodão, para o frasco com cotonetes. – Achei! – disse quando passei a vista pelos lenços umedecidos. – Não mereço nem um sorrisinho? – pedi quando retirava alguns lenços para limpar a pele da minha filha. – Você é muito exigente com a mamãe. – reclamei quando ela fez careta. – Estou fazendo o meu melhor... Algo me diz que terá o gênio da Camila e isso me deixa em desespero ao mesmo tempo que me deixa em êxtase! – Anabella grunhiu de novo. – Tudo bem, mamãe vai voltar ao serviço, a senhora que manda. – peguei o lenço, mas antes de começar a limpeza parei porque algo me dizia que não estava no processo certo. Olhei por todo o trocado esperando lembrar quais produtos usar. – Certo... Eu só preciso lembrar qual usar, o lenço não pode ser usado em excesso, apenas em situações de emergência... – Ana resmungou, seus braços se agitando. – Não seja tão mal com a mamãe, lembre-se que Mama Camila não está aqui para me guiar... Se não posso usar muito o lenço umedecido, então tem que ser o algodão, mas como uso ele? – questionei-me. Olhei novamente para o trocador e a garrafa térmica chamou minha atenção. – Água morna filtrada! – disse como se fosse óbvio. Baixei as pernas da menina que olhava para o lado entediada, peguei o algodão e o umedeci com um pouco da água, então comecei a limpar cuidadosamente para não ferir ou irritar a pele dela, sempre tendo cuidado para não levar bactérias do ânus para a vagina, então fazia movimentos de frente para trás. Descartava o algodão após a primeira utilização, colocando-o dentro das fraldas sujas. Para fazer uma boa higienização, abri com muito cuidado os grandes lábios para passar o algodão úmido, mas peguei cotonetes para limpar nessa região mais delicada, tendo sempre o cuidado para não colocar força. Baixei as perninhas de Anabella e segurei seu corpinho pela barriga para não correr o risco de ela fazer um movimento brusco no trocador enquanto me dobrava para pegar um pano para deixar sua pele bem seca. Peguei a fralda suja, enrolei, apertei as fitas e arremessei acertando o cesto de lixo. – Você viu que bela cesta a mamãe fez? Isso mostra que não estou tão enferrujada. Eu joguei softball na escola, sabia? Quando você começar a andar, vou te ensinar. – prometi. - David não quis aprender, mas aposto que você seguirá meus passos. – comentei convicta. – Só não conte para a Mama Camila que eu fiz esse arremesso, se eu errasse talvez tivesse um chão e parede todo sujo de merda e uma Camila muito, mas muito zangada... - Anabella sorriu. – Então a mocinha se diverte sabendo que a mamãe aqui pode se encrencar com a mamãe Camila? – estreitei os olhos. – Manterei isso em mente. – levantei as perninhas da minha filha. – A parte mais difícil já passou, não pareceu tão difícil agora que estou tão perto do final! – coloquei a fralda limpa embaixo do bumbum e a abri. Ajeitei a fralda e abri a fita, colocando-a na minha pequena e fechando as fitas na cintura procurando não deixar a fralda muita apertada ou muito folgada. – Missão cumprida! – disse orgulhosa, levantando minha filha e sorrindo. – Agora é só vestir minha... – olhei para minha filha, que me olhava sapeca, a mãozinha fechada na sua boca. – Não conte isso para sua mãe, mas eu acabei de perceber que não coloquei nenhuma pomada contra assadura... – disse de forma derrotada, colocando minha filha de volta ao trocador. – Será nosso primeiro segredinho. – pisquei, abrindo sua fralda. Ana resmungou. – Não seja tão exigente, mamãe está aprendendo, eu mereço um desconto... – coloquei um bico e Ana sorriu. – Que sorriso mais lindo de mamãe morder... Eu gosto dele e não quando você fica resmungando ou brigando comigo. – peguei a pomada, coloquei um pouco nos meus dedos e levantei as perninha da pequena que resmungava baixinho, comecei a espalhar tendo cuidado para não colocar dentro da vagina. Passei por toda a região externa, no bumbum e envolta do ânus. – Agora sim, eu estou no caminho... – minha frase morreu assim que senti um líquido quente escorrendo pelas pernas da minha filha. Um protesto alto morreu em minha garganta. – Acabo de ser batizada pela senhorita Anabella Cabello-Jauregui. – disse enquanto levantava minha filha para que ela não se sujasse ainda mais. – Que desastre! – constatei derrotada. – Mas a mamãe é guerreira e não vai chorar como um bebê indefeso para Camila. – minha filha fez careta. – Tudo bem, sem analogias a bebê. Pisei na bola, mas não precisa me olhar feio. – inclinei meu corpo para pegar uma fralda de pano para secar o trocador. – Temos um processo de troca ainda inacabado e imprevistos acontecem. – comentei enquanto secava o mijo que tinha acumulado. – Parecia mais fácil quando a Camila estava ao meu lado. – arrumei minha postura e coloquei minha filha de volta ao trocador, deixando-a em cima de outra fralda de pano, limpa, para que não entrasse em contato com o plástico úmido. – Acabei de perceber que você se comporta na presença da Camila, isso é uma ótima estratégia. – levantei o bumbum de Ana e peguei alguns lenços umedecidos para fazer outra limpeza. – Eu posso usar lenços agora? – Ana agitou os bracinhos, mas não disse nada. – Vou considerar esse silêncio como uma afirmativa porque quem cala consente! – joguei a fralda no lixo e peguei uma nova, tendo o cuidado em passar uma nova camada de pomada para assadura e depois coloquei a fralda. – Tivemos alguns contratempos, mas agora podemos dizer, missão cumprida! – constatei orgulhosa. – Agora a mamãe aqui só precisa te vestir e posso dizer que sobrevivemos a esse apocalipse chamado troca de fralda. - peguei um body baby manga curta na cor preta, com a frase "Meu primeiro pretinho básico", roupa escolhida e comprada por David para que sua irmã não se afogasse em um mar de rosas, e a vesti, depois coloquei as luvinhas e meinhas. – Está linda, se me permite constatar, princesa Cabello-Jauregui! – beijei sua testa. – E agora farei um que sei de melhor. – disse orgulhosa, dirigindo-me a poltrona perto do berço. – Vou colocar a mocinha para dormir e mais tarde a Mama Camila aparece para que possa encher essa barriguinha! – Anabella sorriu. – Comida sempre te anima, pequeno projeto de gente. Pelo o que eu percebo – sentei na poltrona e toquei seu nariz, colocando-a, depois, deitada em meus braços. -, que eu precisarei trabalhar em dobro a fim de sustentar três esfomeados.

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