Capítulo IV

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Me adicionem no Twitter, eu juro que sou legal: @harmolylas97

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Lauren POV

Quinta-Feira

Há certo ditado que diz que para tudo tem um remédio, menos para a morte, e, a partir desse ditado surge o dizer popular, que fala que o tempo resolve tudo, às vezes leva mais tempo que se imagina, mas ele é capaz de lavar as dores do peito e da alma. Minha mãe sempre me dizia quando eu estava doente, que eu precisava de remédio e repouso, e o tempo curaria minhas dores e levaria consigo toda enfermidade. Para o braço quebrado podemos engessá-lo, para a gripe comprimidos.

Vacinas, injeções, curativos, pomadas, chá, e inúmeras fórmulas, mas o que usar quando seu coração quebra? Qual remédio tomar quando a alma adoece? Que procedimento é o mais recomendado para costurar os nossos pedaços?

Meu filho havia brigado e todas as perguntas e motivos rondavam minha cabeça. Pedi desculpas educadamente ao casal, pois nada me faria ficar naquela reunião sabendo que meu filho poderia estar machucado, chorando, triste, acuado, e com medo. Passei rapidamente por Amanda e pedi que ela cancelasse todos meus compromissos e remarcasse para outro momento. Dirigia desesperadamente pelas ruas controlando meus pensamentos para que não tornasse aquele momento algo pior com um acidente de trânsito.

Eu olhava meu celular várias e várias vezes, tanto que já havia decorado de quanto em quanto passavam cinco minutos. Cogitei ligar para a Camila, mas a ideia foi descartada momentaneamente, primeiro porque ela deveria estar em uma reunião, segundo porque não queria alarmá-la quando eu não sabia o que tinha acontecido, e terceiro, eu também era mãe dele e egoistamente queria resolver isso sozinha, apenas para provar que eu podia lhe dar com situações como essa, mas estava quase entrando em colapso, pois minha mente sempre traiçoeira imaginava o pior. Incontáveis vezes senti vontade de jogar meu celular em alguma parede apenas para descarregar a frustração de não saber os detalhes que havia levado David a se meter em uma briga.

O caminho entre meu escritório e a escolha do meu filho nunca havia sido tão longo, senti como se séculos tivessem passado.

Ser mãe está além de gerar um filho e alimentar, ser mãe é muito mais que um papel social que a mulher desempenha. Ser mãe é ter todas as respostas para as perguntas curiosas, ser mãe é saber quando o choro é manha, ou quando é sono, ou dor, é ler cada minúscula expressão fácil, é ler pensamentos e o olhar. Algumas pessoas supõem que toda mulher nasce para ser mãe, mas ser mãe é muito mais que nascer para ser. É ser médica, psicóloga, enfermeira, professora, palhaça, contadora de história. Ser mãe é encarar os medos e tudo que a sociedade impõe para criar um filho. Ser mãe é uma carga que nem todas são capazes de carregar.

David estava sentado no canto da sala do diretor ao lado de Rachel e três garotos que nunca vi na vida. Quando entrei na sala ele levantou a cabeça, nos encaramos por breves segundos, meus olhos suplicando por respostas e os deles apagados e envergonhados, depois ele baixou a cabeça e voltou a encarar as mãos.

- Bom dia senhora Jauregui. – o diretor me cumprimentou.

- Bom dia. – respondi sem olhá-lo, meus olhos fazendo uma vistoria em meu filho. Suas roupas estavam sujas de terra, seu braço ralado, no canto da boca até o queixo uma linha quase apagada de sangue coagulado, sua boca estava vermelha e inchada. – Por que não o levou a enfermaria? – exigi, voltei meus olhos para o diretor. Então notei que o pai da Rachel estava sentado em uma cadeira me frente ao diretor. Ele parecia tão sem jeito quanto eu em está naquela situação.

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