Capítulo 20: Vento no Litoral (Parte 1 - Latch)

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NOTAS: Hello guys! Primeiramente FORA TEMER oweiowo. Segundo, zilhões de desculpas pela demora. Sei que eu tinha dito pra algumas pessoas que postaria na semana passada, mas tem tanta coisa acontecendo na minha vida agora. Se você não tá afim de saber nada sobre, só saiba que eu fiz o capítulo com todo o amor e cuidado do mundo, ele acabou ficando tão grande que eu decidi dividi-lo em dois. Mas ele tá lindo! Eu espero que gostem tanto quanto eu. O link das músicas do capítulo estão logo abaixo, fiquem a vontade pra escutarem a música se quiserem! 

Sobre toda a minha demora, pra quem não sabe, eu estou tentando passar na federal de onde moro, escrever a história, tentando conseguir um emprego e ter uma vida no meio disso tudo. É bastante complicado, porque eu tenho que me dividir entre estudar, escrever, ler os livros exigidos pro vestibular, estudar mais, ajudar a mãe na casa, mandar currículos, sair com os amigos... É muita loucura na minha cabeça. Mas, por favor, torçam pra que eu consiga passar no vestibular e eu espero que todos que estiverem nessa vida também consigam passar! Bom, vamos ao capítulo!
Boa leitura! <3  

  LINKS:
Oceano: https://www.youtube.com/watch?v=2kqdlAYNEzk
Latch:
 https://www.youtube.com/watch?v=Be2xotEPjs4

    


Toda a atmosfera estava pesada. Até mesmo meus pais estavam tensos ao meu lado, assustados inclusive, pois foi naquele momento que não só eles, como eu, percebemos o quanto Alycia me amava. E ter essa certeza em meio a todo esse caos fazia explodir algo doloroso e prazeroso dentro de mim. As notas do violão foram substituídas pelos solução altos da minha namorada, ela parecia sem chão. Eu já tinha visto Alycia chorar antes, mas não dessa forma. Era aquele tipo de choro desesperado que a gente costuma colocar o rosto no travesseiro para abafar o som dos soluços e, vez ou outra, dos gritos. Porque normalmente está todo mundo dormindo e a madrugada é tão silenciosa que até os mais simples movimentos, soam como um alarme estridente. Mas lá estava ela, completamente vulnerável, na frente de qualquer pessoa que quisesse presenciar a cena, sem se importar se estava parecendo fraca, inapropriada ou estúpida. Como se a dor fosse a única coisa que ela pudesse sentir, e o choro, a única maneira de tentar expulsá-la.

Tudo parecia girar ao meu redor, minhas próprias lágrimas me cegavam, meu estômago embrulhava, uma dor dilacerante em meu peito se espalhando em diferentes tipos de dores por todo o meu corpo até irromper em um vômito violento. Eu praticamente convulsionava pela forma bruta em que meu corpo me fazia expulsar qualquer tipo de coisa em meu estômago, mesmo quando já não tinha mais nada. Minha garganta ardia e eu gritava para que parasse, mas não parava. Todos estavam ao meu redor agora, pareciam ter esquecido suas próprias dores, suas próprias lágrimas e isso me aliviou um pouco.

Assim que eu consegui me controlar e respirar um pouco, meus pais chamaram as enfermeiras para limpar o chão. Alycia sentou-se ao meu lado na cama e segurou minha mão. Ajeitei a toca em minha cabeça com a mão livre e avaliei minha namorada. Não por muito tempo, pois seus olhos estavam desolados, em um verde apagado e sem vida. Lágrimas voltaram a brotar deles e eu a abracei com força.

- Me desculpa. - Eu disse. - Me perdoa... - Repeti infinitamente.


...


Poucos dias depois, meus pais apareceram em meu quarto do hospital com os papéis da alta e uma grande mala. Parece que eles já tinham ido ao dormitório e recolhido minhas coisas. Eu estava contente em finalmente sair do hospital. Após a terrível notícia da minha metástase e o fim de meu tratamento, os médicos concordaram em me deixar passar meus últimos dias na praia com minha família. Eu me sentia incrivelmente melhor, mais saudável, o que era estranho. Eu já caminhava normalmente e os enjoos eram quase inexistente. É claro que eu ainda estava careca, com enormes olheiras e ainda tentando recuperar os tantos quilos perdidos. Mas eu não me sentia um lixo como sentia há algumas semanas atrás.

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