Capítulo 23

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- Deixa eu ver se eu entendi... - falou o Léo se afastando do Dylan e ficando a uma distância segura. - Eu não posso tocar nela? - o Dylan assentiu. - O namorado dela é você ou ele? - perguntou confuso apontando para o Dylan e para o Aaron.

- Eu. - respondeu o Aaron apertando o braço em volta da minha cintura e só então eu noto que ele disse ser meu namorado. PUTA MERDA! Já posso morrer, que morro feliz!

- Ele não é namorado dela. - se meteu o Dylan onde não foi chamado.

- E você é? - o Dylan revirou os olhos e lançou um olhar rápido pra mim antes de responder. Minha mente trouxa queria que ele dissesse "sim", apenas rolar treta. Juro que era pela treta!

- Não. - Dylan e sua mania de destruir minhas expectativas.

- E por que eu não posso tocar nela?

- Porque eu não quero que ninguém toque nela! - respondeu naturalmente e eu só não fui ao chão porque o corpo do Aaron colado ao meu era bem mais interessante.

- E por que ele estava beijando ela se ninguém... - o Léo não terminou sua pergunta, pois o Dylan o interrompeu.

- Pare de fazer pergunta idiota, porra! - disse irritadinho e o Léo olhou pra mim segurando o riso.

- Ele é sempre assim ou é só ciúmes de você? - perguntou e eu tentei ignorar a palavra ciúmes. Eu prometi a mim mesma que só tentarei entender o Dylan depois que ele se internar na melhor clínica psiquiátrica do planeta e tratar de todos os seus problemas.

- Ele tá sempre de mal humor. - falei e o barulho de pessoas discutindo me fizeram olhar na direção da porta do meu quarto, onde o Justin e a Karen ainda discutiam por alguma besteira. Eles se calaram quando notaram nossa presença, o olhar do Justin caiu sobre mim, o Aaron se afastou no mesmo instante e o olhar da Karen caiu sobre o Léo.

- Esse é novo na turma? - perguntou ela se afastando do meu irmão e analisando o Léo de cima a baixo, como ele não gosta nenhum pouco de atenção, logo abriu um sorrisinho de lado e estendeu a mão pra ela jogando todo seu charme.

- Prazer, Léo. E você, gata? - antes mesmo que minha amiga pudesse apertar a mão do garoto, uma mão muita maior a segurou.

- Alguém que pode não precisa conhecer. - falou o Justin apertando a mão do coitado a ponto de fazê-lo gritar de dor.

- AI CARALHO! SOLTA! - ele soltou e o Leo veio pra trás de mim, como se estivesse se escondendo do meu irmão. - Pra que essa agressividade toda de vocês, hein? Eu sou um serumaninho da paz. - a única que sorriu foi eu, todos estavam sérios.

- Quem é esse? - perguntou o Justin ao Dylan.

- Pelo que eu ouvi é filho do Brian. - respondeu.

- E namorado da Mel. - ele disse me abraçando por cima do ombro, mas só bastou os olhares do Aaron, Dylan e Justin que ele logo se afastou.

- Eu preciso encontrar o homem que deve ser meu pai, foi um prazer conhecer vocês. - disse a última frase ironicamente.

- O tio Brian não para em casa. - o alertei antes que ele perdesse seu tempo.

- Você vai morar aqui? - perguntou a Karen sorrindo.

- Por que o interesse, Karen? - o Justin devolveu a pergunta e eu fui me afastando de todos sem eles perceberem.

- Você não é nada meu, eu não te devo satisfação. - respondeu.

- Eu não sou porque você não quer. - a pose de durona dela caiu por alguns segundos e eu não fiquei ali pra saber como terminaria. Corri em direção a sala onde encontrei o Jack e o Liam jogados no sofá assistindo TV. Sentei entre eles e os mesmos parecerem não notar minha presença.

- Vocês tão sabendo que o tio Brian talvez tenha um filho? - perguntei pra ver se eles me davam alguma atenção.

- Sim, ele é tão idiota quanto o pai. - respondeu o Liam sem desviar o foco da TV.

- Ele era meu namorado. - falei, mas diferente do Dylan e Aaron, eles pareciam não se importar.

- Eu prefiro o Aaron, o cabelo dele é mais bonito. - respondeu o Jack.

- Eu prefiro o Dylan, meu irmão é bom demais pra você. - disse o Liam e eu não sei se deveria me sentir magoada por isso.

Resolvi deixar os dois lá e ir na cozinha em busca de algo para comer, abri a enorme geladeira e só encontrei água e cerveja. Fui para os armários e não encontrei nada que não precisasse cozinhar. Senti meu estômago roncar e revirei cada canto da cozinha em busca de algo, depois de muita procura encontrei um macarrão instantâneo e decidi testar meus dotes culinários pela primeira vez na vida.

Segui as instruções que havia no verso do pacote e coloquei uma panela com água no fogão, demorei mais tempo que o necessário para conseguir ascender o fogo e quando finalmente consegui fiz uma dancinha de comemoração, ainda bem que eu era a única pessoa no cômodo senão iriam me achar louca.

Deixei a água ferver como dizia nas instruções, porém eu não fazia a mínima ideia do que era ferver uma água, então depois de alguns minutos a água começou a borbulhar e pra saber se já estava um pouco quente coloquei minha mão dentro da panela.

- PUTA QUE PARIU! ISSO TÁ QUENTE, CARALHO! - gritei mesmo sabendo que ninguém iria ouvir.

- A água está no fogo, você queria que ela estivesse o quê? Congelando? - ouvi o tom sarcástico do Dylan e virei meu corpo na sua direção, ele estava encostado na porta na cozinha com um pequeno sorriso nos lábios.

- Não precisa passar na minha cara que sou tão tapada assim, okay? - falei me afastando do fogão e pegando um pano em cima da pia pra secar minha mão que estava vermelha e doendo pra caralho.

- Está doendo? - ele surgiu ao meu lado e segurou minha mão.

- Um pouco. - ligou a torneira da pia e mandou eu colocar minha mão em baixo, a água gelada foi uma alívio para a dor que eu sentia.

- Sempre se metendo em encrenca, Mel. - resmungou e eu não disse nada, não era culpa minha se a confusão está no meu sangue.

- Eu vou fazer alguma coisa pra você comer. - falou e eu revirei os olhos, não dava pra suportar essas mudanças de humor. Não protestei, apenas me sentei na mesa que havia na enorme cozinha e fiquei admirando a linda visão da sua bunda enquanto ele fazia algo no fogão.

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