Capítulo 21 - Parte 1

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- Eu também esperava uma crise de ciúmes dele. - falou a Karen e levou uma colher de brigadeiro até a boca.

Estávamos jogadas no chão do meu quarto com uma panela de brigadeiro, contei os últimos acontecimentos a ela e a mesma ouviu tudo atenta e fazia caras e bocas a cada detalhe.

- Isso prova que ele não tem ciúmes de mim, tudo era apenas babaquice. - afirmei. Uma parte de mim estava feliz por ele não cumprir a tal regra e matar o Aaron, porém outra estava decepcionada, bem que eu queria ver os dois brigando por minha causa.

- Eu não sei porque você reclama, aproveita o loirinho. - tomei a colher da sua mão e a levei cheia de brigadeiro a boca.

- Mas ainda tem o Justin, duvido muito que ele não faça nada. - comentei, embora nos últimos dias ele não tenha me dado atenção, meu irmão ainda era superprotetor e não deixaria eu ficar com o Aaron.

- Por falar em seu irmão. - Ela pegou a colher de volta. - Qual o problema dele hein? - a olhei confusa e ela continuou. - Ele não larga do meu pé um minuto sequer, não que eu esteja reclamando, mas isso cansa. - cai na gargalhada, se minhas hipóteses estiverem certas, ela tá ferrada.

- A culpa é da genética, se prepare que ele não vai te deixar em paz nessas férias - pelas histórias que minha mãe me contou, meu pai desde que a conheceu não saiu de cima dela, só quando uma vadia mentirosa, palavras dela, apareceu, mas depois tudo voltou ao normal e até hoje ele continua grudado nela o dia inteiro. Se a história se repetir, coitada dela.

- Por sorte as férias passam rápido. - Ela brincou ao mesmo tempo que a porta se abriu abruptamente, olhamos juntas naquela direção e vimos que se tratava de um serumaninho muito gostoso.

- Eu preciso falar com ela. Cai fora. - usou sua típica grosseria. A Karen olhou pra mim e piscou o olho antes de se levantar.

- Talvez se você não fosse tão chato, ela ia preferir você ao Aaron. - disse minha linda amiga e futura cunhada quando passou por ele.

O vi fechar os punhos e cerrar a mandíbula. Eu já disse o quanto ele fica lindo quando está com raiva?

- Eu não vou mandar você sair de novo. - falou e foi minha vez de levantar.

- O quarto é meu, ela sai se eu quiser. - retruquei, nossos olhares se encontraram por alguns segundos e ele desviou rapidamente.

- Não me irrite ou quem vai embora sou eu.

- Garanto que não fará diferença, pode ir. - fiz um gesto com a mão como se estivesse o expulsando. Ele revirou os olhos e deu um passo na minha direção.

- Você não quer que eu vá. - deu outro passo na minha direção e nossos olhares se encontraram. Engoli em seco e tentei raciocinar com coerência, mas foi em vão.

- Pode ter certeza que não. - as palavras saíram da minha boca sem a minha permissão e um sorriso sem mostrar os dentes brotou nos seus lábios. - Quer dizer... Vá embora, eu estou com a Ka... - não terminei a frase, pois quando olhei ao redor do quarto ela já não estava mais ali.

- Somos apenas você e eu, Mel. - essa frase soou de uma forma tão indecente na minha cabeça. - Fique calada porque você vai me ouvir. - ele deu mais três passos na minha direção e a distância entre nós era mínima. O olhei meio surpresa, que merda ele pensa que está fazendo? Confundindo minha cabeça ainda mais, só pode.

- O que você tem a me dizer? Desculpa Mel, eu só queria assustar os meninos, mas eles podem te pagar a vontade. - tentei imitar uma voz masculina e isso fez ele se afastar de mim.

- É perca de tempo... - resmungou e virou as costas pra mim. Eu juro que tentei de todas as formas possíveis e impossíveis não olhar pra bunda dele, mas a bermuda branca a marcava de uma forma tão... tão... tão...

Sai dos meus devaneios quando ouvi ele perguntar alguma coisa antes de se virar sem eu esperar e acho que notou a baba que escorria da minha boca.

- O que disse? - eu não havia ouvido bem, estava perdida em pensamentos que me lembravam como era aquela maravilha sem nada a cobrindo.

- Não vou repetir, você não é surda. - ah Dylan, o que tem de gostoso tem de mal humorado.

SE CONTROLA, MEL!

- Você que sabe. - fingi não dar importância, mas por dentro eu estava me corroendo de curiosidade.

- Você faz de propósito, não é? - Ele agarrou meu braço com uma mão mantendo uma certa distância.

Pra ser sincera, eu gosto dele quando está irritadinho.

- Depende, do que estamos falando? - me fiz de lerda e ele apertou meu braço com mais força que chegou a doer. - AIIII... - gritei e tentei puxar meu braço, ele apenas desapertou um pouco. Nossos olhares se encontraram mais uma vez e a única coisa perceptível no seu olhar era raiva.

- Eu te fiz uma pergunta, você gosta... - ele não terminou a frase, pois a porta se abriu de uma vez e meu lindo irmão com uma expressão assassina no rosto arrastava o Aaron pelo pescoço.

Tragam a pipoca e que comecem os jogos... ops... as tretas!

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