Capítulo 15

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- Acho que ela morreu.

- Ela só desmaiou.

- Então a coloque no chão, não precisa ficar com ela nos braços.

- Ela está desacordada, não vou colocá-la no chão.

- Da última vez que eu fiz isso, ela acordou.

- Eu não sou como você.

Ouvia vozes um pouco distantes e parecendo próximas demais, senti algo gelado no meu corpo e abri os olhos no mesmo instante. Parecia que a cena estava se repetindo na minha cabeça, eu estava no meu banheiro, o Dylan estava encostado na parede, minha cabeça doía, porém dessa vez eu não estava no chão, braços fortes me seguravam. Os braços fortes do Aaron me seguravam.

- Ela acordou. - ele desligou o chuveiro e me olhou preocupado, assim como eu ele estava todo molhado. - Quer nos contar o que aconteceu? - balancei a cabeça em sinal negativo, não queria relembrar nada daquela noite.

- Ela só faz isso pra chamar atenção. - resmungou o Dylan saindo do banheiro, mas ele parou no mesmo lugar quando eu gritei.

- A CULPA É TODA SUA, DYLAN! - ele voltou a olhar na nossa direção com um sorriso debochado no rosto.

- Fui eu quem bebi do copo de estranhos e ficou chorando feito criança, Mel? - perguntou com ironia e senti lágrimas brotarem nos meus olhos. Ele não podia ser só um pouquinho menos idiota?

- Não, até porque você é todo certinho. - usei o mesmo tom irônico dele. - Mas se você não tivesse... - parei de falar e engoli o nó que se formou na minha garganta. - Se não tivesse me deixado sozinha na calçada aquele imbecil não teria me agarrado! - disse já sentindo as lágrimas caírem.

- O QUÊ? - os dois gritaram ao mesmo tempo.

- Quem foi o filho da puta? - perguntou o Dylan possesso de raiva e me encolhi nos braços do Aaron, ele me olhou e viu que estava chorando.

- Ele fez alguma coisa com você? - perguntou calmo, disfarçando sua ira, mas sua mandíbula estava cerrada e seus olhos diziam que ele estava furioso.

- Eu consegui fugir. - respondi com a voz baixa e ele olhou para o Dylan.

- Por que caralho deixou ela sozinha na calçada? Você é idiota ou o quê?

- Eu não imaginei que isso fosse acontecer, porra! - respondeu passando a mão nos cabelos. - Quem foi o desgraçado? - perguntou mais uma vez e não respondi, eu sabia que o cara merecia ser preso, mas o Dylan não podia fazer justiça com as próprias mãos.

- Você sabe quem foi? - perguntou o Aaron enquanto secava uma lágrima na minha bochecha. Perdida encarando aqueles olhos, falei sem pensar.

- O cara que queria bater no Austin. - ouvi o Dylan xingar palavrões que eu nem sabia da existência.

- Você sabe quem é? - questionou o Aaron e o Dylan assentiu.

- Cuide dela e amanhã mande o tio Brian me tirar da cadeia ou do hospital. - disse para o Aaron e saiu dali pisando duro.

Já sozinhos, o Aaron me tirou do banheiro e me colocou com cuidado sentada na cama, sentou ao meu lado e me observou por longos minutos antes de falar.

- Eu devia ter ficado de olho em você. - disse enquanto sua mão tocava o meu rosto de uma forma tão delicada que parecia que eu quebraria a qualquer momento. - Mas eu não ia conseguir ver alguém te beijando e não quebrar a cara do imbecil. - um pequeno sorriso surgiu nos meus lábios.

- Eu não pensava que você fosse tão agressivo, Aaron.

- Eu não sou, mas sou bastante... - ele mesmo se interrompeu, ficamos nos encarando sem falar nada, seu dedo tocou meu queixo, em seguida o meu lábio, esperei um beijo daqueles bem românticos, mas ele se afastou. - Tire essa roupa, eu vou me secar. - voltou para o banheiro e eu bastante frustrada tentei fazer o que ele mandou, porém não consegui descer o zíper do meu vestido, minha única opção foi ficar sentada esperando ele voltar pra me ajudar.

30 Dias Com Eles |PAUSADO|Where stories live. Discover now