Capítulo 8

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Justin acima⬆😏



Já faz mais de vinte minutos que o Ethan saiu e não voltou, minha barriga chega a doer de tanta fome, tentei levantar e ir procurar alguma coisa na cozinha, mas quando coloquei meu pé no chão, a dor não me deixou continuar.

- AARON... LIAM... AUSTIN... DYLAN... JACK... TIO BRIAN... - gritei mas nenhum deles apareceu, sem aguentar mais ouvir minha barriga roncar, decidi ir até a cozinha pulando num pé só. Se algum dos meninos vissem essa cena ridícula, minhas chances que são 0% diminuiriam ainda mais.

Eu estava indo bem, mas na cozinha havia uma parede de vidro com uma visão perfeita da piscina e do Dylan que estava tomando sol em uma espreguiçadeira usando uma sunga preta, nem preciso dizer que a baba caiu e eu também.

- Porra! - xinguei quando caí de bunda no chão, maldito Dylan que faz eu perder o equilíbrio, literalmente.

Era uma missão impossível se erguer do chão com apenas uma perna, tentei de todas as formas, mas não tinha jeito. Usando toda a minha esperteza, resolvi me arrastar até um lugar onde eu pudesse ter uma ótima visão do Dylan, me ajeitei lá e esperei alguém aparecer, o que não demorou muito.

- Eu vou me arrepender de perguntar, mas que merda você tá fazendo aí? - pergunta o Austin enquanto abre a geladeira e bebe um copo d'água ao invés de vim me ajudar.

- Eu li na internet que sentar no chão faz bem pra pele. - ironizo. - Dá pra me ajudar? - ele caminhou até parar na minha frente.

- Não é meu turno de babá, mas como eu sou uma ótima pessoa... - sem eu estar esperando, ele puxa meu braço com força e meu corpo, magro e pequeno, vai de encontro ao dele, a dor atinge meu pé quando eu levanto abrruptamente, e só não caio de novo, porque ele passa um braço em volta da minha cintura me segurando. Apoio o peso do meu corpo na minha perna esquerda e espero ele se afastar, mas se passam segundos e nada acontece.

Estranho sua não-reação, nossos corpos estavam colados, nossos rostos estavam a centímetros um do outro, observo atentamente seu semblante e o vejo mordendo seu lábio inferior, meu olhar encontra os seus olhos castanhos e nos encaramos por alguns segundos. Cheguei a pensar que hoje seria o dia que eu pegaria um dos meus primos gatos, mas minha vida é fadada ao fracasso, e sempre que eu penso que uma coisa vai acontecer, meus lindos primos idiotas não colaboram comigo e estragam tudo.

- Atrapalho alguma coisa, Ethan? - o Dylan, usando sunga e óculos escuro, para ao nosso lado e o Austin me solta rapidamente, só não caio porque apoio meu corpo na mesa.

- Eu sou o Austin e se não viu direito não estávamos fazendo nada demais. - estaríamos se o Dylan não tivesse aparecido, penso. Fica difícil assim, toda vez que eu dou um passo a frente, alguém me empurra dez pra trás.

- Eu sei muito bem o que eu vi, Austin. - ele dá bastante ênfase no nome do Austin e fico meio perdida na história. Eu até gosto de me iludir, mas não sou burra ao ponto de achar que o Dylan está fazendo isso por ciúmes, então por que caralho ele tá fazendo essa cena?

- Até parece que eu ia beijar uma criança, Dylan.  - diz o Austin revirando os olhos e eu o fuzilo com olhar, mas se ele quer jogar... Vamos jogar. Olho para o Dylan fazendo minha carinha triste e de inocente, que sempre funciona com todo mundo.

- Eu não sei o que você viu Dylan, mas ele queria me agarrar e como meu pé está machucado eu não tinha como fugir. - embora eu soubesse que o Dylan não iria ficar com pena de mim, sabia que ele ficaria com raiva do Austin, já que todo mundo resolveu que a Mel é intocável.

- Se isso fosse verdade, garanto que você não iria reclamar. - rebate o Austin e ele está coberto de razão, mas o mundo não precisa saber disso.

- Qual o motivo da reunião? - o Aaron surge na cozinha com seus cabelos loiros molhados preenchendo o local com toda sua beleza.

- Pergunta a esse imbecil que estava quase agarrando a Mel. - automaticamente os olhos do Aaron caem sobre o Austin e uma pequena guerra de olhares se travou ali. Eu vou ali me matar e já volto. Desse jeito não dá, não dá mesmo.

- Alguém me explica que porra é essa? - três olhares interrogativos se voltam pra mim, eu seria tão sortuda se essa rixa toda fosse por causa de ciúmes, mas não é, é apenas babaquice. - Se você não tivesse aparecido - aponto um dedo na direção do Dylan. - O Austin e eu teríamos nos beijado e eu queria isso. - confesso, eles tem que entender que eu já namoro.

- Queria? - pergunta o Aaron cruzando os braços em frente ao corpo.

- Não se preocupe que eu quero beijar você também, querido. Assim como o Dylan, ou como o Ethan e até o Liam. - os três olham pra mim surpresos e um quarto ser aparece no local. Ah merda!

- COMO É? - grita o Justin enquanto me olha dizendo que eu estou ferrada, e como eu já comecei a falar merda vamos até o final.

- Se você fosse mulher e tivesse cercada por homem gostoso também estaria assim Justin, então não me culpe. - os olhos do meu irmão se arregalam também e ele fica sem palavras, já tá na hora de todo mundo entender que eu já sou crescida (na idade).

- Você não é mulher, é uma pirralha. - fala o Austin e eu sinto vontade de bater na cara dele, mas não posso caminhar e meu braço é pequeno não dá pra alcançá-lo.

- E você estava quase beijando essa pirralha.    - falo mostrando minha língua pra ele e meu irmão reage.

- COMO É? - pergunta mais furioso que antes enquanto caminha a passos largos na direção do Austin, que se esconde atrás do Dylan, o Sr. Gentileza empurra o Austin na direção do Justin e os dois começam a brincar de pega-pega correndo um atrás do outro pela cozinha. Eu deveria está dando gargalhadas da situação, mas eu estava furiosa demais pra sorrir.

- Mel, eu trouxe seu... - o Ethan entra na cozinha e para de falar quando observa o que está acontecendo.

- SOCORRO, IRMÃO! ELE QUER ME MATAR, MATE O ETHAN, EU SOU O GÊMEO BONITO. NÃO POSSO MORRER AGORA. - grita o Austin, o Justin pega uma frigideira e atira na sua direção, ele erra o alvo e o objeto bate no fogão fazendo o maior barulho. Risadas tomam conta do ambiente e lágrimas de raiva tomam conta dos meus olhos. Com o Justin desse jeito, não dá nem pra eu me iludir.

- O que foi? - pergunta o Dylan ao meu lado e eu nem havia notado que estava tão próximo de mim.

- Me leva pro meu quarto, por favor. - pedi educada pra ele não me negar.

- Tudo bem. - rapidamente, ele me pega no colo e toda a atenção da cozinha se volta pra nós, eu só esperava um apoio no ombro. O Justin nos observa e vejo seu olhar preocupado, antes que ele fale algo, o Dylan fala sério.

- A Mel machucou o pé, se você fosse um bom irmão estaria preocupado com ela ao invés de tentar impedir que ela namore. - esse garoto tem problemas. A bipolaridade dele tá em um caso muito avançado, não tem condições.

Escuto o Justin perguntar o que aconteceu, mas o Dylan me tira da cozinha rapidamente. Eu estava sendo carregada por ele mais uma vez e agora ele usava apenas uma sunga, mas eu não me importava, não mais. Depois do que acabou de acontecer, eu desisti. Dessa vez pra valer. São só alguns dias morando com eles, eu posso suportar muito bem, só preciso tirar da cabeça que eu posso pegar algum. Quando meus pais voltarem, minha vida antiga vai voltar e tudo voltará ao normal. 

30 Dias Com Eles |PAUSADO|Where stories live. Discover now