23

800 71 9
                                    


Caminhava desesperado pela cela, não havia dormido toda a noite.

Estava nervoso, não sabia o que estava prestes a acontecer. Pessoas que fazem estes trabalhos, não costumam deixar provas ou ser apanhados.

O que me assustava.

Assustava-me passar anos fechado, ser acusado injustamente. Não voltar a ver a minha família.

Dar um desgosto enorme à minha irmã pela segunda vez.

Ninguém iria ser capaz de provar que estava inocente. Que não havia morto a Hailey, que foram traficantes de droga a fazê-lo. O telemóvel iria ser a única prova a incriminar-me.

E talvez o suficiente. Alguém tinha de pagar pelo assassinato da Hailey, era a única certeza de momento.

- Punhos.

Aproximei-me das grades, permitindo que me algemassem novamente.

Caminhei pela esquadra, até à sala de interrogatório, onde ficara durante três horas no dia anterior.

O que havia para dizer?

Ao entrar na sala, fiquei pasmado com as pessoas à minha frente.

Tentei pronunciar-me, mas nada ecoou pela sala. A rapariga com longo cabelo castanho e olhos verdes brilhantes não desviou o olhar de mim.

Lágrimas subiram aos meus olhos.

Ivy aproximou-se de mim, puxando-me para um abraço. Nenhum de nós falou, apenas saboreamos o abraço.

Afastou-se de mim, limpou as lágrimas que lhe escaparam.

Depois, guiou a mão ao meu rosto.

- Para quê que foi isso?

- Para saberes o quanto me magoaste!

Sem hesitar, guiei os meus lábios aos dela, levando-os num beijo lento, cheio de sentimentos.

- Justin!

- Isto foi para relembrares o quanto te amo.

A rapariga olhou para mim, sem saber o que dizer.

Porém, a conversa não se prolongou, pois o pai dela entrou na sala. Franzi as sobrancelhas, surpreendido. Ele era a última pessoa que esperava ver.

Sentamos-nos à volta da mesa.

Leonard havia conseguido uma semana para provar a minha inocência. O facto de ter assuntos pendentes com a polícia canadiana, facilitou o acesso ás provas já coletadas sobre o caso.

Questionou-me várias vezes, perguntas a que respondi sem hesitar.

Não tinha nada a esconder.

Desde as duas semanas no Canadá, o que me trouxe de volta este mês e até o namoro que tivemos.

Ivy ouvia o que contava atentamente, à espera que algo lhe surgisse em mente, desejando lembrar-se de algo que não permitisse que fosse preso.

IVY II  ➛ JUSTIN BIEBEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora