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- Justin McCann

Aquela sensação de não estar a fazer o correto era constante.

Como é que fui capaz de virar as costas à Ivy? Como é que pude permitir que a Hailey me deixasse confuso ao fim dos anos que passaram?

Injusto para mim, injusto para a Ivy.

Conduzia pelas estradas até à morada que Hailey me enviara. 

Era um motel em Toronto, sitio onde se esconde desde que voltei para o Havaí, apesar de não ser o melhor.

Estávamos a horas de começar um ano novo. Perguntava-me o que estaria Ivy a fazer? Se as raparigas foram capazes de a arrancar de casa ou se continuava a rogar-me pragas.

Não a censurava, não havia como.

Estacionei a moto nos lugares à frente do motel, entrando no mesmo.

Logo, Hailey levantou-se dos bancos e correu na minha direção. Envolveu-me num abraço, agradecendo várias vezes por estar com ela.

Afastei-a de mim, pois não tencionava passar-lhe uma imagem errada. Estava lá para a ajudar, não para despertar os sentimentos que tanto queria. De facto, não havia sentimentos para acordar, o que percebera ao falar com a Ivy.

Fez-me sinal para subir para o quarto que reservara.

Era um espaço pequeno, desarrumado e com latas de cervejas espalhadas por cada canto.

Hailey entregou-me a carta que tanto a aterrorizara durante meses. Sentei-me no sofá com a carta nas mãos, vendo as fotos cair, no momento em que retirei a carta do envelope.

"Minha querida,

Vais pagar não só pelos teus erros, mas pelos erros do teu namoradinho.
Vejo-te em breve

Com amor, tu sabes"

As fotos eram da chegada ao Canadá, e do momento em que nos encontramos na rua, à porta da discoteca.

Impedi que algo lhe acontece naquela noite e nem noção tinha. 

Sabia que a gangue com quem Sean e Justin se envolveram, eram os únicos que poderia acusar pela carta. Drogas que os dois vendiam, era fornecidas pelo gangue.

Logo, o dinheiro que não receberam, eram dívida do gangue. Dai, a presença de ambos no Havaí.

A carta que tinha nas mãos.

Um dos motivos que me levou a deixar Ivy e a encontrar Hailey, era apenas o sentimento de culpa. Sentimento esse que iria sentir, caso Hailey perdesse a vida por mim.

Assim que recebi a fotografia da carta, não pude deixá-la pagar pelos erros que cometi.

E não podia contar a verdade à Ivy, ia mencionar o pai, mencionar vir comigo para o Canadá e não podia permitir que o fizesse.

Mesmo tendo recorrido à pior forma de a deixar para trás.

Pousei a carta na mesa, olhando para a rapariga à minha frente. Entregou-me uma cerveja, esta que aceitei.

IVY II  ➛ JUSTIN BIEBEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora