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- Justin McCann
October, 24 2016

Há dois dias que estava no Canadá.

Passara esses dias fechado em casa dos meus avós, a aturar as conversas típicas deles e da minha mãe. 

Começava a desesperar com tanto tédio e ainda faltava mais de uma semana até regressar ao Havaí, lugar que não quis deixar. Durante o verão ainda consegui ficar na ilha, estava a acontecer muita coisa para virar as costas.

Desta vez, não havia volta a dar.

O facto das suspeitas de uma possível doença começar a atacar a minha avó, facilitou a minha presença em Toronto.

Perguntavam pela minha irmã. Há mais de um mês que estava internada.

Há mais de um mês que não falava com ela, nem tinha oportunidade de a ver. O conselho que o médico responsável por ela nos deu.

- Justin, filho, porque não telefonas ao teu amigo Mark? - Olhei para a minha avó. - Ele ficou contente por saber que vinhas ao Canadá.

- Não me apetece sair de casa.

Menti.

O que não me apetecia, era ser olhado de lado, como era habitual cada vez que saia de casa.

Os vizinhos lembravam-se.

Porém, acabei por enviar mensagem ao Mark, para que nos encontrássemos no parque de skate, onde passava a maior parte do meu tempo.

Tomei um duche rápido, despachei-me e avisei a minha mãe que ia sair.

- Tem cuidado!

Arqueei a sobrancelha.

- Justin, ambos sabemos que ninguém se esqueceu do que aconteceu. Nem se vai esquecer.

- Obrigado pelo lembrete.

- Tenta perceber, não me importa o que pensam de ti, importas-me tu e o quão afetado podes voltar a ficar.

- Novidade mãe, não quero saber o que pensam ou deixam de pensar.

Fechei a porta de casa, coloquei o skate no alcatrão da estada e desci a rua em cima do mesmo.

Meros cinco minutos e estava no local combinado.

Mark já me esperava.

Única pessoa que colocou as mãos no fogo por mim, durante o tempo em que estive preso e o tempo em que me perdi para as drogas.

Ninguém sofreu mais que Mark. Ver o melhor amigo de infância a perder-se não foi fácil.

Cumprimentamos-nos com o habitual toque de mãos.

- Então mano, já soube as novidades.

Sentei-me no cimo da descida, onde o rapaz também se sentou. Não sabia a que se referia.

IVY II  ➛ JUSTIN BIEBEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora