- Apenas Camila. – a corrigi, Ariana entrou na sala e entregou a mim um copo de café, sorri em agradecimento. – Lauren se encontra?

- A senhora Jauregui saiu tem uns trinta minutos, mas ela me pediu para avisar caso a senhora ligasse para o escritório que ela poderá buscar David na escola, pois a senhora Thomas desmarcou. – suspirei aliviada e bebi um gole de café.

- Obrigada Amanda. – agradeci e bebi um gole de café, sentindo o líquido quente aquecer um pouco meu corpo e já esperando a cafeína percorrer minhas veias para fazer seu devido trabalho. – Tenha um bom dia.

- A senhora também. – rolei os olhos, nada a faria me chamar por Camila por mais que eu reclamasse constantemente. Desliguei o telefone e voltei a deliciar-me com meu café enquanto Austin e Ariana conversavam do outro lado da sala, próximos a janela.

O resto da tarde transcorreu voando, entre pequenos impasses, trocas de opiniões e sugestões e muitos pontos de vistas finalizamos aquele projeto, deixando os detalhes que faltavam para o resto da equipe, combinamos outra reunião em duas semanas para acertar os detalhes finais e pequenos ajustes necessários antes do projeto começar a sair do papel e tomar vida.

Ariana e Austin me convidaram para jantar, marcar oficialmente nosso reencontro, sem trabalho ou reunião. Eles justificaram que poderíamos conversar tranquilamente sem colocar trabalho em pauta, apenas trivialidades, cada um relatar sobre sua vida.

A magia do reencontro, que te envia pelo tempo, recordando velhas aventuras da universidade ou outro tempo que viveu, em que a cada relato e lembrança, torna-se recente outra vez. A doce magia de sentir-se de volta ao passado em que nossa mente traz a agitação, as cores e os sentimentos vividos, em que cada pequena lembrança nos torna adolescente outra vez e agitar o peito dos melhores sentimentos que não se registraram em fotos ou vídeos, mas que marcam nosso peito com o doce gosto da nostalgia.

E com uma enorme vontade de aceitar, eu neguei polidamente mesmo com muita insistência, sentia meus pés um pouco doloridos por ficar mais tempo que o esperado de pé, então tudo que meu corpo desejava era se jogar no sofá, assistir a algum documentário enquanto David reclama da programação e me prestigiava com um ótimo cafuné. Após recolher meus documentos e materiais, peguei a bolsa, o celular e as chaves do carro, despedi-me dos meus amigos com a promessa de que almoçaria com eles no dia seguinte.

Dirigir pela cidade foi meio caótico, mas nada que eu não estivesse acostumada, assim que parei em um sinal vermelho tentei ligar para Lauren para saber o que ela e David queria para jantar, seu celular caiu direto na caixa postal, resmunguei e voltei a me concentrar no trânsito. Assim que estacionei o carro no portão da garagem meu celular tocou.

- Olá. – disse meio surpresa por ser o número da secretaria da escola de David.

- Oi mãe. – David falou, franzi o cenho ao ouvir sua voz. Peguei minha bolsa, minha pasta e saí do carro.

- Oi meu amor. – disse ainda surpresa, travei o carro em seguida. Destranquei a porta de casa e entrei. – Por que me liga da escola? – olhei para meu relógio de pulso e percebi que o sinal para o encerramento da sua última aula havia tocado há quarenta minutos.

- Deve ser porque ninguém veio me buscar... – disse chateado. Meu peito errou a batida e eu senti um nó se formando em minha garganta.

- Como não? Sua mãe não apareceu? – perguntei desacreditada.

- Não... – ele falou em um fio de voz. – Eu pedi para ligarem para o telefone dela, mas não chama, cai logo na caixa postal. - coloquei minha bolsa e minha pasta em cima da mesa que estava no hall de entrada. – Quem vem me pegar Mama? – mesmo sem ver podia imaginá-lo colocando um beicinho no rosto. Senti meu peito afundar e minha mente correr por explicações e motivos para a Lauren não ter pegado nosso filho, meu peito batia fortemente e uma sensação intoxicante invadia meu corpo, algo não estava certo.

Secrets Segunda TemporadaWhere stories live. Discover now