- quanta manha, ela sempre volta seus idiotas.- Madu dá um tapa na cabeça de Gabriel que faz uma cara feia.- certo, acabamos de decidir. Vamos pedir pizza.- ela diz balançando o telefone fixo da minha casa.
Agradeço pelos amigos que tenho, com eles não tem tempo ruim.
(...)
- tchau Kat, por favor se cuida.- Gabriel deposita um beijo no topo da minha cabeça.
- tchau troço. Toma cuidado lá.- Madu beija minha bochecha e sobe na moto de gabriel.- já estamos indo, vamos deixar o casal sobrenatural a sós.- ela sorri e me lança uma piscadela, e novamente eu lhe mostro meu dedo do meio.
Os dois vão embora restando apenas eu e Miguel na varanda da minha casa. Me sento na madeira gélida e olho a noite nublada que estava sob as nossas cabeças.
Ôh, eu amo o frio.
- você precisa mesmo ir?- ele me pergunta e eu desvio o olhar do céu e encaro os olhos dele.
- eu sempre passo as férias com eles. É a única forma que eu encontrei, de suprir a saudade do meu pai.- dou um sorriso falso.- é bom passar um tempo com os pais do meu pai. Eles me contam histórias, fazem chocolate quente pra mim, antes de irem dormir. A casa é gigantesca e velha, e tem muitos livros para ler.- Miguel se senta ao meu lado e começa a olhar para o céu também.
- ainda não me sinto bem em relação a isso.- ele suspira.- você, sozinha e desprotegida, com esse poder que ainda não aprendeu controlar.
- ei, tudo bem Miguel.- sorrio para ele.- é só um mês. Eu vou voltar, não se preocupe.
- certo então.
Ficamos em silêncio por longos minutos, apenas escutando os barulhos que vinham dos animais da floresta e das nossas respirações.
- se te deixa mais confortável, me acompanhe até o aeroporto amanhã.- falo baixo e ele me encara.- minha mãe nunca vai mesmo, sempre embarco sozinha. Seria maravilhoso ter companhia até entrar no avião.- sorrio novamente e Miguel me abraça.
- sei que é difícil, desde que ele morreu, tudo ficou mais difícil né?- Miguel diz e um nó se forma em minha garganta.- eu estou aqui agora. Adoraria ficar com você até você embarcar.
E assim ficamos, sentados na varanda por horas, jogando conversa fora como dois amigos que se conhecem desde crianças. Quando estou com ele, é como se fôssemos amigos há muitos anos, e eu sinto como se tivéssemos uma intimidade de anos atrás.
(...)
O despertador toca mostrando que já são 7 da manhã. Já tomei banho, penteei meus cabelos, me vesti e organizei as malas no canto da sala. Agora estou aqui, revirando o quarto inteiro atrás de um cachecol azul bebê, que eu ganhei no ano retrasado, já que nessa época em Londres faz muito frio.
Encontro em cima do guarda roupas e eu não sei como ele foi parar lá, juro. Pego minhas meias e minhas botas de couro e desço até a sala.
Me sento no sofá e calço as botas, já sentindo meus pés pegarem fogo. Preciso tomar café antes de pedir um táxi.
Vejo que a minha mãe deixou meus biscoitos de queijo sobre a mesa, com um bilhete pregado no saquinho da embalagem.
Sinto muito por não poder levá-la até o aeroporto novamente. Eu realmente devia ser mais presente, mas você sabe como é meu emprego, filha. Comprei seus biscoitos favoritos, espero que goste. Faça uma boa viagem e não se esqueça de me ligar ou mandar mensagem para avisar que chegou, ok?
Com amor, mamãe.
Amasso o bilhete e jogo no lixo da cozinha. Queria que ela estivesse aqui para me falar isso pessoalmente.
Chamo o táxi e dou uma última conferida nas janelas da casa para ter certeza que fechei tudo. Me sento na varanda com as minhas malas, esperando o carro amarelo chegar. Dou uma última olhada também nos meus documentos, na passagem e no meu passaporte.
(...)
Será que ele vem mesmo?
Essa pergunta se repetia várias vezes na minha cabeça. Sim, vou sentir muita falta do Miguel, muita mesmo. E eu espero que quando eu voltar, ele também tenha sentido minha falta.
Me ajeito no banco do aeroporto e dou uma arrumada no meu casaco. Observo de longe a cabeleireira negra de Miguel voando por conta do vento forte. Ele estava de óculos escuro, todo trajado no preto e se aproximava de mim. Quando ele me viu, um sorriso surgiu em seus lábios, revelando as covinhas dele e suas presinhas de vampiro. Ser um vampiro combina mesmo com ele.
- estava me esperando?- ele diz parando na minha frente. Me levanto e o abraço.
- eu vou sentir sua falta.- digo sentindo os braços dele me envolverem. Escuto a chamada para o meu vôo e olho para ele.- chegou bem na hora, eu não teria conseguido me despedir se tivesse demorado mais.
- estou aqui agora, vou te ajudar com isso.- ele diz apontando para as malas.
Miguel me ajuda a despachar minhas malas e carrega apenas a minha mala de mão para mim.
- vou sentir sua falta garota.- ele diz assim que chegamos na fila para entrar no meu avião.
- prometo voltar ok?-
- ok.- ele diz pensativo e segura minha mão.- posso pedir uma coisa?- ele pergunta levantando os óculos, revelando seus olhos vermelhos escuro.
- pode.- respondo e fico esperando ele falar logo o que é.
- posso te dar só mais um beijo?- ele pergunta me encarando. Meu coração acelera, não sei o que responder.- é de despedida, já que não vou te ver por tanto tempo, e daí eu prometo não pedir mais.- ele finaliza chegando mais perto.
Engulo seco e apenas balanço a cabeça de forma positiva. Eu permanecia com o mesmo medo. O medo de estragar nossa amizade, essa amizade que eu tanto valorizo. Mas quem sabe, podemos ter a famosa "amizade colorida" e então vamos continuar sendo amigos, mesmo depois de tudo.
Bem, ao menos é assim que eu penso.
Ele segura e puxa a minha cintura, fazendo nossos corpos baterem.
E assim rolou o nosso segundo beijo, o meu segundo beijo com um vampiro.
O beijo tinha um gostinho de quero mais, e quando finalizamos, ele deu um beijinho na minha testa.
- me avise quando chegar lá.- ele diz me soltando.
Caminho em direção a moça que estava pegando as passagens, sentia meu estômago embrulhado, não acredito que beijei Miguel, duas vezes.
Ok, talvez eu esteja precisando dar um tempo daqui, de todos.
Rumo a Londres agora, cabeça erguida.
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Meu namorado é um Lobo [EM REVISÃO]
Werewolf*EM REVISÃO* Ambos são diferentes. Mas os opostos se atraem. Nessa história, Katryna Thompson, com seus 16 anos, tem uma vida normal, como uma adolescente normal, que faz coisas normais. E por causa de um pequeno esbarrão, ela conhece Gustavo, um no...
Vinte e Três
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