62 - PETER

33.2K 3.5K 1K
                                    

Dois meses sem Samantha.

Dois meses sem suas loucuras.

Dois meses sem suas piadinhas.

Dois meses sem seus beijos, seu mal humor repentino, suas ironias.

Dois meses.

Ela mandou eu seguir minha vida, e é o que eu estou fazendo.

Ou tentando.

Ela é Agatha se falam todos os dias. Nós tentamos manter nossa relação o mais forte possível, mas sempre acabamos em desencontros. Não é como se tivessemos nos sentado frente a frente e colocado as cartas na mesa e finalizado a relação. Mas que acabamos nos afastando bastante, isso ocorreu. Vou apenas chamar isso de desencontros, e com razão.

As coisas na empresa não têm mais estado tão bem quanto antes, eu e Ryan tivemos que nos dedicar em dobro para que as coisas saíssem sem quebras. Infelizmente o meu tempo com a minha filha tem voltado a ser curto, mas nada que nós não compensassemos nos fins de semana.

Já Samantha, tinha iniciado um pequeno curso de estilismo para não perder o foco e ainda frequentava as alas das crianças nos hospitais para fazer companhia. E tem frequentado algumas consultas com psicólogo, ela realmente está lutando contra toda essa agressividade dela.

Mas também, tudo isso não é como se nós tivessemos deixado de nos amar ou algo do tipo, nem mesmo que eu quisesse eu não conseguiria.

Pilar está respondendo o processo de sequestro em liberdade até que a criança nasça, mas está proibida de se aproximar dessa casa ou de qualquer outro membro dessa família.

Emilly e Ryan estão quase casados, só falta um pedido oficial.

O ano passou mais rápido do que eu pensava e já estávamos próximos das festas de fim de ano!

Eu estava em meu escritório, em casa, lendo alguns relatórios enquanto Agatha estava na casa de Eleanor quando bateram na porta.

— Entra! – digo.

— Com licença, senhor. – Mike, meu novo mordomo entrou. — Uma senhora chamada Wendy está querendo falar com o senhor.

— Wendy? – franzi o cenho. — Não conheço nenhuma.

— Ela disse que veio a pedido da senhorita Laura.

Laura era minha nova secretária. Era eficiente e me ajudava em tudo que eu precisava. E nas poucas horas vagas, era uma boa amiga.

— Tudo bem, pode deixa-la entrar. – ele afirmou e se retirou.

Não me lembro de nenhuma Wendy que Laura tenha dito, mas por via das dúvidas vou conferir. Voltei a atenção para meus relatórios até escutar a porta se abrir e logo fechar. Retirei minha atenção dos papéis para encarar a pessoa e tudo ao meu redor paralisa.

— Sentiu saudades, baby? – perguntou sorrindo com aquele maldito sorriso que a cinco anos atrás poderia me fazer derreter.

Eu só posso estar vivendo um filme de terror.

— O que faz aqui? – perguntei sem me mover.

— Como o que vim fazer aqui? Essa casa é minha. – se sentou na poltrona a minha frente.

— Elize, você está morta. Essa casa não é e nunca foi sua! – a encarei tentando me manter calmo.

— Ai é que você se engana, lindo. Nós somos casados ainda.

— Em seus sonhos. Esqueceu que estamos divorciados? Pelo que eu sei, você assinou.

— Aquilo é um mero papel sem importância, Peter. O que importa é nós dois. – diz sem desfazer o sorriso.

SIMPLESMENTE SAMANTHA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora