5 - SAMANTHA

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Assim que me instalei no quarto, pude soltar um suspiro de alívio. O quarto era grande e espaçoso, mas como um pouco do que vi da casa, era sem graça.

Me sentei na beirada da cama e minha mente foi diretamente para o idiota lá em baixo. Peter Miller, quem ele pensa que é para ficar me dando ordens? 

Parecia que o meu plano estava indo por água a baixo, por essa eu realmente não esperava. Mas não é como se eu tivesse desistido, se tem uma coisa que eu não faço é dar o braço a torcer. Até parece!

Enquanto eu tomava um banho, eu só pensava em um jeito de afogar aquele homem na privada. Porque pelo amor de Deus!

Mas colocando minha mente para trabalhar direito, esse era o plano do meu pai. Me colocar em uma casa, com um homem extremamente atraente e deixar que meu coração pule saltitando do meu peito para gritar para o mundo que eu estava apaixonada. Há! Pai, você está errado. Isso não irá acontecer. Nem que eu tenha que contratar a Regina Mills para tirar meu coração.

Depois do meu banho de pensamentos, vesti uma jeans preta, uma das minhas típicas camisas escrito 'Rock in roll' e meu all star branco.

Após organizar um pouco das minhas coisas no quarto, resolvo  fazer uma tour pela mansão.

Quando estou descendo as escadas, avisto o "Todo Poderoso" com uma garotinha loira nos braços. Terminei o último degrau e os encarei.

— Quem é ela? – perguntei curiosa.

— Minha filha. – diz calmamente.

Para o mundo que eu quero descer. FILHA?

— Filha? – eu estava com um ponto de interrogação na testa. — Ela é sua filha?

— Foi o que eu disse. – diz entediado.

— Eu sei o que disse, como sei que disse que seria só nós dois.

— De adultos, sem ser os empregados sim é só nós dois.

— Da próxima seja um pouco mais específico. – encarei a garotinha. — Você tem uma filha, e a mãe?

— Acho que isso não é da sua conta. – revirei os olhos.

— Claro que é. A partir de hoje eu passo a morar aqui, e preciso ficar atenta caso uma maluca entre aqui surtando, achando que eu e você temos alguma coisa, e que estou tentando roubar a filha dela, e logo depois tenta me assassinar com um ventilador na banheira! – ele me encara perplexo.

Talvez eu tenha assistido muito filme de suspense nos últimos tempos.

— De onde você tira esses absurdos? Primeiro acha que sou apaixonado pelo seu pai e agora acha que... – fez uma pausa. — Eu nem sei o que foi isso tudo que acabou de sair da sua boca.

— Me dá um desconto, ok? Eu tenho uma mente fértil. – me defendi.

Não era mentira, eu realmente tenho uma mente fértil. As vezes posso ser confundida com uma lunática mas fazer o que? Eu não tenho culpa!

— Tanto faz, mas pode ficar tranquila. Eu garanto que não precisa se preocupar. Não vai vir ninguém aqui, ela não tem mãe. – diz um tanto frio.

Tudo bem, o caso é delicado e mais uma vez estou sendo invasiva e intrometida.

— Entendi. – a garotinha me encarava com seus olhinhos verdes em curiosidade. Ok, lado boboca ativado. — Quantos anos ela tem?

— Cinco.

— Qual é o nome dela? – sorrio para ela.

— Agatha. – a menina me encarou e depois encarou Miller e me deu um sorriso tímido e doce de volta.

Talvez eu esteja apaixonada por uma criança, mas é só talvez mesmo.

— Com licença. – uma morena entra na sala me chamando a atenção. Mesma altura que eu e tinha os cabelos castanhos escuros e olhos claros. — Tenho que levar a Agatha. – A menina se encolheu um pouco nos braços de Miller. Agatha me deu um olhar tristonho e foi para os braços da morena. — Com licença. – deu um sorrisinho para Miller e uma piscadela antes de sair.

Calma ai, então quer dizer que eles se pegam? 

Ao subir as escadas Agatha ainda está me olhando e de certo modo posso ver seu desconforto em estar nos bracosq da mulher que basicamente ignorou minha existência.

Algo está muito errado.

— O que foi tudo isso? – ele questiona me chamando a atenção. Está com o cenho franzido e com uma expressão de confusão.

— Isso o que?

— Agatha. Ela não é de agir assim com estranhos, não mesmo.

— Oh, não se preocupe. Isso é completamente normal, eu sou o tipo de pessoa que todos amam só de olhar para este rostinho lindo. – sorrio para ele e me afasto.

— Onde vai?

— Posso conhecer a casa ou terei que ir com os seguranças amarrados no meu pé? – ele bufou e eu sorri.

— Vá, Samantha. Aproveite seu passeio. – diz impaciente me fazendo sorrir ainda mais.

— Idiotinha. – resmunguei lhe dando as costas.

Cheguei na cozinha e era bastante espaçosa. Parecia que era o único cômodo que não era tão sem graça, e acredito que o motivo disto seja a senhora que me olha surpresa.

— Oh, você deve ser a hóspede do Sr. Miller. – ela me diz sorrindo agora. — Me chamo Anne, seja bem vinda. – sorriu me fazendo sorrir.

— Prazer, Samantha. – estendo minha mão em cumprimento e ela aperta.

— Eu cuido da cozinha, então se quiser comer qualquer coisa é só me pedir.

— Ah, claro. Mas não se preocupe, não pretendo dar muito trabalho a você.

— Me diz, o que gosta de comer? Acredito que no Brasil você comia coisas maravilhosas. – sorrio me lembrando da comida de Maria.

Maria com toda certeza fazia uma comida dos Deuses.

— Nossa, eu comia muita coisa. Mas não é como se eu tivesse preferência por alguma comida, desde que aqueça meu querido estômago faminto, eu estou satisfeita. – ela ri.

— Muito bom saber disso. Mas você deve ter alguma comida especial, não é? Algo que siga alguma dieta.

— Dieta? Deus me livre! De dieta eu passo bem longe. – ela franziu o cenho.

— Com esse corpo magrinho você me diz que não segue nenhuma dieta? Impossível! – solto uma risada.

Eu definitivamente estou amando essa mulher!

— Pois digo que é a mais pura verdade. Eu não tenho paciência para fazer dieta, eu não gosto de limites, muito menos quando se trata de comida.

— E mantém esse corpinho todo? Que inveja! – solto uma risada.

— Eu não tenho medo de engordar, então não faz muita diferença. – dei de ombros. — E comida é a melhor invenção já inventada no mundo das invenções. Eu fui feita para comer!

— Será que estou no céu? – ela pergunta me fazendo rir.

— Pois muito prazer, o anjinho mais lindo que existe! – ela sorri.

— Não acredito que Peter encontrou alguém com a auto estima tão alta quanto a dele. – ela riu destraida me chamando a atenção.

— Auto estima tão alta quanto a dele? – ela me olha um tanto assustada, parecia que tinha acabado de contar um grande segredo.

— Ahm, quer conhecer a casa? – mudou de assunto.

— Quero! – ela me sorri e se aproxima de mim caminhando para outro cômodo.

Então quer dizer que Peter Miller e eu temos algo em comum? Essa é nova!

SIMPLESMENTE SAMANTHA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora