16 - SAMANTHA

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Logo após sair da área de alimentação resolvemos andar mais um pouco. E é claro, com Miller ao lado.

Miller segurava a mão de Agatha de uma lado e eu do outro. Qualquer um que visse acharia que somos uma família feliz.

Agatha correu até uma fantasia ambulante da Peppa Pig. Ela brincou e quis por que quis tirar fotos com aquela coisa gigante e rosa.

— Hey papais, venham tirar foto com ela. – isso foi meio que um tiro. Papais? Sério mesmo? Miller me encarou e resolveu ir até Agatha.

— Vem Sam!! – gritou Agatha.

— Eu? – pergunto como se eu fosse uma idiota.

— Sim. – sorriu ela docemente. Meio cheia de receio fui até eles ficando ao seu lado.

— Sorriam!! – a mulher diz.

Depois de umas vinte fotos tiradas resolvemos, quer dizer... Miller ordenou que fossemos embora. Não pensem que estou começando a seguir suas ordens, porque isso nunca!

Só vou porque combinei de sair com Emilly e Mia hoje a noite. Quero só ver ele me impedir.

Me despedi de Emilly e Mia e saímos do shopping.

— Eu gostei das suas amigas. – diz Agatha. — Elas são legais.

— Eu também gostei delas. – digo. — São meio loucas igual a mim, então por mim está tudo certo.

— Louco com Louco não é algo que possa terminar bem. – diz Miller enquanto dirige.

— E normal com normal sim?

— Claro!

— Que não.

— Vamos mesmo discutir novamente sobre a vida de pessoas normais? – perguntou.

— Não. – digo passando para o banco da frente. — Quero saber o por que da mudança de comportamento.

— O que? Que mudança de comportamento? Agatha? – a olhou pelo retrovisor.

— Claro que não, Agatha é um anjinho. Estou falando de você.

— De mim? – franziu o cenho.

— Sim. Por que uma hora você quer me estrangular e em outra quer ficar tirando uma com a minha cara?

— Porque eu vi que faz poucos dias que você está aqui, e pelo que vejo vai durar muito tempo. Então...

— Deixando claro que se você quiser me mandar de volta para o Rio, eu estou totalmente de acordo. – digo lhe interrompendo.

— Não Samantha, eu não quero e nem vou desistir de você. – diz firme e o encaro.

— Isso saiu como uma frase de filme de romance estilo cáries.

— Romance o que? – desvia o olhar do trânsito e me olha.

— Romance estilo cáries. Aquele tipo de romance que é tão cheio de mel que te dá cáries.

— Interessante.

— Não me diz que vai escrever um livro chamado "O Romance de Cáries". – eu ri e por íncrivel que pareça ele riu também. E pela primeira vez na vida vejo o seu sorriso.

Confesso, são perfeitos.

— Não eu não vou fazer um livro. Só achei interessante, só isso.

— Calma ai Nova York! Para o mundo que eu quero descer! Está falando mesmo numa boa comigo?

— Eu pensei e acho que não adianta ficar brigando o tempo inteiro. Principalmente com uma descontrolada como você.

— Você quem provoca.

— Eu só faço o que é certo.

— Como mandar em mim?

— Você é totalmente descontrolada, você precisa de limites!

— E você acha que pode impor eles? Olha, vê se mete uma coisa na sua cabeça, nem mesmo meu pai conseguiu me mudar e não vai ser você quem vai fazer isso!

— Primeiramente, coloca o cinto de segurança.

— Não. – desafiei-o.

— Samantha não me faça ter que parar o carro e colocar em você.

— Você não é nem louco! – neste momento ele freia o carro e me encara puxando o sinto de segurança e colocando em mim.

— Agora pode ver o quanto eu sou louco. E nem tente discutir! – Fechei a cara emburrada.

— E ainda quer me dizer que não quer briga! – resmunguei.

— Você faz as coisas ficarem difíceis!

— Já falei, me manda de volta para o Brasil e viva a sua vida de pessoa normal. Com sua filha, a babá dela, seu mordomo intrometido, seu par de armários ambulantes e está tudo certo.

— Samantha, em quantas línguas quer que eu diga? Você vai ficar! Eu prometi para o seu pai. – revirei os olhos.

— Ok. – cruzei os braços.

Depois de dar um fim na nossa discussão idiota, seguimos para casa.

SIMPLESMENTE SAMANTHA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora