Logo após sair da área de alimentação resolvemos andar mais um pouco. E é claro, com Miller ao lado.
Miller segurava a mão de Agatha de uma lado e eu do outro. Qualquer um que visse acharia que somos uma família feliz.
Agatha correu até uma fantasia ambulante da Peppa Pig. Ela brincou e quis por que quis tirar fotos com aquela coisa gigante e rosa.
— Hey papais, venham tirar foto com ela. – isso foi meio que um tiro. Papais? Sério mesmo? Miller me encarou e resolveu ir até Agatha.
— Vem Sam!! – gritou Agatha.
— Eu? – pergunto como se eu fosse uma idiota.
— Sim. – sorriu ela docemente. Meio cheia de receio fui até eles ficando ao seu lado.
— Sorriam!! – a mulher diz.
Depois de umas vinte fotos tiradas resolvemos, quer dizer... Miller ordenou que fossemos embora. Não pensem que estou começando a seguir suas ordens, porque isso nunca!
Só vou porque combinei de sair com Emilly e Mia hoje a noite. Quero só ver ele me impedir.
Me despedi de Emilly e Mia e saímos do shopping.
— Eu gostei das suas amigas. – diz Agatha. — Elas são legais.
— Eu também gostei delas. – digo. — São meio loucas igual a mim, então por mim está tudo certo.
— Louco com Louco não é algo que possa terminar bem. – diz Miller enquanto dirige.
— E normal com normal sim?
— Claro!
— Que não.
— Vamos mesmo discutir novamente sobre a vida de pessoas normais? – perguntou.
— Não. – digo passando para o banco da frente. — Quero saber o por que da mudança de comportamento.
— O que? Que mudança de comportamento? Agatha? – a olhou pelo retrovisor.
— Claro que não, Agatha é um anjinho. Estou falando de você.
— De mim? – franziu o cenho.
— Sim. Por que uma hora você quer me estrangular e em outra quer ficar tirando uma com a minha cara?
— Porque eu vi que faz poucos dias que você está aqui, e pelo que vejo vai durar muito tempo. Então...
— Deixando claro que se você quiser me mandar de volta para o Rio, eu estou totalmente de acordo. – digo lhe interrompendo.
— Não Samantha, eu não quero e nem vou desistir de você. – diz firme e o encaro.
— Isso saiu como uma frase de filme de romance estilo cáries.
— Romance o que? – desvia o olhar do trânsito e me olha.
— Romance estilo cáries. Aquele tipo de romance que é tão cheio de mel que te dá cáries.
— Interessante.
— Não me diz que vai escrever um livro chamado "O Romance de Cáries". – eu ri e por íncrivel que pareça ele riu também. E pela primeira vez na vida vejo o seu sorriso.
Confesso, são perfeitos.
— Não eu não vou fazer um livro. Só achei interessante, só isso.
— Calma ai Nova York! Para o mundo que eu quero descer! Está falando mesmo numa boa comigo?
— Eu pensei e acho que não adianta ficar brigando o tempo inteiro. Principalmente com uma descontrolada como você.
— Você quem provoca.
— Eu só faço o que é certo.
— Como mandar em mim?
— Você é totalmente descontrolada, você precisa de limites!
— E você acha que pode impor eles? Olha, vê se mete uma coisa na sua cabeça, nem mesmo meu pai conseguiu me mudar e não vai ser você quem vai fazer isso!
— Primeiramente, coloca o cinto de segurança.
— Não. – desafiei-o.
— Samantha não me faça ter que parar o carro e colocar em você.
— Você não é nem louco! – neste momento ele freia o carro e me encara puxando o sinto de segurança e colocando em mim.
— Agora pode ver o quanto eu sou louco. E nem tente discutir! – Fechei a cara emburrada.
— E ainda quer me dizer que não quer briga! – resmunguei.
— Você faz as coisas ficarem difíceis!
— Já falei, me manda de volta para o Brasil e viva a sua vida de pessoa normal. Com sua filha, a babá dela, seu mordomo intrometido, seu par de armários ambulantes e está tudo certo.
— Samantha, em quantas línguas quer que eu diga? Você vai ficar! Eu prometi para o seu pai. – revirei os olhos.
— Ok. – cruzei os braços.
Depois de dar um fim na nossa discussão idiota, seguimos para casa.
ESTÁ A LER
SIMPLESMENTE SAMANTHA
RandomSamantha Campbell está de volta, e promete muitas surpresas. Depois de Sam testar seus limites, Heitor não pensa duas vezes antes de tomar uma importante decisão: Mandá-la para Nova York para iniciar seus estudos na faculdade de administração. O qu...