36 - SAMANTHA/PETER

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Droga!

Miller sabe que tem uma mulher envolvida. Por que eu não conto logo a verdade? Pela Agatha! Não sei do que a Pilar é capaz, se ela teve a coragem de armar um sequestro, ela pode fazer qualquer coisa. Não posso arriscar a vida da Agatha mais do que eu já arrisquei.

Entrei no meu quarto e peguei minhas malas e comecei a colocar minhas coisas dentro. Se eu não me preocupo com a Agatha caso a Pilar realmente volte para essa casa? Sim, me preocupo, e muito! Mas se eu continuar aqui, as coisas podem piorar.

Escuto a porta abrir.

— Sam. – escuto a voz de Agatha e logo depois a vejo subir em cima da cama. — Você vai viajar? – soltei um suspiro pesado.

— Sim.

— Posso ir junto? – perguntou me encarando com os olhos brilhando. Isso me apertou o coração.

— Não amor, na verdade... – parei de arrumar as minhas coisas e me sentei ao seu lado. — Se lembra que eu disse para você que eu morava no Brasil? – ela assentiu. — Então, eu vou para lá.

— Onde os seus sobrinhos moram? – assenti. — E você vai demorar muito para voltar? – suspirei e segurei suas pequenas mãos.

— Gatinha, eu... eu vou voltar para lá. Vou voltar a morar com meu pai. – ela soltou rapidamente da minha mão e desceu da cama me encarando assustada.

— Você vai embora? – diz com os olhinhos enchendo de lágrimas. 

— Sim. – respondi baixo sentindo as lágrimas invadirem meus olhos.

— P-por que? Você não gosta mais de mim?

— Não meu anjo, claro que eu ainda gosto de você, mas é lá que está minha família.

— Por que não trás eles para morar com a gente? Assim você não precisa ir.

— Não é assim anjo. Eu não posso ficar aqui para sempre.

— Por que não? – começou a chorar. — Você vai fazer igual minha mamãe?

— Não! Claro que não. Gatinha...

— Você vai me deixar! – me interrompeu. — Você não gosta mais de mim. – saiu correndo do meu quarto. A reação dela foi pior do que eu imaginei que seria.

PETER

Vi Agatha passar correndo no corredor e entrar em seu quarto. Me preocupei e fui atrás dela entrando em seu quarto. Assim que abri a porta do mesmo, a vi debruçada sobre a cama e ouvi ela soltar um soluço abafado.

— O que houve princesa? – ela se virou para mim e vi seu rosto do molhado.

— A-a Sam, ela vai me deixar. – chorou me causando um aperto no coração.

— Vem cá meu amor. – a puxei para os meus braços. — A Sam tem a família dela lá, ela não pode abandona-los. É uma escolha dela.

— M-Mas e eu?

— Você tem a mim, a Anne, o tio Ryan. Agora tem a Marie também.

— Mas eu quero a Sam! Eu não quero que ela vá. Papai, por favor não deixe ela ir, por favor papai! – me encarou. — Pede para família dela morar aqui, a casa é grande. – sorrio com sua inocência e lhe beijo os cabelos.

— Agatha, não é bem assim. Eles têm a vida deles lá, não podem deixar tudo e virem para cá. A Sam escolheu ir para ficar com a família dela, é de lá que ela gosta. Não podemos obriga-la a ficar.

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